Robocop
(Robocop – O Policial do Futuro, EUA, 1987) – Nota 8
Direção – Paul Verhoeven
Elenco –
Peter Weller, Nancy Allen, Dan O’Herlihy, Ronny Cox, Kurtwood Smith, Miguel
Ferrer, Robert DoQui, Ray Wise, Paul McCrane, Jesse D. Goins, Del Zamora.
Em Detroit, num futuro próximo, a megacorporação OCP falha ao testar um robô
policial que seria a solução para diminuir a criminalidade na cidade. Para não
perder um contrato milionário, a OCP decide criar um policial meio homem, meio
robô. Para isso é necessário conseguir um “voluntário”, que surge quando o
policial Murphy (Peter Weller) é baleado por uma gangue de traficantes e
considerado morto. O policial é utilizado como cobaia e transformado em
“Robocop”, que se torna o grande sucesso da empresa. O que eles não imaginavam
é que alguns fatos fizessem com que a consciência humana de Murphy fosse
reativada e suas memórias viessem à tona, fazendo com que o sujeito decida
resolver seus problemas por vontade própria.
Além das ótimas e violentas cenas
de ação, especialidade de Verhoeven, o que ajudou no sucesso do longa foi o
interessante roteiro que critica a ganância das corporações, a mídia, a
corrupção e até o uso da ciência para fins de enriquecimento.
Mesmo longe de
ser um grande ator, o rosto duro de Peter Weller é perfeito para o policial
robô, assim como estão competentes os vilões, com Ronny Cox como um dos cabeças
da OCP, o puxa-saco sarcástico de Miguel Ferrer e o violento líder da gangue
feito por Kurtwood Smith.
Algumas cenas são clássicas, como o “fuzilamento” do
policial Murphy e a sequência do bandido que derrete no ácido.
Clássico
absoluto dos anos oitenta.
Robocop 2
(Robocop 2, EUA, 1990) – Nota 6,5
Direção –
Irvin Kershner
Elenco –
Peter Weller, Nancy Allen, Daniel O'Herlihy, Belinda Bauer, Tom Noonan, John
Glover, Roger Aaron Brown, Gabriel Damon, Mark Rolston.
Um ano após
os acontecimentos do filme original, a cidade de Detroit está ainda mais
violenta, principalmente pela chegada de uma droga chamada Nuke, que vicia
rapidamente deixando os usuários alucinados e violentos.
Robocop tenta combater as várias gangues que traficam o produto,
que é distribuído por um maluco chamado Cain (Tom Noonan). Em paralelo, a
corporação que criou Robocop está prestes a falir. A chance de salvar a empresa
surge através de uma cientista (Belinda Bauer), que tem o projeto de criar um
novo Robocop, ainda mais forte e violento que o original.
O sucesso do filme de
Verhoeven gerou esta inevitável sequência que apresenta uma trama fraca que serve apenas como escada para
as cenas de ação. Toda a critica embutida no roteiro do primeiro filme inexiste
aqui, o que vemos são violentas sequências de ação e diálogos engraçadinhos que
resultam num filme pipoca sem conteúdo, daqueles que divertem sem se exigir
muito.
Como curiosidade, o roteiro foi escrito por Frank Miller, o homem do
cult “Sin City”. E como informação, este foi o último longa do diretor israelense
Irwin Kershner, que deixou como grande trabalho da carreira o melhor filme da
série “Star Wars”, o clássico “O Império Contra Ataca”.
Robocop 3
(Robocop 3, EUA, 1993) – Nota 4
Direção –
Fred Dekker
Elenco –
Robert John Burke, Nancy Allen, CCH Pounder, Rip Torn, Mako, John Castle.
Para evitar
a falência, a corporação OCP é vendida para um grupo japonês liderado por
Kanemitsu (Mako), que tem como principal objetivo levar adiante o projeto de transformar
a decadente Detroit na futurista Delta City. Para isso, a OCP cria uma espécie
de grupo paramilitar liderado por um sádico (John Castle), que tem a missão de
expulsar os moradores de algumas áreas, que por seu lado tentam defender suas
casas. No meio da disputa surge Robocop (Robert John Burke), que se une aos
moradores para enfrentar a corporação. Percebendo o problema em que se meteu,
Kanemitsu envia um robô policial made in Japão para enfrentar Robocop.
O
roteiro absurdo foi novamente escrito por Frank Miller, agora em parceria com o
diretor Fred Dekker, que por seu lado tinha no currículo o terror cult “A Noite
dos Arrepios” e o péssimo “Deu a Louca nos Monstros”. A dupla conseguiu enterrar a carreira do personagem no cinema, pelo menos
até 2014. Algumas decisões malucas deixaram o filme ainda pior, como trocar a
mão do Robocop por uma metralhadora e até fazer o personagem voar.
O ator Peter
Weller desistiu de voltar ao papel alegando que estava com problemas na coluna
e que não poderia usar a armadura do personagem. Sendo verdade ou não, ele se
livrou de uma grande bomba, que caiu no colo de Robert John Burke,
ator que não se firmou como protagonista, fazendo carreira como coadjuvante em
seriados de tv.
Robocop (Robocop, EUA, 2014) – Nota 7
Direção – José Padilha
Elenco – Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Abbie Cornish, Jackie Earle Haley, Michael K. Williams, Jennifer Ehle, Jay Baruchel, Marianne Jean Baptiste, Samuel L. Jackson, Aimee Garcia.
José Padilha merece os elogios pela coragem de estrear em Hollywood aceitando comandar a refilmagem de um longa que é um verdadeiro ícone pop. O “Robocop” do holandês Paul Verhoeven foi um dos filmes de ação e ficção mais importantes da década de oitenta, o que num mundo perfeito não seria necessário um remake. O resultado desta nova versão fica no meio do caminho, longe de ser ruim, mas também inferior ao original.
As mudanças não trama são normais, algumas interessantes como a importância do canastrão âncora de tv interpretado por Samuel L. Jackson, enquanto outras escolhas são ruins, como a previsível sequência final. Os problemas surgem também em alguns personagens que não convencem, como o vilão de Michael Keaton e o executivo engraçadinho de Jay Baruchel, este totalmente deslocado no meio da trama.
Além de Samuel L. Jackson, o destaque fica por conta do cientista interpretado por Gary Oldman, além das cenas de ação e dos ótimos efeitos especiais. O protagonista Joel Kinnaman deixa a impressão de ser um ator sem carisma, ainda mais fraco que Peter Weller, protagonista do original. Weller pelo menos tinha uma voz marcante e um rosto duro, quase como um vilão.
Para quem gosta do original, este remake diverte mas deixa um sabor de repeteco.
7 comentários:
direto do tunel do tempo. não me arrisquei de ver o atual. apesar que quero ver o trabalho do diretor. beijos, pedrita
Concordo com todas as notas.....
Primeiro, de 87 é disparado um clássico.
O resto é meio comum.....o novo agradável.
O de 2014 até me surpreendeu!3
Retrospectiva completa, rs. Pois é, o primeiro é um ícone, os outros dois descem a ladeira. O terceiro, então, prefiro esquecer. Mas, gostei da nova versão de Padilha, ele levou em um viés diferente e me surpreendeu.
bjs
Pedrita - O atual é correto, mas longe de ser tão bom como o original.
Renato - Seria muito difícil superar o original.
Marcelo - É um bom filme, mas perde na comparação.
Amanda - Foi uma boa estreia de Padilha em Hollywood. Vamos ver seus próximos trabalhos.
Abraço
Nossa! Como isso aí passava nos anos 90 na Globo!
Léo - Robocop passou dezenas de vezes na tv.
Abraço
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