Nos anos cinquenta foram produzidos diversos filmes de baixo orçamento no gênero ficção científica, gerando alguns clássicos como "A Guerra dos Mundos", "O Dia em que a Terra Parou" e "O Monstro do Ártico". Os temas eram basicamente os mesmos, contato com alienígenas que chegavam à Terra e eram vistos como ameaça ou através de missões com destino a outros planetas, sendo que o Marte era o escolhido pela a maioria das produções.
Nesta postagem eu cito três filmes deste período, sendo o mais importante deles "O Planeta Proibido", longa citado em diversas listas com um dos melhores do gênero na época.
Para quem gosta do gênero e tem acesso ao Canal TCM, a dica é ficar de olho na programação que foca filmes antigos e regularmente inclui na grade longas antigos de ficção.
O Planeta Proibido (Forbidden Planet, EUA, 1956) – Nota 7,5
Direção – Fred M. Wilcox
Elenco – Walter Pidgeon, Anne Francis, Leslie Nielsen, Warren Stevens, Jack Kelly, Richard Anderson, Earl Holliman.
Este clássico da ficção B utiliza a idéia da peça “A Tempestade” de Shakespeare para contar a história de uma nave espacial de resgaste comandada por J. J. Adams (Leslie Nielsen), que tem a missão de verificar o que aconteceu no Planeta Altair IV que foi colonizado há mais de vinte anos, mas que perdeu o contato com a Terra. Chegando no estranho planeta, a tripulação descobre que estão vivos apenas o Dr. Morbius (Walter Pidgeon) e sua filha Alta (Anne Francis) e que todas as outras pessoas foram mortas por uma estranha força. Ainda terão de enfrentar a resistência do Dr. Morbius que parece não quer receber visitantes.
O grande trunfo do filme sem dúvida é o belo desenho de produção, que lembra outro clássico da época, “Guerra dos Mundos” e com um belo colorido e bons efeitos especiais, o filme é uma ótima pedida para quem gosta do gênero. A grande curiosidade é ver Leslie Nielsen, conhecido há quase trinta anos apenas por papéis em comédias, aqui bem jovem vivendo o oficial sério e galã por quem a mocinha Anne Francis se apaixona. Outro detalhe interessante é o figurino da garota, que usa uma espécie de mini-saia antes mesmo desta ser inventada.
O Homem do Planeta X (The Man from Planet X, EUA, 1951) – Nota 5,5
Direção – Edgar G. Ulmer
Elenco – Robert Clarke, Margareth Field, Raymond Bond, William Schallert.
O jornalista John Lawrence (Robert Clark) é convidado pelo veterano Professor Elliott (Raymond Bond) para visitá-lo numa afastada ilha na Inglaterra, onde ele teve uma descoberta importante. Chegando no local, John encontra a filha do professor, Enid (Margareth Field) e um ex-aluno, o ambicioso Dr, Mears (William Schallert). O professor descobriu um planeta desconhecido está se deslocando em direção à Terra e deseja a presença do jornalista para registrar o fato. A questão muda, quando numa noite a jovem Enid encontra uma espécie de nave pousada atrás de uma colina e nela um ser estranho, que utiliza uma roupa especial ligada a um tubo para respirar. A princípio eles tentam dialogar com o ser e o levam para o laboratório, porém a ambição do Dr. Mears e um segredo que o alienígena carrega levará a um conflito.
O longa é uma ficção de baixo orçamento, com cenários precários, como por exemplo uma colina onde os personagens passam diversas vezes ao longo do filme, um elenco pequeno com alguns coadjuvantes bem fracos e uma história comum ao gênero, com o contato entre humanos e alienígenas acabando em conflito. Vale apenas como curiosidade para quem gosta do gênero.
O Planeta Vermelho Ameaçador (The Angry Red Planet, EUA, 1959) – Nota 4,5
Direção – Ib Melchior
Elenco – Gerald Mohr, Nora Hayden, Les Tremayne, Jack Kruschen, Paul Hahn, J. Edward McKinley.
Um foguete enviado para a Marte com quarto tripulantes perde contato com a Terra durante dias e de repente reaparece conseguindo pousar. Entretanto, retornam apenas a Dra. Iris Ryan (Nora Hayden) e o Coronel Thomas O’Bannion (Gerald Morh), ela em choque e o oficial infectado por algo desconhecido. Os médicos através do uso de drogas faz com que a Dra. Iris relembre o ocorrido e em flashback o espectador descobrirá o que aconteceu em Marte.
Esta ficção de baixo orçamento tem um ritmo lento, com grande parte das cenas se passando dentro do foguete e utilizando uma terrível cor vermelha quando os tripulantes resolvem explorar Marte, onde vemos uma espécie de floresta e criaturas que lembram os filmes de Ed Wood. Além disso os diálogos são péssimos e o elenco canastrão ao extremo.
4 comentários:
Gostei do post, parabéns. Esses filmes antigos tinham uma criatividade incrível. Remakes de sucessos da época como O dia em que a Terra parou e Guerra dos Mundos, perderam o encanto por investir tanto em tecnologia e esquecer o resto.
Quero ver os três citados. Gosto do estilo!
A refilmagem de O Dia em que a Terra Parou beira o lamentável. Meu Deus, o que é o Keanu Reeves no longa?
Abraços.
Amanda - Obrigada, concordo, antigamente se dava uma maior importância a história e a criatividade era arma contra a falta de recursos. Hoje tudo é feito no computador e muitos acabam acreditando que apenas isso bastas, esquecendo do roteiro.
Sebo - Se você gosta do gênero, procure assistir.
Jenifer - Como grande parte das refilmagens, acabou sendo um filme descartável.
Abraço a todos
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