Alemão (Brasil, 2014) – Nota 7
Direção – José Eduardo Belmonte
Elenco – Caio Blat, Gabriel Braga Nunes, Milhem Cortaz,
Octávio Muller, Marcelo Melo Jr, Cauã Reumond, Antônio Fagundes, Mariana Nunes,
Jefferson Brasil, Marco Sorriso, Aisha Jambo, Micael Borges.
Em 2010, durante a operação de instalação da UPP (Unidade de
Polícia Pacificadora) no Complexo do Alemão, um motoboy é parado por
traficantes e deixa cair um mochila contendo arquivos com informações sobre
quatro policiais (Caio Blat, Milhem Cortaz, Gabriel Braga Nunes e Marcelo Melo Jr) que vivem disfarçados na favela. Os traficantes entregam os
arquivos para o chefão conhecido como Playboy (Cauã Reymond), que na mesma hora
autoriza o assassinato dos policiais.
Cada um dos policiais percebe algo de
estranho e todos conseguem fugir até um local seguro, a pizzaria de Doca
(Octávio Muller), outro policial infiltrado na favela, porém que não constava
nos arquivos em poder dos traficantes. Presos numa pequena sala nos fundos da
pizzaria à espera de ajuda do superior, o delegado Valadares (Antônio
Fagundes), mas sem ter como entrar em contato com o sujeito, a tensão entre os
cinco policiais cresce com o passar do tempo e pelo medo de serem localizados
pelos bandidos.
O roteiro utiliza a história real da ocupação da enorme favela
para criar uma trama de ficção que tem como ponto principal a claustrofobia
causada pelo pequeno espaço onde os policiais são obrigados a se esconder,
junto com o medo de enfrentar os traficantes e morrer.
A câmera nervosa do
diretor José Eduardo Belmonte aumenta esta sensação de claustrofobia, chegando
a exagerar nas tomadas nos rostos dos personagens. Não sou apreciador deste estilo, mas reconheço que neste
filme ele funciona perfeitamente.
Como a trama explora o gênero de filmes sobre
favelas, que já rendeu várias obras nos últimos doze anos, parte da crítica e
do público não mostrou boa vontade com este trabalho, o que a meu ver é um
erro, não por ser um ótimo longa, mas por ser competente na proposta de prender
a atenção do público através da tensão.
O elenco tem altos e baixos, com
interpretações ruins de Antônio Fagundes e Gabriel Braga Nunes e destaques para
Octávio Muller e principalmente Milhem Cortaz, este último que cria o
personagem mais forte da trama.
Mesmo com algumas falhas, o roteiro acerta também ao
criar um passado para os policiais, mostrando as motivações e o porquê de cada
um deles ter aceitado o perigoso trabalho.
Quando assisto um filme não me preocupo se ele
faz parte de um gênero saturado, na minha opinião o que interessa é a obra em
si. Pensando desta forma, este “Alemão” vale a sessão.
3 comentários:
Também acho bobagem rotular ou analisar um filme pelo gênero. Acho que Alemão tem pontos interessantes, tanto quanto problemas. O pior deles é o desenho de som, que é péssimo.
Os policiais são bem construídos, mas os bandidos não. E acho que ele falha no final. Mas, de fato, não é um filme ruim.
bjs
Amanda - Eu esqueci de comentar isso no texto, realmente o som estava muito ruim em algumas passagens, principalmente nos diálogos da primeira parte dentro da pizzaria.
Bjos
é um bom filme. mencionei esse seu post no meu sobre o filme. beijos, pedrita
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