sábado, 3 de agosto de 2013

Cortando Custos

Cortando Custos (The Big One, EUA / Inglaterra, 1997) – Nota 7,5
Direção – Michael Moore
Documentário

Michael Moore chamou a atenção pela primeira vez com o documentário “Roger e Eu”, em que ele mostrava a realidade da sua cidade natal Flint, que fica no Estado de Michigan na divisa com o Canadá, tendo como fronteira o famoso lago Michigan.

Flint era também o local onde existia a primeira fábrica da General Motors, que no final dos anos oitenta decidiu encerrar as atividades e por conseqüência fez a cidade de Flint entrar em colapso por causa do desemprego. Moore perseguiu por meses o presidente da GM na época, Roger Smith, até que conseguiu entrevistá-lo.

O sucesso do doc abriu as portas da tv, com Moore criando o programa “TV Nation” e posteriormente comandou também um longa para o cinema chamado “Operação Canadá”, uma sátira sobre o capitalismo que resultava num inusitado conflito entre Canadá e Estados Unidos. O fracasso do longa provavelmente mostrou a Moore que seu estilo funcionaria melhor em documentário, o que resultou neste “Cortando Custos”.

O doc segue a viagem de Moore pelos Estados Unidos para divulgar seu livro “Downsize This!”, que mostrava como as corporações pagam salários e bônus milionários a seus executivos, enquanto exploram funcionários, sonegam impostos e fecham fábricas para aumentar o lucro.

O ponto alto é o encontro de Moore com Phil Knight, o então presidente da Nike, principalmente quando ele questiona porque uma empresa americana como a Nike não tinha sequer uma fábrica nos Estados Unidos e ainda utilizava crianças na produção em suas fábricas na Ásia .

Não é o melhor doc de Moore, mas funciona como retrato de uma época onde as demissões em massa e a mudança da produção das grandes empresas para Ásia estavam começando com a desculpa de que as empresas precisavam diminuir os custos para continuarem competitivas, o que na verdade tinha o objetivo de alavancar os lucros diminuindo gastos com matéria prima, instalações, salários e direitos trabalhistas.

Era o início da maldita terceirização que elevou o desemprego nos Estados Unidos e na Europa para a estratosfera.

Nenhum comentário: