Paulo, Apóstolo de Cristo

 

Paulo, Apóstolo de Cristo (Paul, Apostle of Christ, EUA, 2018) – Nota 6
Direção – Andrew Hyatt
Elenco – Jim Caviezel, James Faulkner, Olivier Martinez, Joanne Whalley, John Lynch, Yorgos Karamilhos.

Em 67 depois de Cristo, o apóstolo Paulo (James Faulkner) está preso em Roma pelo imperador Nero que proibiu o Cristianismo. O apóstolo Lucas (Jim Caviezel) entra escondido em Roma e com ajuda de cristãos consegue chegar até Paulo, buscando seus últimos ensinamentos antes dele ser executado. 

Este longa detalha os últimos dias de vida do apóstolo Paulo que foi quem mais espalhou os ideais de Cristo após a crucificação. O roteiro foca também na perseguição aos cristãos e mostra em flashbacks alguns fatos da vida de Paulo. 

Por mais que seja uma história universal para os cristãos, o filme é cansativo por causa do formato teatral das interpretações e do ritmo bastante lento. A curiosidade é ver Jim Caviezel que interpretou Cristo no filme de Mel Gibson, aqui vivendo o apóstolo Lucas.

Sem Licença Para Dirigir, A Máquina dos Sonhos, Um Trapaceiro Genial e 00Kid

 

Sem Licença Para Dirigir (License to Drive, EUA, 1988) – Nota 6,5
Direção – Greg Beeman
Elenco – Corey Haim, Corey Feldman, Richard Masur, Carol Kane, Heather Graham, James Avery.

Ansioso para conseguir a carteira de habilitação, Les (Corey Haim) é reprovado no exame no dia em que marcou levar a bela Mercedes (Heather Graham) para sair. Mesmo sem a licença, Les pega o carro do avô e se envolve em uma confusa noite de aventuras para impressionar a garota. 

Este longa é quase um clássico adolescente dos anos oitenta que explora os clichês do gênero de forma divertida. Os dois Coreys e uma jovem Heather Graham interpretam personagens que são a cara da época. 

Destaque para a sequência do teste com o carro em que o examinador é interpretado pelo falecido James Avery, que ficaria famoso como o tio de Will Smith na série “The Fresh Prince of Bel-Air”.

A Máquina dos Sonhos (Dream Machine, EUA, 1991) – Nota 5
Direção – Lyman D. Dayton
Elenco – Corey Haim, Evan Richards, Jeremy Slate, Brittney Lewis.

Após prestar um serviço a uma milionária que foi traída pelo marido, Barry (Corey Haim) ganha de presente da mulher um Porsche. O que ele e nem ela sabem é que o corpo do marido está no porta-malas do carro. Barry se torna alvo do assassino que deseja se desfazer do corpo. 

Depois do sucesso de “Sem Licença Para Dirigir”, os problemas de Corey Haim com as drogas e a questão psicológica causada pelo abuso que anos depois ele alegou ter sofrido quando criança o levou a ser deixado de lado por Hollywood. 

Restaram projetos ruins como este longa que tentou fazer sucesso ligando o ator novamente a um automóvel para conquistar um garota, incluindo desta vez uma trama policial. O filme fracassou e iniciou a derrocada na carreira do ator.

Um Trapaceiro Genial (Fast Getaway, EUA, 1991) – Nota 5,5
Direção – Spiro Razatos
Elenco – Corey Haim, Leo Rossi, Cynthia Rothrock, Ken Lerner, Marcia Strassman.

Uma discussão entre integrantes de uma quadrilha termina na prisão do líder (Leo Rossi), um exímio piloto de fuga. Seu filho Nelson (Corey Haim) é obrigado a participar de um crime para conseguir ajuda para tentar tirar o pai da cadeia. 

Esta comédia de ação foi uma tentativa de emplacar o então astro adolescente Corey Haim no gênero, porém o roteiro previsível e as atuações fracas fizeram com que longa fosse lançado direto no mercado de vídeo, assim como os trabalhos posteriores do ator.

00Kid – Um Espião Muito Especial (The Double O Kid, EUA, 1993) – Nota 4
Direção – Duncan McLachlan
Elenco – Corey Haim, Brigitte Nielsen, Wallace Shawn, Nicole Eggert, Karen Black, Anne Francis.

Um jovem (Corey Haim) que sonha se tornar agente secreto se vê no meio de uma trama de espionagem ao ter acesso a um disquete com informações confidenciais. 

A carreira de Corey Haim que estava em decadência na época foi ladeira abaixo após este terrível filme que parece uma produção caseira e que tenta explorar a franquia 007 no título. É difícil entender como nomes conhecidos aceitaram trabalhar nisso após ler o péssimo roteiro escrito pelos irmãos Steven e Stuart Paul, responsáveis até hoje por filmes de baixo orçamento.

Não Haverá Paz Para os Malvados

 

Não Haverá Paz Para os Malvados (No Habrá Paz Para los Malvados, Espanha, 2011) – Nota 6,5
Direção – Enrique Urbizu
Elenco – Jose Coronado, Rodolfo Sancho, Helena Miquel, Juanjo Artero, Pedro Mari Sanchez, Younes Bachir.

Santos Trinidad (Jose Coronado) é um veterano policial alcoólatra que durante uma discussão em uma boate mata três pessoas ligadas a uma quadrilha de traficantes, deixando um quarto sujeito escapar. 

Enquanto as mortes são investigadas pela policial Chacon (Helena Miquel), Santos tenta encobrir os crimes fazendo uma investigação paralela em busca do fugitivo. 

A ótima premissa do policial corrupto que se enrola cada vez mais perde um pouco da força por culpa da narrativa que parece não avançar. A investigação se alonga demais, com a ação de verdade surgindo apenas na sequência final. 

Não chega a ser um filme ruim, valendo ainda destacar a ótima atuação de Jose Coronado como o policial perdido na vida, porém o resultado fica abaixo do esperado.

