Direção – François Ozon
Elenco – Melvil Poupaud, Denis Ménochet, Swann Arlaud, Éric
Caravaca, François Marthouret, Bernard Verley, Josiane Balasko.
Lion, França, 2014. Alexandre Guérin (Melvil Poupaud)
trabalha em um banco, tem esposa e cinco filhos, porém vive atormentado pelos
abusos que sofreu quando criança.
Ele decide contar a história para a família e
entrar em contato com o cardeal da cidade (François Marthouret) em busca de um
encontro com seu agressor, o padre Bernard Preynat (Bernard Verley).
As
tentativas amigáveis de conversa com os representantes da Igreja se transformam em decepção por conta da falta de vontade dos envolvidos em pedir uma desculpa
pública ou expulsar o padre do seu cargo.
Guérin decide entrar com um processo
criminal, dando início a uma investigação e o aparecimento de várias pessoas
que também sofreram abuso, entre eles François Debord (Denis Ménochet), Giles
Perret (Érica Caravaca) e Emmanuel Thomassin (Swann Arlaud).
Baseado em uma
história real que teve uma espécie de final jurídico em 2019, este longa tem como ponto
mais triste do roteiro mostrar como um padre pedófilo mudou para sempre a vida
de várias crianças que se tornaram adultos com problemas psicológicos, alguns
deles sofrendo graves consequências.
O roteiro detalha a forma como vieram à
tona as acusações e principalmente as reações das vítimas. O personagem de
Debord seguiu a vida, mas procura vingança quando a história explode, enquanto
Thomassin levou uma vida de sofrimento, raiva e enfrentando até mesmo
convulsões.
Ao mostrar como várias pessoas dentro da Igreja sabiam dos abusos e
se calaram por medo, amizade ou tentaram esconder o que seria uma publicidade
negativa, fica claro como o corporativismo é terrível e existe mesmo dentro das
religiões.
A questão de utilizar o perdão citado na bíblia para
tentar fazer os acusadores se calarem é de uma total falta de caráter.
Não
interessa se o espectador seja ou não religioso, este filme é um daqueles que
incomodam e deixam claro que a maldade pode estar escondida em qualquer lugar.
3 comentários:
acho que a tentativa do filme é mostrar a conivência da igreja com esses crimes. a igreja em geral só transfere o padre de local que continua trabalhando e tendo acesso a crianças. um padre que nunca é preso. e que são inúmeros casos. no dia que assisti ao filme são paulo tinha uma denúncia de um padre pedófilo. não sei como esse caso está. tanto nque a igreja tentou impedir o lançamento do filme judicialmente.
Hugo, não sabia do enredo desse filme e não tive interesse de vê por conta do título.
Achei que era uma história "amémjesus".
Mas estou vendo pela sua resenha.
O que é estranho, sendo baseado numa história real é a vítima esperar anos e anos para fazer a denuncia, considerando que por muito anos o agressor continuou fazendo vítimas.
E a história para mim, perde o sentido.
Não vou colocar na minha lista.
Bjs,
Pedrita - Era uma espécie de procedimento comum a Igreja esconder o padre mudando o sujeito de paróquia. Realmente a Igreja tentou proibir o lançamento deste filme na França.
Liliane - É uma história real bem forte. Acredito que seja muito difícil para a vítima se expor.
Bjs
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