sábado, 16 de agosto de 2014

Robocop (1987, 1990, 1993 & 2014)


Robocop (Robocop – O Policial do Futuro, EUA, 1987) – Nota 8
Direção – Paul Verhoeven
Elenco – Peter Weller, Nancy Allen, Dan O’Herlihy, Ronny Cox, Kurtwood Smith, Miguel Ferrer, Robert DoQui, Ray Wise, Paul McCrane, Jesse D. Goins, Del Zamora.

Em Detroit, num futuro próximo,  a megacorporação OCP falha ao testar um robô policial que seria a solução para diminuir a criminalidade na cidade. Para não perder um contrato milionário, a OCP decide criar um policial meio homem, meio robô. Para isso é necessário conseguir um “voluntário”, que surge quando o policial Murphy (Peter Weller) é baleado por uma gangue de traficantes e considerado morto. O policial é utilizado como cobaia e transformado em “Robocop”, que se torna o grande sucesso da empresa. O que eles não imaginavam é que alguns fatos fizessem com que a consciência humana de Murphy fosse reativada e suas memórias viessem à tona, fazendo com que o sujeito decida resolver seus problemas por vontade própria. 

Além das ótimas e violentas cenas de ação, especialidade de Verhoeven, o que ajudou no sucesso do longa foi o interessante roteiro que critica a ganância das corporações, a mídia, a corrupção e até o uso da ciência para fins de enriquecimento. 

Mesmo longe de ser um grande ator, o rosto duro de Peter Weller é perfeito para o policial robô, assim como estão competentes os vilões, com Ronny Cox como um dos cabeças da OCP, o puxa-saco sarcástico de Miguel Ferrer e o violento líder da gangue feito por Kurtwood Smith. 

Algumas cenas são clássicas, como o “fuzilamento” do policial Murphy e a sequência do bandido que derrete no ácido. 

Clássico absoluto dos anos oitenta.   

Robocop 2 (Robocop 2, EUA, 1990) – Nota 6,5
Direção – Irvin Kershner
Elenco – Peter Weller, Nancy Allen, Daniel O'Herlihy, Belinda Bauer, Tom Noonan, John Glover, Roger Aaron Brown, Gabriel Damon, Mark Rolston.

Um ano após os acontecimentos do filme original, a cidade de Detroit está ainda mais violenta, principalmente pela chegada de uma droga chamada Nuke, que vicia rapidamente deixando os usuários alucinados e violentos. 

Robocop tenta combater as várias gangues que traficam o produto, que é distribuído por um maluco chamado Cain (Tom Noonan). Em paralelo, a corporação que criou Robocop está prestes a falir. A chance de salvar a empresa surge através de uma cientista (Belinda Bauer), que tem o projeto de criar um novo Robocop, ainda mais forte e violento que o original. 

O sucesso do filme de Verhoeven gerou esta inevitável sequência que apresenta uma trama fraca que serve apenas como escada para as cenas de ação. Toda a critica embutida no roteiro do primeiro filme inexiste aqui, o que vemos são violentas sequências de ação e diálogos engraçadinhos que resultam num filme pipoca sem conteúdo, daqueles que divertem sem se exigir muito. 

Como curiosidade, o roteiro foi escrito por Frank Miller, o homem do cult “Sin City”. E como informação, este foi o último longa do diretor israelense Irwin Kershner, que deixou como grande trabalho da carreira o melhor filme da série “Star Wars”, o clássico “O Império Contra Ataca”.  

Robocop 3 (Robocop 3, EUA, 1993) – Nota 4
Direção – Fred Dekker
Elenco – Robert John Burke, Nancy Allen, CCH Pounder, Rip Torn, Mako, John Castle.