Os Melhores Anos de Nossas Vidas

 

Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Years of Our Lives, EUA, 1946) – Nota 8,5
Direção – William Wyler
Elenco – Dana Andrews, Myrna Loy, Fredrich March, Teresa Wright, Virginia Mayo, Harold Russell, Cathy O’Donnell, Hoagy Carmichael.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, três veteranos combatentes se encontram em um pequeno avião que os leva de volta para sua cidade natal. Ao mesmo tempo em que criam um laço de amizade, cada um deles tem que enfrentar as dificuldades do retorno a uma vida normal e aos problemas familiares. 

Este ótimo longa vencedor de sete prêmios Oscar incluindo filme, direção, ator (Fredrich March) e ator coadjuvante (Harold Russell) foi a primeira grande obra a abordar a volta dos soldados para casa após a guerra. Diferente dos longas semelhantes atuais que focam em dramas pesados como o vício na drogas e remédios, o foco aqui é o dia a dia dos personagens. 

Um deles volta ao trabalho no banco mas se sente impotente frente as regras, outro sofre pela dificuldade em conseguir emprego e por um casamento falido, enquanto o terceiro vivido por Harold Russell não consegue se relacionar com a noiva pelo trauma de ter perdido as duas mãos. 

Vale citar que Russell era um veterano da guerra que realmente perdeu as mãos. Este foi seu único trabalho como ator no cinema e que ainda rendeu o Oscar de coadjuvante.

O Traficante

 

O Traficante (Caid, França, 2021) – Nota 7
Direção – Ange Basterga & Nicolas Lopez
Elenco – Sebastien Houbani, Abdramane Diakite, Mohamed Boudouh, Jean-Toussaint Bernard, Idir Azougli.

Franck (Sebastien Houbani) e o câmera Thomas (Jean-Toussaint Bernard) são designados por uma gravadora para filmar um videoclipe para o rapper Tony (Abdramane Diakite) que acabou de sair da cadeia. 

Chegando em um conjunto habitacional no sul da França, a dupla se assusta ao descobrir que Tony na verdade é o líder de uma quadrilha de traficantes que está em guerra com um grupo rival. 

Esta minissérie em dez episódios de nove minutos cada na verdade é um longa que foi dividido em pequenas partes. Os diretores utilizam a filmagem do videoclipe para colocar as câmeras nas mãos ou nos corpos dos personagens enquanto a trama se desenvolve. 

O roteiro explora os clichês das disputas entre quadrilhas com ameaças, violência e vingança, com os dois intrusos sendo testemunhas e também participantes da pequena guerra. O ritmo acelerado, as competentes sequências de ação e os personagens ameaçadores são os destaques.

A Travessia & One Day as a Lion

 

A Travessia (Crossing Point, EUA / México, 2016) – Nota 6
Direção – Daniel Zirilli
Elenco – Shawn Lock, Jacob Vargas, Maria Gabriela de Faria, Paulina Gaitan, Tom Sizemore, Luke Goss, Rudy Youngbloog, Burton Perez, Damon Whitaker.

Ao viajar para Baja no México com dois amigos, Michael (Shawn Lock) tem sua namorada Olivia (Maria Gabriela de Faria) raptada por uma quadrilha. A exigência dos bandidos é que Michael transporte drogas roubadas de um cartel até os EUA. É o início de uma alucinada corrida para atravessar a fronteira. 

Este longa policial com uma produção B tem uma trama clichê que de forma surpreendente funciona, muito pelo ritmo ágil, as boas sequências de ação e as locações na fronteira. O estilo da narrativa, o contexto e a fotografia amarelada lembram o bom “Chamas da Vingança” com Denzel Washington, lógico que sem a mesma qualidade. 

Canastrões famosos como o recentemente falecido Tom Sizemore, Luke Goss e Jacob Vargas estão perfeitos para o tipo de filme. Por outro lado, o final poderia ser melhor trabalhado. Vale citar que este é até agora o único trabalho no cinema do ator Shawn Lock, que vive o protagonista

One Day as a Lion (One Day as a Lion, EUA, 2023) – Nota 4
Direção – John Swab
Elenco – Scott Caan, Marianne Rendón, Frank Grillo, J.K. Simmons, Virginia Madsen, George Carroll, Taryn Manning, Billy Blair, Dash Melrose.

Quando seu filho adolescente é preso, Jackie (Scott Caan) aceita o serviço de matar um sujeito (J.K. Simmons) para que um mafioso (Frank Grillo) pague um advogado de defesa ao garoto. O atrapalhado Jackie não consegue cumprir a missão e ainda se envolve com uma garçonete (Marianne Rendón) que aceita ajudá-lo a tentar resolver a situação. 

Esta trama confusa escrita pelo ator Scott Caan resulta em um filme recheado de situações sem sentido e diálogos ruins. As locações no meio oeste-americano e o estilo da narrativa tentam copiar os filmes policiais que misturam cinismo e violência. O resultado é uma enorme bola fora na carreira dos envolvidos.

Meu Ofício é Matar

 

Meu Ofício é Matar (Suddenly, EUA, 1954) – Nota 7
Direção – Lewis Allen
Elenco – Frank Sinatra, Sterling Hayden, James Gleason, Nancy Gates, James O’Hara.

No dia em que a comitiva do presidente americano passará de trem pela pequena cidade de Suddenly, o assassino profissional John Baron (Frank Sinatra) toma uma família de refém com a ajuda de dois comparsas. O plano de Baron é assassinar o presidente com um tiro a ser disparado pela janela da casa dos reféns. 

Este competente drama policial se tornou um filme maldito após o assassinato do presidente Kennedy. São várias semelhanças entre a trama do filme e a tragédia de Dallas que levaram muitos a acreditar que o longa foi uma inspiração para o crime. 

Além deste fato, o filme tem como curiosidade apresentar Frank Sinatra como o vilão assassino e como destaque a clássica fotografia em preto e branco utilizada em muitos filmes da época.

