Maria Cheia de Graça (Maria Full of Grace, Colômbia / EUA /
Equador, 2004) – Nota 7,5
Direção – Joshua Marston
Elenco – Catalina Sandino Moreno, Yenny Paola Vega, John
Alex Toro, Guilied Lopez, Patrícia Era, Wilson Guerrero.
A jovem Maria (Catalina Sandino Moreno) mora numa cidade do
interior da Colômbia e trabalha numa plantação de flores. A vida sem
perspectivas fica ainda mais complicada quando Maria descobre que está grávida
do imaturo namorado (Wilson Guerrero), sem contar que entra em conflito com seu
patrão e acaba sendo demitida.
Sonhando com uma vida melhor e vendo a luta de
sua irmã para cuidar de um filho sem pai, Maria decide viajar para Bogotá com a
amiga Blanca (Yenny Paola Vega) para procurar emprego e mudar sua história. Em
Bogotá, as amigas recebem uma proposta de Franklin (John Alex Toro), para
transportar drogas até Nova York. Precisando de dinheiro, elas aceitam o desafio e iniciam uma perigosa viagem junto com uma terceira pessoa, Lucy
(Guilied Lopez).
O roteiro do diretor estreante Joshua Marston é detalhista ao
descrever todo o processo de transporte de drogas pelas “mulas”, as pessoas que
engolem drogas embaladas com o objetivo de passar pela alfândega sem que o produto
seja detectado. O perfil da maioria das pessoas que aceitam este perigoso
trabalho são de gente desesperada por dinheiro, seja por viver na pobreza ou
até mesmo para pagar dívidas do próprio vício.
A primeira parte do filme mostra
como a falta de perspectivas dos jovens em locais pobres, aqui no caso a
Colômbia, os transforma em alvos para serem cooptados para o crime, com o longa
deixando claro que isso é uma escolha pessoal, não colocando as personagens
como vítimas.
A partir do momento em que começa a preparação para a viagem, o
filme se torna angustiante, começando com a pressão dos traficantes para as
mulas engolirem as drogas, isso numa sequência extremamente realista, passando
pelo medo das jovens em serem descobertas no aeroporto e finalmente no momento
em que precisam expelir as drogas, sem contar o risco delas estourarem dentro do
corpo.
Após este trabalho promissor, Marston dirigiu apenas alguns episódios de
seriados e em 2011 fez o ainda inédito por aqui “The Forgiveness of Blood”,
drama sobre um tradicional código de justiça na Albânia.
Vale destacar ainda a
bela atuação de Catalina Sandino Moreno, que se tornou a primeira colombiana a ser
indicada para o Oscar de Melhor Atriz.
3 comentários:
Esse é um filme bem real, por ter uma história bem real, que acontece todos os dias, em vários lugares do mundo. Gosto muito, particularmente, da atuação da Catalina Sandino Moreno, merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz.
Sempre li boas críticas sobre esse filme, mas ainda não tive oportunidade de assistir.
Kamila - É uma realidade retratada num bom filme.
Gilberto - É angustiante em algumas sequências, mas vale a sessão.
Abraço
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