quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Johnny Vai à Guerra

Johnny Vai à Guerra (Johnny Got His Gun, EUA, 1971) – Nota 8
Direção – Dalton Trumbo
Elenco – Timothy Bottoms, Kathy Fields, Marsha Hunt, Jason Robards, Donald Sutherland, Charles McGraw.

Primeira Guerra Mundial. No primeiro dia no campo de batalha, o soldado Joe Bonham (Timothy Bottoms) é atingido em um bombardeio, perdendo braços, pernas e tendo o rosto desfigurado. De forma inacreditável, ele sobrevive e fica preso a uma cama no hospital militar. 

Sem poder falar, ouvir, cheirar ou se mexer, Johnny apenas sente. Os médicos acreditam que ele não tenha atividade cerebral e o mantém vivo como uma cobaia, apenas para analisar quanto tempo o corpo suportará sem que a pessoa possa interagir. A situação de Johnny desperta compaixão em uma enfermeira (Kathy Fields), que aos poucos tenta se comunicar com o pobre soldado. 

Clássico pacifista, este longa é uma crítica dolorosa ao absurdo da guerra e da falta de humanidade no atendimento médico. O desespero do soldado que não consegue se comunicar é de uma brutalidade única. 

Vale citar que o filme é o único trabalho como diretor de Dalton Trumbo, roteirista e escritor que foi perseguido pelo Macarthismo e que por muitos anos escreveu roteiros utilizando pseudônimos para driblar os inimigos. A vida de Trumbo neste período foi retratada há pouco tempo no cinema.   

2 comentários:

Liliane de Paula disse...

Fiquei curiosa de saber que falta de humanidade médica foi essa, no filme.
Eu já posso até ter cometido alguma, achando que estava fazendo o melhor.
Hoje, eu sei que uma pessoa com essas inúmeras lesões que o soldado sofreu, causaria desespero a quem tivesse ao lado dele.

Sim, a guerra é terrível.
E na maioria das vezes inúteis.
Mas a gente tem guerra aqui, todos os dias.

Vi um filme com Blake Lively de 2007 (Elvis e Anabelle, o despertar de um amor)horrível.
História cheia de mentiras.
Locações, lindas.

Hugo disse...

Liliane - A falta de humanidade no filme é de manterem o sujeito vivo apenas como uma espécie de cobaia, sem preocupação com o sofrimento dele. Os diálogos são dolorosos, principalmente aqueles em que "ouvimos" o pensamento do soldado.

É um filme cult e extremamente triste.