Bala Perdida 2

 

Bala Perdida 2 (Balle Perdue 2 França, 2022) – Nota 6,5
Direção – Guillaume Pierret
Elenco – Alban Lenoir, Stefi Celma, Sebastien Lalanne, Jerome Niel, Diego Martin, Quentin D’Hainaut, Nicolas Duvauchelle.

O mecânico Lino (Alban Lenoir) conseguiu colocar sua vida nos trilhos e agora trabalha como policial, porém mantém viva a vontade de vingança pelas mortes de seu irmão e seu chefe. Quando surgem pistas dos responsáveis pelas mortes, Lino deixa de lado a lei e decide resolver a situação por conta própria. 

Esta sequência do longa de 2020 segue o mesmo estilo com ótimas sequências de ação variando entre tiroteios, brigas e perseguições de automóveis com uma trama recheada de clichês. É o estilo hollywoodiano que o cinema francês de ação abraçou nas últimas duas décadas. O roteiro ainda deixa um enorme gancho para um provável terceiro filme.

A Garota na Fita

 

A Garota na Fita (La Chica de Nieve, Espanha, 2023) – Nota 6,5
Direção – David Ulloa & Laura Alvea
Elenco – Milena Smit, Jose Coronado, Aixa Villagran, Loreto Mauleon, Raul Prieto, Cecilia Freire, Julian Villagran, Marco Caceres, Tristan Ulloa.

Málaga, Espanha, 2010. Durante uma festa de rua, a garotinha Amaya Martin solta a mão do pai e desaparece no meio da multidão. A enorme repercussão do caso chega até a jovem jornalista Miren Rojo (Milena Smit), que fica obcecada em descobrir o paradeiro da menina. 

Esta minissérie em seis episódios apresenta uma premissa já utilizada várias vezes pelo cinema, porém que tinha potencial para render uma obra de qualidade. O resultado fica no meio do caminho. 

A investigação policial que leva a crimes paralelos é interessante e atual, assim como a explicação para o desaparecimento também não fere a inteligência do espectador. Infelizmente alguns problemas atrapalham o resultado. 

O primeiro é a irregularidade, principalmente o quinto episódio que de uma forma didática e chata explica toda a situação, algo que poderia vir à tona em uma formato mais sucinto. Com quatro ou no máximo cinco episódios a minissérie seria melhor. 

O outro problema é a atuação da inexpressiva Milena Smit, que mesmo carregando um forte trauma não consegue transmitir emoção alguma ao espectador, passando todos os episódios com um rosto de sofrimento e nada mais. 

Vale citar também o desperdício da participação do ótimo Jose Coronado, ator de vários bons filmes espanhóis. Seu personagem é uma espécie de tutor da protagonista que pouco agrega a trama. 

Mesmo sendo minissérie, a cena final ainda deixa um gancho para quem sabe uma sequência.

Bombas!!! Filmes Policiais

 

Paixão e Loucura ou Convite Fatal (A Seduction in Travis County ou Blind Judgement, EUA, 1991) – Nota 5,5
Direção – George Kaczender
Elenco – Lesley Ann Warren, Peter Coyote, George Loros, John Glover, Charles S. Dutton, Harvey Fierstein.

Uma arquiteta (Lesley Ann Warren) acusada de assassinar o marido é julgada inocente após ser defendida por um advogado (Peter Coyote). Não satisfeita, a mulher tenta a todo custo conquistar o advogado que é casado, transformando a vida do sujeito em um inferno. 

Este drama com pitadas de suspense produzido para a tv é baseado em um crime real ocorrido em Little Rock nos Arkansas nos anos oitenta. Destaque para a atuação gelada de Lesley Ann Warren com a psicopata manipuladora.

Irmãos em Armas (Flashpoint ou My Brother’s War, EUA, 1997) – Nota 5
Direção – James Brolin
Elenco – James Brolin, Jennie Garth, Patrick Foy, Salvator Xuereb, Gary Cooke, Josh Brolin.

Gerry (Patrick Foy) e Liam (Salvator Xuereb) são irmãos que participam do grupo terrorista irlandês IRA. Quando Liam decide levar a adiante o plano de um atentado, Gerry que não deseja violência contra inocentes termina preso e aceita ajudar a CIA a caçar seu irmão. 

Este drama político sobre a eterna guerra entre irlandeses e ingleses perde tempo na falta de ação e entrega um roteiro confuso ao colocar sem muito sentido um veterano agente americano da CIA vivido por James Brolin no meio do conflito.

Marcas de uma Obsessão (Obsessed, EUA, 1992) – Nota 5
Direção – Jonathan Sanger
Elenco – Shannen Doherty, William Devane, Claire Carey, James Handy, Lois Chiles.

Lori (Shannen Doherty) é uma jovem que carrega um trauma pela convivência com o pai, o que a faz buscar relações com homens mais velhos. Ao se envolver com Ed (William Devane) que ela conheceu no trabalho e depois de um tempo ele decidir terminar a relação, Lori não aceita a situação e passa a perseguir o sujeito. Este longa produzido para a tv copia a o tema central de “Atração Fatal” ao colocar uma desequilibrada perseguindo seu amante.

Traição de Pai (Indefensible: The Truth About Edward Brannigan , EUA, 1997) – Nota 5,5
Direção – Brian Dennehy
Elenco – Brian Dennehy, Reed Diamond, Alice Krige, Lynn Redgrave.

Eddie Brannigan (Brian Dennehy) é um respeitado advogado que após um jantar é acusado de estupro por uma colega de trabalho (Alice Krige). A dúvida se realmente ocorreu o crime abala a vida também da esposa (Lynn Redgrave) e do filho de Eddie (Reed Diamond). 

Apesar do tema pesado, este drama produzido para a tv em momento algum engrena. O foco principal fica na questão psicológica do caso, muito pela atuação atormentada de Alice Krige como a vítima.

Traição (Back Stab, Canadá, 1990) – Nota 5
Direção – James Kaufman
Elenco – James Brolin, Dorothee Berryman, Meg Foster, June Chadwick, Brett Halsey.

