Kids (Kids, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Larry Clark
Elenco – Leo Fitzpatrick, Justin Pierce, Chloe Sevigny,
Rosario Dawson.
Em Nova York, vários adolescentes passam o tempo bebendo,
usando drogas e fazendo sexo sem proteção. O personagem principal é Telly (Leo Fitzpatrick), um adolescente com atitudes de canalha que tem como
objetivo transar com o maior número possível de garotas virgens e depois se
vangloriar das conquistas com o amigo Casper (Justin Pearce).
Uma das garotas
que ele deflorou foi Jennie (Chloe Sevigny), que ao acompanhar a amiga Ruby
(Rosario Dawson) para fazer um teste de HIV, descobre ser portadora do vírus.
A ironia é que Jenny teve apenas um parceiro, enquanto Ruby transou com vários
garotos sem proteção e não está infectada. Atordoada com a notícia, Jenny decide
procurar Telly para contar sobre a o problema, ao mesmo tempo em que o garoto
já tem outra menina virgem como objetivo sexual.
O então fotógrafo Larry Clark
estreou como diretor neste polêmico longa que chegou a ser proibido em alguns
países por mostrar adolescentes em cenas fortes de sexo simulado, além dos diálogos diretos sobre sexo. Era uma realidade que muitos não queriam encarar nos anos
noventa, de que os adolescentes estavam fazendo sexo cada vez mais cedo e que a
AIDS era uma grande ameaça para estes jovens.
A forma nua e crua com que o
diretor abordou o tema também assustou público e crítica. Mesmo após vinte anos, ainda é forte a cena em que várias adolescentes na
faixa de doze a catorze anos falam abertamente sobre suas experiências sexuais,
como se fossem mulheres maduras, sem contar a chocante sequência final.
O filme
revelou as atrizes Chloe Sevigny e Rosario Dawson, que ainda eram adolescentes
e também o ator Leo Fitzpatrick, que não chegou a ser famoso, mas que teve papel
interessante na série “The Wire”.
Este longa pode ser considerado o primeiro de
uma trilogia comandada por Clark sobre o mundo adolescente, composta ainda por “Bully” que foca a
violência e “Ken Park” que tem como ponto principal o sexo como distúrbio de
comportamento.
Analisando como cinema, estas obras não são grandes filmes, o que
chama a atenção é a coragem de mostrar situações que a sociedade prefere esconder debaixo do tapete.
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