quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ela

Ela (Her, EUA, 2013) – Nota 8
Direção – Spike Jonze
Elenco – Joaquin Phoenix, Amy Adams, Scarlett Johansson, Olivia Wilde, Matt Letscher, Rooney Mara, Chris Pratt.

Num futuro próximo, Theodore (Joaquin Phoenix) trabalha em uma empresa escrevendo cartas para pessoas que não tem tempo ou criatividade para escrever mensagens para seus pares ou amigos. Na verdade, Theodore cria o texto e dita para o computador que escreve por ele. 

Solitário após ter se separado da namorada (Rooney Mara), Theodore tem dificuldades em lidar com seus sentimentos e se relacionar com as pessoas. Os poucos que se aproximam dele é um colega de trabalho que admira seu talento de escritor (Chris Pratt) e o casal Amy (Amy Adams) e Charles (Matt Letscher), que tenta lhe arrumar uma nova namorada. 

A solidão de Theodore começa a diminuir quando ele adquire um novo programa de computador que promete agir como uma pessoa de verdade. Rapidamente ele cria um laço com a voz feminina do programa que se autodenomina Samantha (voz de Scarlett Johansson). Inteligente e divertida, “a voz” desperta um forte sentimento em Theodore, dando inicio a uma inusitada relação. 

O cinema de Spike Jonze é algo estranho e ao mesmo tempo extremamente criativo, como comprovam os ótimos “Quero Ser John Malkovich” e “Adapatação”. Neste “Ela”, o diretor e roteirista cria uma história de amor que pode ser considerada também uma crítica a dificuldade cada vez maior que o ser humano tem em se relacionar, muitas vezes substituindo o contato física pela relação virtual. 

O cenário aparentemente absurdo inventado por Jonze não está longe de se tornar real, hoje já vemos pessoas que se apaixonam a distância, apenas pela voz, foto ou troca de textos na internet, sem nunca ter encontrado o parceiro. 

É curioso comparar como Jonze descreve o relacionamento do personagem de Joaquin Phoenix com a voz como sendo muito mais verdadeiro que a relação fria entre os personagens de Amy Adams e Matt Letscher. 

O sucesso do filme também deve ser creditado a mais uma ótima interpretação de Joaquin Phoenix, ator que não tem medo de se arriscar em papéis que fogem do lugar comum. 

O resultado é um filme diferente, com um ritmo que chega a ser lento em alguns momentos e uma história que agradará ao espectador que curte experiências cinematográficas diferentes.  

6 comentários:

Amanda Aouad disse...

Um filme extremamente sensível e que traduz muito de nossa época. Joaquin Phoenix está mesmo ótimo, mas destacaria também Scarlett Johansson que passa em sua voz toda emoção necessária para nos tornamos íntimos de Samantha. Ela poderia cair no estereótipo de uma voz sensual, mas não, é amigável, aconchegante, bacana.

bjs

Bruna Bianconi disse...

Filme maravilhoso, dos últimos "lançamentos" o meu favorito.

Toda vez que assisto é um baque novo, fico com um nó em mim e não consigo parar de pensar no filme por uma semana, haha

Excelente atuação, trilha sonora e roteiro!

! Marcelo Cândido ! disse...

O filme é uma experiência interessante !

Gustavo disse...

Pra mim, a obra-prima de Jonze. De uma sensibilidade e uma originalidade ímpares. Concordo com o elogio a Phoenix, que tirou o personagem de letra, pra variar.

Hugo disse...

A todos - Realmente é um belíssimo e surpreendente filme. Outro grande acerto na carreira de Spike Jonze.

Abraço

Pedrita disse...

ah vc viu faz tempo. eu acho q o protagonista estava em forte depressão. o SO é feito para se adequar a pessoa e ser tudo o q a pessoa quer e precisa. aí está o grande perigo. se torna um sonho de consumo pq nao contesta nada. verdade, joaquim phoenix se entrega ao personagem, nao tem medo do ridículo nas cenas q corre em locais públicos. tb gostei muito. beijos, epdrita