Cliff (James Brolin) é um arquiteto viúvo que após passar uma noite com a sedutora esposa de seu novo chefe, encontra o sujeito morto na cama se tornando o principal suspeito do assassinato. Ao contratar uma advogada para se defender, aos poucos Cliff percebe que se envolveu em uma teia de mentiras e traições. Suspense com roteiro previsível que obriga o protagonista a lutar para provar sua inocência.

Perseguição Mortal (Deadly Pursuits, EUA, 1996) – Nota 4
Direção – Felix Enriquez Alcalá
Elenco – Tori Spelling, Patrick Muldoon, Richard Belzer, Reginald Veljohnson, Leigh Murray.

Meredith (Tori Spelling) é uma ex-stripper que está fugindo da Máfia por causa de uma dívida e que se envolve com o jovem Tim (Patrick Muldoon) que está à procura do pai desaparecido. 

Esta bomba produzida para a tv tem um roteiro que vai do nada ao lugar nenhum com um casal de protagonistas totalmente canastrão. A atriz Tori Spelling teve alguma fama como coadjuvante na série adolescente “Barrados no Baile” que foi produzida por seu pai Aaron Spelling, famoso por diversos trabalhos na tv.

Transas (Tricks, Canadá / EUA, 1997) – Nota 4
Direção – Kenneth Fink
Elenco – Mimi Rogers, Tyne Daly, Ray Walston, Callum Keith Rennie.

Jackie (Mimi Rogers) trabalha meio período em um cassino e a noite como garota de programa. Precisando de dinheiro para cuidar do filho, ela se envolve em um pequeno golpe no cassino e se torna alvo de mafiosos. 

Este filme produzido para tv não funciona como drama, nem como trama policial. A atriz Mimi Rogers até entrega uma atuação razoável, mas é pouco para salvar o longa.

Esquema de Risco – Operação Fortune

 

Esquema de Risco – Operação Fortune (Operation Fortune: Ruse de Guerre, Inglaterra / China / Turquia / EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Guy Ritchie
Elenco – Jason Statham, Aubrey Plaza, Cary Elwes, Hugh Grant, Josh Hartnett, Bugzy Malone, Eddie Marsan, Peter Ferdinando.

Um artefato misterioso é roubado de um laboratório na Ucrânia por um grupo de mercenários. O serviço secreto inglês entrega a missão de recuperar o objeto para o agente Orson Fortune (Jason Statham) e sua equipe. 

Ao descobrir que o intermediário na venda do artefato é o milionário Greg Diamonds (Hugh Grant), surge a ideia de recrutar o astro de Hollywood Danny Francesco (Josh Hartnett) para ajudar na missão, pois o excêntrico Greg é fã do ator. 

Apesar de seguir o estilo comum de seus filmes anteriores com personagens marcantes e diálogos afiados, este novo trabalho de Guy Ritchie está mais para uma versão engraçadinha de “Missão Impossível”. O filme tem exageros, mas mesmo assim as sequências de ação funcionam. 

Se Jason Statham interpreta sempre o mesmo personagem, vale destacar os impagáveis papéis de Aubrey Plaza e Hugh Grant, o segundo se especializando em personagens afetados. 

O resultado é uma diversão sem compromisso, que agradará aos fãs do gênero.

Noite Infeliz

 

Noite Infeliz (Violent Night, EUA / Canadá, 2022) – Nota 6
Direção – Tommy Wirkola
Elenco – David Harbour, John Leguizamo, Beverly D’Angelo, Alex Hassell, Alexis Louder, Edi Patterson, Cam Gigandet, Leah Brady, Brendan Fletcher, André Eriksen, Mike Dopud, Alexander Elliot.

Na noite da véspera do Natal, Papai Noel (David Harbour) demonstra ser um sujeito amargo que entrega os presentes para as crianças por obrigação. Ao visitar a mansão de uma família milionária, ele bate de frente com uma quadrilha de assaltantes que invadiu o local para roubar milhões que o matriarca teria escondido em um cofre. Papai Noel tem que decidir entre fugir ou enfrentar os perigosos bandidos. 

Este bizarro longa que mistura terror e natal entrega várias sequências extremamente violentas que beiram o gore. O roteiro ainda cria um passado sanguinário para o Papai Noel cínico vivido com competência por David Harbour. 

Mesmo sendo uma comédia de humor negro e ação, o filme perde pontos pelos péssimos coadjuvantes. Não apenas por serem patéticos, mas principalmente pela falta de carisma total do elenco. Apenas John Leguizamo consegue ir além disso como o chefe da quadrilha. 

É um filme que tende a se transformar em cult por causa do absurdo e da violência.

Touro Indomável

 

Touro Indomável (Raging Bull, EUA, 1980) – Nota 9
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci, Frank Vincent, Nicholas Colasanto, Theresa Saldana, Frank Adonis, Mario Gallo.

Nos anos quarenta, o boxeador Jake La Motta (Robert De Niro) se tornou campeão mundial, conseguindo dinheiro, fama e mulheres, porém seu comportamento violento fora dos ringues destruiu sua vida pessoal e sua carreira. 

Esta drama baseado na história real de Jake La Motta é um dos grandes filmes de Martin Scorsese e uma verdadeira saga da pobreza ao auge com uma enorme queda posterior. O preto e branco da fotografia leva o espectador de volta aos anos quarenta e cinquenta, tanto nas lutas como nas sequências das noitadas e da vida cotidiana. 

Assim como em outro obras, Robert De Niro entrega uma atuação assustadora, inclusive engordando vinte quilos para as cenas que focam na decadência do protagonista. Também são destaques as atuações de Cathy Moriarty como a esposa e Joe Pesci vivendo o irmão. 

Por mais que La Motta tenha sido um sujeito autodestrutivo em um período longo, ele ainda viveu até os noventa e cinco anos, falecendo em 2017.

O Agente Noturno

 

O Agente Noturno (The Night Agent, EUA, 2023)
Criador – Shawn Ryan
Elenco – Gabriel Basso, Luciane Buchanan, Fola Evans Akingbola, Sarah Desjardins, Hong Chau, Phoenix Raei, Eve Harlow, Enrique Murciano, D.B. Woodside, Christopher Shyer, Kari Matchett.

