sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Abrigo Nuclear

Abrigo Nuclear (Brasil, 1981) – Nota 7
Direção – Roberto Pires
Elenco – Conceição Senna, Sasso Alano, Roberto Pires, Ronny Pires, Sandra Martins, Norma Bengell.

Em um futuro próximo, para fugir da poluição radioativa na Terra, os sobreviventes passaram a viver em um abrigo subterrâneo. Comandados com mão de ferro por Avo (Conceição Senna), as pessoas se vestem iguais e cumprem as ordens narradas diariamente. 

Durante uma exploração na superfície, Lat (o diretor Roberto Pires) percebe que algo estranho está ocorrendo e que pode resultar em consequências perigosas para as pessoas no abrigo. 

Ao retornar para o abrigo, Lat é proibido de investigar a situação por Avo e pressionado a ficar calado. Decidido, Lat se une a outras pessoas inconformadas por estarem "presas" no local e iniciam uma conspiração para descobrir a verdade sobre a vida na superfície Terra. 

Utilizando ideias dos filmes de ficção B dos anos cinquenta, com o estilo dos anos setenta, o diretor baiano Roberto Pires conseguiu criar com perfeição um abrigo nuclear asséptico, com corredores largos e efeitos especiais competentes para a época, principalmente por terem sido produzidos no Brasil. Vale citar ainda o estranho carro criado pelo diretor e utilizado pelo personagem principal nas expedições na superfície. 

O roteiro também explora com inteligência o totalitarismo comum as sociedades futuristas retratadas no cinema, sempre em conflito com a liberdade desejada pelo ser humano, além da preocupação com a poluição do planeta e a questão do medo de uma guerra nuclear que ainda era grande em 1981. 

Mesmo com interpretações teatrais, o filme vale a sessão por ser uma rara obra brasileira de ficção com qualidade. 

Descobri este surpreendente filme através do site CinePipocaCult da amiga Amanda.

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

Que bom que gostou, Hugo. Sem dúvidas é uma pérola do nosso cinema pelo inusitado e pela visão de Roberto Pires. Vale conhecer e divulgar. O filho dele, Petrus Pires, fez um documentário sobre a produção do longa do pai e é interessante ver como tudo foi bem pensado. Por enquanto está sendo exibido em Festivais, mas tomara que chegue a grandes públicos.

bjs

Hugo disse...

Amanda - O doc deve ser interessante, realmente Roberto Pires foi criativo, competente e corajoso as filmar uma ficção no Brasil, um gênero que praticamente não existia no nosso cinema naquela época.

Bjos