Um Grito de Liberdade (Cry Freedom, Inglaterra, 1987) – Nota
8
Direção –
Richard Attenborough
Elenco –
Kevin Kline, Penelope Wilton, Denzel Washington, Josette Simon, John Matshikzia,
John Thaw, Kevin McNally.
Na África do Sul, em meados dos anos setenta durante o
terrível Apartheid, Donald Woods (Kevin Kline) é o editor de um jornal considerado
liberal, mas que condena a ação do ativista político Steve Biko (Denzel
Washington), um dos líderes pelos direitos dos negros no país.
Quando Biko é
processado pelo governo e obrigado a ficar sob custódia em sua própria casa,
Woods consegue autorização para entrevistá-lo. O que Woods imaginava ser apenas
uma entrevista, se transforma em amizade e muda completamente a sua vida. Biko mostra
para Woods as atrocidades cometidas pelo governo, que começa a ver de forma
diferente o país em que vive. Quando Biko é assassinado na prisão e o governo
divulga que ele cometeu suicídio, Woods decide escrever um livro contando a
verdade, mas para isso precisa fugir do país com a família.
O também ator Richard
Attenborough marcou sua carreira de diretor com filmes longos e grandiosos como
“Uma Ponte Longe Demais” e biografias como “Chaplin” e “Gandhi”, que assim como
este “Um Grito de Liberdade”, se encaixam nos dois estilos.
Na época desta
produção, o opressivo regime do Apartheid ainda existia na África do Sul, sendo
totalmente abolido apenas em 1994, deixando antes um rastro de sangue, ódio e
violência que até hoje gera conseqüências na sociedade sul-africana.
O filme tem
um roteiro didático baseado no livro do próprio Donald Woods, mas que é
perfeito ao retratar a tomada de consciência do jornalista através dos diálogos
com Biko e pela escolha de mostrá-lo como uma pessoa comum que tomou uma
posição extremamente difícil, colocando em risco até mesmo sua família. As dúvidas
e o medo de Woods ficam claro em suas decisões e principalmente na complicada fuga com sua a família.
A força do longa está também nas
interpretações de Kevin Kline e Denzel Washington. Kline estava na melhor fase
da carreira e seria premiado no ano seguinte pelo papel de coadjuvante na ótima
comédia “Um Peixe Chamado Wanda”, enquanto Washington teve aqui seu primeiro
trabalho de destaque no cinema.
4 comentários:
Achei bem interessante a historia do filme, por acaso é baseado em fatos reais ?
Fernando - Isso mesmo, o filme é baseado em fatos reais. Na época do lançamento do filme, se falou muito sobre Steve Biko.
Abraço
O que mais me impressiona é ele ter sido lançando ainda durante o regime do Apartheid. Um filme corajoso que vai além do cinema, se tornando um importante registro histórico.
bjs
Amanda - Na época, a pressão pelo fim do Apartheid era grande no mundo inteiro, inclusive com a África do Sul sendo boicotada por outras pessoas.
O filme foi mais um forma de pressionar o país, que se seguiu com muitos artistas apoiando a causa, como Peter Gabriel que fez a música "Biko" que se tornou sucesso mundial.
Vi o filme no cinema na época.
Bjos
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