Peter Sutherland (Gabriel Basso) é um agente do FBI que trabalha em uma sala isolada na Casa Branca esperando a ligação de agentes secretos que precisarem de ajuda. 

Ao receber um telefonema da jovem Rose Larkin (Luciane Buchanan) que teve os tios assassinados e conseguiu fugir do local mesmo sendo perseguida, Peter se envolve em uma trama de terrorismo com ligação entre políticos influentes e assassinos. 

Esta série em dez episódios tem um ritmo ágil com ótimas sequências de ação, ao mesmo tempo em que entrega uma trama recheada de furos e absurdos. Lembra os filmes de ação dos anos oitenta e noventa, diverte bastante, mas não pode ser levada a sério. 

A trama tem um final em relação a conspiração, porém a série ainda deixa um enorme gancho para uma segunda temporada com outro contexto.

O Sádico Selvagem & Assassino Público Número Um

 

O Sádico Selvagem (The Lineup, EUA, 1958) – Nota 7,5
Direção – Don Siegel
Elenco – Eli Wallach, Robert Keith, Richard Jaeckel, Warner Anderson, Mary LaRoche, William Leslie.

Uma quadrilha utiliza pessoas inocentes para transportar drogas da Ásia até San Francisco em pequenos objetos sem que elas saibam. Um assassino profissional (Eli Wallach), seu parceiro (Robert Keith) e um motorista de fuga (Richard Jaeckel) são os responsáveis por recolher a droga, enquanto um policial (Warner Anderson) investiga o caso. 

Este ótimo longa policial explora o tema do tráfico de drogas que era incomum no cinema da época através de um roteiro muito bem amarrado com soluções criativas. As sequências de violência e perseguição são competentes, várias delas nas ruas de San Francisco. 

Destaque para o elenco, principalmente para o assassino frio interpretado pelo eterno vilão Eli Wallach. Este é um dos vários bons trabalhos do diretor Don Siegel, que ficaria famoso com o clássico “Perseguidor Implacável” com Clint Eastwood.

Assassino Público Número Um (Baby Face Nelson, EUA, 1957) – Nota 6,5
Direção – Don Siegel
Elenco – Mickey Rooney, Carolyn Jones, Cedric Hardwicke, Leo Gordon, Anhony Caruso, Jack Elam, Elisha Cook Jr., Ted de Corsia.

Chicago, anos trinta. Após cumprir pena, o ladrão Lester M. Gillis (Mickey Rooney) pensa em mudar de vida, mas termina por continuar no mundo do crime iniciando uma série de assaltos a banco com sua amante Sue Nelson (Carolyn Jones) e seus parceiros, entre eles o famoso John Dillinger. Lester é batizado pela imprensa como “Baby Face Nelson” e se torna alvo de um caçada policial. 

O diretor Don Siegel já mostrava aqui seu talento para as sequências de tiroteio e perseguições, explorando com competência as locações externas, mesmo com um baixo orçamento. 

É curioso ver o ex-astro infantil dos anos trinta e quarenta Mickey Rooney em um papel de criminoso. Nessa época sua carreira já estava em baixa, inclusive com a falta de bons papéis o levando a trabalhar na tv.

Marcha de Heróis

 

Marcha de Heróis (The Horse Soldiers, EUA, 1959) – Nota 7
Direção – John Ford
Elenco – John Wayne, William Holden, Constance Towers, Judson Pratt, Hoot Gibson, Denver Pyle, Strother Martin.

Durante a Guerra Civil Americana, um batalhão da União liderado pelo Coronel Marlowe (John Wayne) tem a missão de atravessar a região sulista dominada pelo exército Confederado para destruir uma parte da estrada de ferro. Marlowe é obrigado a levar a contragosto o médico Kendall (William Holden), com quem tem pontos de vista diferentes travando diversas discussões. 

Este longa é o único em que o mestre John Ford explora a Guerra Civil Americana. Não chega a ser um grande filme. A história é interessante, as atuações de John Wayne e William Holden são competentes, mas o filme acaba perdendo alguns pontos pela personagem estridente de Constance Towers, que ao mesmo tempo que dá uma olhar diferente ao gênero, também ajuda a narrativa a ser irregular, como se estivesse tirando espaço das sequências de ação. Por sinal, estas poucas sequências são ótimas, com destaque para o clímax na ponte.

Operação Hunt

 

Operação Hunt (Heon-Teu, Coreia do Sul, 2022) – Nota 7
Direção – Lee Junj Jae
Elenco – Lee Jung Jae, Jung Woo Sung, Nam Gil Kim.

Anos oitenta. Após um atentado ao presidente de Coreia do Sul em visita aos EUA, dois chefes de segurança iniciam um conflito que ficará ainda pior quando surge a desconfiança de que exista um espião da Coreia do Norte infiltrado no governo. 

Este longa com uma complexa trama é baseada em uma história real e marca a estreia na direção do astro sul-coreano Lee Jung Jae, protagonista da recente minissérie de sucesso “Round 6”. 

A trama é repleta de reviravoltas, segredos e sequências de ação, com uma narrativa com muitos personagens e diversos fatos que requerem atenção do espectador. Conhecer um pouco do conflito entre as duas Coreias também ajudará no entendimento da trama. 

O resultado é mais um bom filme sul-coreano que entrega o que promete.

O Pálido Olho Azul

 

O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye, EUA, 2022) – Nota 7
Direção – Scott Cooper
Elenco – Christian Bale, Harry Melling, Toby Jones, Gillian Anderson, Lucy Boynton, Timothy Spall, Simon McBurney, Charlotte Gainsbourg, Robert Duvall, Harry Lawtey, Fred Hechinger, Charlie Tahan.

