A Faca na Água (Nóz W Wodzie, Polônia, 1962) – Nota 8
Direção – Roman Polanski
Elenco – Leon Niemczyk, Jolanta Umecka, Zygmunt Malanowicz.
O casal Andrzej (Leon Niemczyk) e Krystyna (Jolanta Umecka)
está viajando de carro por uma estrada no interior da Polônia quando um jovem
(Zygmunt Malanowicz) praticamente se joga na frente do automóvel pedindo
carona. O fato irrita Andrzej, que em seguida de forma surpreendente decide dar
carona ao sujeito. Ao chegaram num pier à beira de um lago isolado onde o casal
tem um pequeno barco, Andrzef novamente surpreende ao convidar o jovem para
velejar com eles. Sem tem o que fazer, seduzido pela chance de aproveitar um
estilo de vida diferente do seu e também atraído pela bela Krystyna, o jovem embarca
no passeio que aos poucos se transforma numa disputa entre os dois sujeitos.
Este longa que marcou a estreia de Roman Polanski atrás das câmeras, chamou a
atenção da crítica e colocou o nome do diretor no cenário mundial, abrindo caminho
para realizar o clássico “Repulsa ao Sexo”.
Por ser o primeiro
trabalho na direção, o longa surpreende pela firmeza de Polanski e
principalmente por contar uma história simples recheada de pequenos detalhes
que fazem toda a diferença no resultado. Os olhares entre o trio de
protagonistas, as cenas em que a bela Krystyna aparece de biquíni ou com a
silhueta nua e os diálogos cheios de ironia e dupla sentido são exemplos.
Os
personagens se mostram complexos, como o marido que está chegando na meia-idade
e que tenta se mostrar forte para esconder a insegurança no casamento. Ele procura
humilhar o jovem caronista para marcar seu território e se sentir jovem, vendo
no garoto o que gostaria de ser, enquanto o jovem sem nome aceita a situação
esperando uma chance de conseguir o que deseja. A esposa a princípio se mostra
fria, fica claro que o casamento tem problemas, até que um determinado fato
desperta o fogo que está escondido naquele belo corpo.
O resultado é um filme
em preto e branco com estilo europeu, muito
próximo dos trabalhos da primeira fase da carreira de Polanski, como “O
Inquilino” e “Repulsa ao Sexo”.
4 comentários:
Entendo as motivações de quem admira, mas achei frouxo e desinteressante. Prefiro os Polanskis seguintes!
Gustavo - Considero que é um filme começa lento, mas que cresce com o decorrer da trama.
Abraço
Vi muito pouco do Polanski. Muito mesmo... Tanto que nunca nem tinha procurado saber sobre o seu primeiro trabalho... Taí um filme que preciso ver, e um diretor que preciso conhecer mais (mais do que 'O Bebê de Rosemary', rs)
Alan - Polanski tem uma carreira com muitos altos e alguns baixos.
Com certeza vale conhecer suas obras.
Abraço
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