Para evitar a falência, a corporação OCP é vendida para um grupo japonês liderado por Kanemitsu (Mako), que tem como principal objetivo levar adiante o projeto de transformar a decadente Detroit na futurista Delta City. Para isso, a OCP cria uma espécie de grupo paramilitar liderado por um sádico (John Castle), que tem a missão de expulsar os moradores de algumas áreas, que por seu lado tentam defender suas casas. No meio da disputa surge Robocop (Robert John Burke), que se une aos moradores para enfrentar a corporação. Percebendo o problema em que se meteu, Kanemitsu envia um robô policial made in Japão para enfrentar Robocop. 

O roteiro absurdo foi novamente escrito por Frank Miller, agora em parceria com o diretor Fred Dekker, que por seu lado tinha no currículo o terror cult “A Noite dos Arrepios” e o péssimo “Deu a Louca nos Monstros”. A dupla conseguiu enterrar a carreira do personagem no cinema, pelo menos até 2014. Algumas decisões malucas deixaram o filme ainda pior, como trocar a mão do Robocop por uma metralhadora e até fazer o personagem voar. 

O ator Peter Weller desistiu de voltar ao papel alegando que estava com problemas na coluna e que não poderia usar a armadura do personagem. Sendo verdade ou não, ele se livrou de uma grande bomba, que caiu no colo de Robert John Burke, ator que não se firmou como protagonista, fazendo carreira como coadjuvante em seriados de tv.

Robocop (Robocop, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – José Padilha
Elenco – Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Abbie Cornish, Jackie Earle Haley, Michael K. Williams, Jennifer Ehle, Jay Baruchel, Marianne Jean Baptiste, Samuel L. Jackson, Aimee Garcia.

José Padilha merece os elogios pela coragem de estrear em Hollywood aceitando comandar a refilmagem de um longa que é um verdadeiro ícone pop. O “Robocop” do holandês Paul Verhoeven foi um dos filmes de ação e ficção mais importantes da década de oitenta, o que num mundo perfeito não seria necessário um remake. O resultado desta nova versão fica no meio do caminho, longe de ser ruim, mas também inferior ao original. 

As mudanças não trama são normais, algumas interessantes como a importância do canastrão âncora de tv interpretado por Samuel L. Jackson, enquanto outras escolhas são ruins, como a previsível sequência final. Os problemas surgem também em alguns personagens que não convencem, como o vilão de Michael Keaton e o executivo engraçadinho de Jay Baruchel, este totalmente deslocado no meio da trama. 

Além de Samuel L. Jackson, o destaque fica por conta do cientista interpretado por Gary Oldman, além das cenas de ação e dos ótimos efeitos especiais. O protagonista Joel Kinnaman deixa a impressão de ser um ator sem carisma, ainda mais fraco que Peter Weller, protagonista do original. Weller pelo menos tinha uma voz marcante e um rosto duro, quase como um vilão. 

Para quem gosta do original, este remake diverte mas deixa um sabor de repeteco.  

7 comentários:

Pedrita disse...

direto do tunel do tempo. não me arrisquei de ver o atual. apesar que quero ver o trabalho do diretor. beijos, pedrita

renatocinema disse...

Concordo com todas as notas.....

Primeiro, de 87 é disparado um clássico.

O resto é meio comum.....o novo agradável.

! Marcelo Cândido ! disse...

O de 2014 até me surpreendeu!3

Amanda Aouad disse...

Retrospectiva completa, rs. Pois é, o primeiro é um ícone, os outros dois descem a ladeira. O terceiro, então, prefiro esquecer. Mas, gostei da nova versão de Padilha, ele levou em um viés diferente e me surpreendeu.

bjs

Hugo disse...

Pedrita - O atual é correto, mas longe de ser tão bom como o original.

Renato - Seria muito difícil superar o original.

Marcelo - É um bom filme, mas perde na comparação.

Amanda - Foi uma boa estreia de Padilha em Hollywood. Vamos ver seus próximos trabalhos.

Abraço

Bússola do Terror disse...

Nossa! Como isso aí passava nos anos 90 na Globo!

Hugo disse...

Léo - Robocop passou dezenas de vezes na tv.

Abraço