Ano de 1839, academia militar de cadetes em West Point. Um jovem é encontrado enforcado em uma árvore em um aparente suicídio. Os oficiais da academia contratam o famoso investigador civil Augustus Landor (Christian Bale), que rapidamente percebe que na verdade é um caso de assassinato. Ele dá início a uma complexa investigação tendo ajuda do jovem cadete Edgar Allan Poe (Harry Melling), que viria a se tornar um dos maiores escritores de terror da história. 

Baseado em um livro de ficção, este longa acerta em cheio no clima gótico que permeia a narrativa de suspense. As atuações de Christian Bale e Harry Melling são outro destaque, com o primeiro mostrando frieza na investigação e o segundo uma curiosidade pela morte. 

Destaque ainda para a pequena participação do veteraníssimo Robert Duvall como um estudioso do ocultismo e o elenco recheado de ótimos atores britânicos como Toby Jones, Timothy Spall e Simon McBurney. 

O filme peca somente pelo ritmo lento, passando um pouco do ponto na quantidade de diálogos que poderiam ser mais concisos.

O Urso do Pó Branco

 

O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Elizabeth Banks
Elenco – Keri Russell, O’Shea Jackson Jr., Alden Ehrenreich, Ray Liotta, Isiah Whitlock Jr., Brooklynn Prince, Christian Convery, Margo Martindale, Jesse Tyler Ferguson, Kristfer Hivju, Ayoola Smart.

Em 1985, um traficante jogou várias bolsas cheias de cocaína de um pequeno avião e saltou de paraquedas, porém morreu durante a queda. As bolsas e o corpo do sujeito caíam no Parque Nacional de Chattahoochee, sendo que até hoje existe a lenda de que grande parte da droga não foi localizada. 

O roteiro parte desta premissa para criar uma trama de terror e comédia colocando como protagonista um urso que ao comer um pacote com cocaína fica totalmente alucinado passando a atacar as pessoas. 

Os personagens que por motivos diversos entram no parque e cruzam o caminho do urso são engraçados, assim como as bizarras sequências de violência, com destaque para a da perseguição na ambulância. 

É um filme com a caras comédias dos anos oitenta e noventa, que cumpre o que promete.

Voo 370: O Avião que Desapareceu

 

Voo 370: O Avião que Desapareceu (MH370: The Plane That Disappeared, Inglaterra, 2023) – Nota 6,5
Direção – Louise Malkinson
Documentário

Em oito de março de 2014, um voo com 239 pessoas saindo de Kuala Lumpur na Malásia com destino a Pequim na China desapareceu misteriosamente no ar. Este documentário em três episódios detalha os acontecimentos posteriores, as reviravoltas e as várias teorias sobre o que poderia ter acontecido com o avião. 

A falta de provas concretas e a situação extremamente incomum fez emergir algumas teorias consideradas absurdas, mas que no fundo podem ter algum resquício de verdade. Entre as teorias temos a de que o avião foi sequestrado por terroristas, a do piloto que desviou a rota por vontade própria e a de que avião foi atingido por um míssil ou abatido por ordem de algum governo. 

Algumas pessoas lucraram com fama e venda de livros ao criarem teorias sobre o caso, enquanto um estranho aventureiro alega ter encontra pequenos destroços que seriam do avião em uma ilha, porém tudo isso no campo da especulação. 

Esta é com certeza uma daqueles histórias que jamais terá uma resposta definitiva.

Nada de Novo no Front

 

Nada de Novo no Front (Im Westen Nichts Neues, Alemanha / EUA / Inglaterra, 2022) – Nota 8
Direção – Edward Berger
Elenco – Felix Kammerer, Albrecht Schuch, Aaron Hilmer, Daniel Bruhl, Devid Striesow, Edin Hasanovic, Thibault de Montalembert, Sebastian Hulk.

Paul (Felix Kammerer) é um jovem que junto com amigos decide se alistar no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Sem ter a mínima do que iria enfrentar, Paul tem um enorme choque de realidade ao chegar nas trincheiras e vivenciar toda a violência da guerra. 

Baseado em uma obra de Erich Maria Remarque que já foi levada às telas em um clássico de Lewis Milestone em 1930, este longa alemão entrega competentes sequências de violência crua. É uma história que passa longe do heroísmo, o que vemos são jovens desesperados lutando para sobreviver em meio as balas, as baionetas e a lama. 

A relação de amizade que surge entre alguns personagens, principalmente entre o protagonista e o soldado Kat (Albrecht Schuch) são genuínas e dolorosas. Além de focar na saga do jovem soldado, o roteiro detalha também a luta de um político alemão (Daniel Bruhl) em convencer o governo a se render antes que o exército seja dizimado. 

É um ótimo longa de guerra com qualidade semelhante aos melhores filmes do gênero.

Regresso ao Amor

 

Regresso ao Amor (The Good House, EUA / Índia, 2022) – Nota 6,5
Direção – Maya Forbes & Wallace Wolodarsky
Elenco – Sigourney Weaver, Kevin Kline, Morena Baccarin, Rob Delaney, David Rasche, Rebecca Henderson, Molly Brown, Kathryn Erbe, Kelly AuCoin, Paul Guilfoyle,

Hildy Good (Sigourney Weaver) é um corretora de imóveis na cidade litorânea de Wendover em New England. Divorciada e ajudando financeiramente as duas filhas, Hildy precisa fechar mais negócios para sair do vermelho, enquanto por outro lado demonstra um gosto exagerado por vinho.

Baseado em um livro, este longa segue o estilo que mistura drama e comédia sem grandes exageros, para agradar ao público que gosta deste tipo de adaptação. O filme ganha pontos pela interpretação de Sigourney Weaver, que narra a história e fala verdades direto para a câmera. 

O tema da depressão e do vício são mostrados de forma rasa, assim como o romance com o personagem de Kevin Kline que é morno. É um filme correto apenas.

Cinco Dedos

 

Cinco Dedos (5 Fingers, EUA, 1952) – Nota 8
Direção – Joseph L. Mankiewicz
Elenco – James Mason, Danielle Darrieux, Michael Rennie, Walter Hampden, Oskar Karlweis, Herbert Berghof, John Wengraf.

