Abrigo Nuclear (Brasil, 1981) – Nota 7
Direção – Roberto Pires
Elenco – Conceição Senna, Sasso Alano, Roberto Pires, Ronny
Pires, Sandra Martins, Norma Bengell.
Em um futuro próximo, para fugir da poluição radioativa na Terra, os
sobreviventes passaram a viver em um abrigo subterrâneo. Comandados com mão de
ferro por Avo (Conceição Senna), as pessoas se vestem iguais e cumprem as
ordens narradas diariamente.
Durante uma exploração na superfície, Lat (o
diretor Roberto Pires) percebe que algo estranho está ocorrendo e que pode
resultar em consequências perigosas para as pessoas no abrigo.
Ao retornar para o abrigo, Lat é proibido de investigar a situação por
Avo e pressionado a ficar calado. Decidido, Lat se une a
outras pessoas inconformadas por estarem "presas" no local e iniciam uma conspiração para descobrir a verdade
sobre a vida na superfície Terra.
Utilizando ideias dos filmes de ficção B dos
anos cinquenta, com o estilo dos anos setenta, o diretor baiano Roberto Pires
conseguiu criar com perfeição um abrigo nuclear asséptico, com corredores largos e
efeitos especiais competentes para a época, principalmente por terem sido
produzidos no Brasil. Vale citar ainda o estranho carro criado pelo diretor e utilizado pelo personagem principal nas expedições na
superfície.
O roteiro também explora com inteligência o totalitarismo comum as
sociedades futuristas retratadas no cinema, sempre em conflito com a liberdade desejada
pelo ser humano, além da preocupação com a poluição do planeta e a questão do
medo de uma guerra nuclear que ainda era grande em 1981.
Mesmo com interpretações
teatrais, o filme vale a sessão por ser uma rara obra brasileira de ficção com
qualidade.
Descobri este surpreendente filme através do site CinePipocaCult da amiga Amanda.
2 comentários:
Que bom que gostou, Hugo. Sem dúvidas é uma pérola do nosso cinema pelo inusitado e pela visão de Roberto Pires. Vale conhecer e divulgar. O filho dele, Petrus Pires, fez um documentário sobre a produção do longa do pai e é interessante ver como tudo foi bem pensado. Por enquanto está sendo exibido em Festivais, mas tomara que chegue a grandes públicos.
bjs
Amanda - O doc deve ser interessante, realmente Roberto Pires foi criativo, competente e corajoso as filmar uma ficção no Brasil, um gênero que praticamente não existia no nosso cinema naquela época.
Bjos
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