Ancara, capital da Turquia, 1944. Pouco tempo antes do Dia D, Diello (James Mason) é o camareiro do embaixador inglês que tendo acesso ao cofre do local rouba segredos militares e os vende para os nazistas. Com o objetivo de enriquecer e também sobreviver, Diello envolve na trama uma condessa falida (Danielle Darrieux). 

Este ótimo suspense baseado em um fato real ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial tem um complexo roteiro repleto de reviravoltas e traições. 

O inglês James Mason encarna com perfeição o sujeito frio e manipulador, enquanto a francesa Danielle Darrieux acerta no tom da nobre interesseira. 

O roteiro foi baseado em um livro escrito pelo oficial nazista L.C. Moyzisch, vivido aqui por Oskar Karlweiss e que teve uma participação direta na história real.

Cidade Zero

 

Cidade Zero (Gorod Zero, União Soviética, 1989) – Nota 7
Direção – Karen Shakhnazarov
Elenco – Leonid Filatov, Oleg Basilashvili, Vladimir Menshov, Armen Dzhigarkhanyan, Evgeniy Evstigneev, Yuriy Sherstnyov.

Aleksei Varakin (Leonid Filatov) é um funcionário de uma empresa em Moscou que viaja para uma cidade do interior com o objetivo de vender um serviço de manutenção para o ar condicionado da prefeitura. A missão comercial se transforma em uma bizarra jornada em que o personagem nunca consegue resolver a situação. 

Karen Shakhnazarov é um dos mais famosos diretores russos responsável por bons filmes como “Tigre Branco” e “Cidade dos Ventos”. Este longa que comento detalha de forma quase surreal a confusa sociedade soviética da época repleta de burocracia e regras, que enfrentava o final do comunismo e as mudanças que começavam a acontecer. 

São pelo menos três sequências que valem o registro. O longo passeio do protagonista pelo museu onde um funcionário conta versões da história soviética, a sequência da secretária nua e a estranha cena do garotinho prevendo o futuro do protagonista. Mesmo lenta, a narrativa vai bem até a meia-hora final quando a trama toma uma novo rumo e se torna cansativa.

Alerta Máximo

 

Alerta Máximo (Plane, Inglaterra / EUA, 2023) – Nota 7
Direção – Jean François Richet
Elenco – Gerard Butler, Mike Colter, Tony Goldwyn, Yoson An, Evan Dane Taylor, Paul Ben Victor, Daniella Pineda, Lilly Krug.

A habilidade e experiência do piloto Brodie Torrance (Gerard Butler) são colocadas à prova quando seu avião sofre uma pane elétrica em pleno voo. A luta para pousar o avião e salvar os passageiros não será o único problema, pois algo tão perigoso quanto os espera em terra. 

Esta longa de ação divide a história em dois terríveis desafios para o protagonista e os passageiros, indo direto ao ponto nos quesitos de ação e suspense. As sequências no avião são tensas e bem filmadas, assim como a violência nos conflitos em terra. 

Gerard Butler repete o papel de herói de ação semelhante a outros trabalhos, tendo a ajuda inusitada do personagem de Mike Colter. É um tipo de filme que os fãs de ação estão sempre à espera, sem entrelinhas ou ideologias, o que vale aqui é a diversão.

Transfusão & The Locksmith

 

Transfusão (Transfusion, Austrália, 2023) – Nota 5,5
Direção – Matt Nable
Elenco – Sam Worthington, Matt Nable, Phoebe Tonkin, Edward Carmody.

Ryan Logan (Sam Worthington) é um ex-agente de operações especiais do governo australiano que se mostra perdido na vida após a morte da esposa. Quando seu filho adolescente (Edward Carmody) se envolve em problemas e um velho amigo de trabalho (Matt Nable) reaparece com uma proposta para ganhar dinheiro, Logan precisa decidir qual caminho tomar. 

Esta mistura de drama e policial tem um roteiro previsível repleto de clichês e uma narrativa lenta nas sequências dramáticas. As cenas de ação são até competentes, mas no final é pouco para salvar o filme.

The Locksmith, EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Nicolas Harvard
Elenco – Ryan Phillippe, Kate Bosworth, Ving Rhames, Jeffrey Nordling, Gabriela Quezada, Tom Wright, Noel Gugliemi, Charlie Weber.

Traído por um policial corrupto (Jeffrey Nordling), o chaveiro Miller (Ryan Phillippe) tem seu parceiro assassinado e termina preso após o roubo de um cofre de um estabelecimento. Libertado da cadeia dez anos depois, Miller tenta refazer a vida e se reaproximar da ex-esposa (Kate Bosworth) e da filha pré-adolescente, porém o mesmo policial e também a noiva do falecido parceiro (Gabriela Quezada) o pressionam para voltar ao mundo do crime. 

Este longa policial além de explorar uma lista enorme de clichês, ainda entrega uma trama confusa e situações forçadas. É mais uma bola fora nas carreiras dos outrora famosos Ryan Phillippe, Kate Bosworth e Ving Rhames, este último vivendo uma espécie de tutor engraçadinho do protagonista.

Moloch

 

Moloch (Moloch, Holanda, 2022) – Nota 6,5
Direção – Nico van den Brink
Elenco – Sallie Harmsen, Alexandre Willaume, Anneke Blok, Fred Goessens, Noor van der Velden, Markoesa Hamer.

Interior da Holanda, 1991. Uma garotinha escondida ouve sua avó ser assassinada. Trinta anos depois, Betriek (Sallie Harmsen) vive com a mãe, a filha pequena e o avó na mesma casa. Após um grupo de arqueólogos descobrir o corpo de uma mulher enterrado no pântano ao lado da casa, a família começa a enfrentar a situações sinistras e violentas. 

Esta mistura de terror e suspense bebe na fonte de filmes recentes como “A Bruxa” e “Midsommar” ao explorar o tema do rituais pagãos e das maldições. A narrativa não tem surpresas, o ponto principal é o clima de terror e tragédia com as aparições e as mortes. O final segue o clássico estilo assustador do gênero.

O Labirinto

 

O Labirinto (L'uomo del Labirinto, Itália, 2019) – Nota 7
Direção – Donato Carrisi
Elenco – Toni Servillo, Dustin Hoffman, Valentina Belle, Vinicio Marchioni, Katsiaryna Shulha, Luis Gnecco.

Uma mulher chamada Samantha (Valentina Belle) reaparece anos após ter sido sequestrada quando era adolescente. Enquanto um psiquiatra americano (Dustin Hoffman) tenta resolver o mistério na mente da desorientada Samantha, o detetive particular especialista em cobrança de dívidas Bruno Genko (Toni Servillo) decide investigar o caso após descobrir que está doente e tem pouco tempo de vida. 

Este praticamente desconhecido longa italiano tem como ponto principal o estilo sinistro da narrativa que foca na completa investigação que leva o detetive a cruzar o caminho de figuras bizarras do submundo. 

Se Dustin Hoffman dá credibilidade ao seu papel, o destaque principal fica com o sempre ótimo Toni Servillo, parceiro habitual do diretor Paolo Sorrentino que aqui está perfeito como o detetive cínico. 

A complexidade do roteiro leva a algumas situações que parecem não se encaixar, mas isso não atrapalha a jornada do espectador que gosta de filmes investigativos, tendo direito inclusive a clássica reviravolta no final.

Echo 3

 

Echo 3 (Echo 3, EUA, 2022) – Nota 6,5
Direção – Pablo Trapero, Mark Boal, Claudia Llosa & Jeffrey Nachmanoff
Elenco – Michiel Huisman, Luke Evans, Jessica Ann Collins, James Udom, Martins Gusman, Maria del Rosario, Elizabeth Anweis, Carlos Bardem, Juan Pablo Raba, Bradley Whitford, Franka Potente, Kate Burton.

A cientista Amber (Jessica Ann Collins) está trabalhando na selva no interior da Colômbia quando termina sequestrada por uma guerrilha que acredita que ela é uma espiã da CIA. A burocracia política para este tipo de negociação entre governo e terroristas leva o o marido (Michiel Huisman) e o irmão de Amber (Luke Evans) a agirem por conta própria, já que os dois são das Forças Especiais. 

Esta série ou minissérie, já que não se sabe se haverá outra temporada, começa com dois ótimos episódios mesclando o detalhamento do perfil dos personagens com competentes sequências de ação. O que tinha tudo para ser ótimo, aos poucos perde força com alguns episódios fracos, principalmente aqueles em que o foco é a relação da protagonista com os sequestradores. 

Pode ser coincidência, mas os melhores episódios foram dirigidos pelo argentino Pablo Trapero. Esta irregularidade nos episódios e algumas escolhas ruins que não convencem, como as péssimas líderes dos sequestradores e a confusa questão política envolvendo a jornalista vivida por Martina Gusman tiram muitos pontos no resultado.

Cilada Mortífera & Os Irmãos Rico

 

Cilada Mortífera (Murder by Contract, EUA, 1958) – Nota 7,5
Direção – Irving Lerner
Elenco – Vince Edwards, Phillip Pine, Herschel Bernardi, Caprice Toriel, Michael Granger.

Claude (Vince Edwards) decide iniciar uma carreira de matador de aluguel trabalhando para um agenciador. Com o objetivo de juntar um determinado valor para comprar uma casa em Ohio, Claude aceita uma proposta alta para assassinar uma pessoa em Los Angeles. Ao descobrir que o alvo é uma mulher, ele fica abalado, mas mesmo assim aceita finalizar o serviço. 

Este drama policial é o típico filme B com grande parte das sequências filmadas na rua e com um protagonista misterioso e gelado vivido por Vince Edwards. Os diálogos cínicos entre ele e dois bandidos que o acompanham na missão é outro ponto alto. As sequências dos assassinatos e das tentativas também são criativas, levando em conta o baixo orçamento. É um bom filme para que gosta do estilo.

Os Irmãos Rico (The Brothers Rico, EUA, 1957) – Nota 6,5
Direção – Phil Karson
Elenco – Richard Conte, Dianne Foster, Kathryn Grant, Larry Gates, James Darren, Argentina Brunetti, Lamont Johnson, Harry Bellaver, Paul Picerni.

Eddie Rico (Richard Conte) é um contador que abandonou a Máfia, mudou para Miami e administra uma rede de lavanderias. Quando seus irmãos que continuam na Máfia e vivem em Nova York se envolvem em um crime, Eddie é obrigado a voltar ao submundo para tentar salvá-los. 

Este drama policial tem um bom roteiro que explora o tema da dificuldade de um ex-criminoso em se afastar totalmente daquele mundo. O desenvolvimento da trama roda por algumas cidades enquanto o protagonista tenta resolver a situação, chegando até o clímax em Nova York. O filme perde alguns pontos pela falta de ação e o final que deixa um pouco a desejar.

Infiesto

 

Infiesto (Infiesto, Espanha, 2023) – Nota 5,5
Direção – Patxi Amezcua
Elenco – Isak Férriz, Iria del Rio, Antonio Bull, Juan Fernandez, Luis Zahera, José Manuel Poga.

Uma jovem desaparecida há quatro meses reaparece em uma estrada totalmente desorientada. Uma dupla de policiais (Isak Férriz e Iria del Rio) é designada para o caso. Enquanto as pistas levam a acontecimentos bizarros e personagens sinistros, eles também precisam enfrentar problemas pessoais relacionados a pandemia que estava começando. 

A premissa intrigante e o início da narrativa lembram a ótima “Trilogia de Baztan”, para aos poucos desandar completamente a trama com vários furos na investigação. Muito provavelmente para encaixar em uma hora e meia de duração, o roteiro parece correr ao passar de forma rasa por vários temas e situações, como a questão da pandemia que se mostra uma escolha oportunista que não agrega nada a história. É uma pena, a história tinha tudo para render um ótimo longa policial.