Desafio à
Corrupção (The Hustler, EUA, 1961) – Nota 8,5
Direção –
Robert Rossen
Elenco –
Paul Newman, Jackie Gleason, Piper Laurie, George C. Scott, Myron McCormick, Murray
Hamilton, Michael Constantine, Vincent Gardenia, Jake LaMotta.
O jovem Eddie Felson (Paul Newman) e o veterano
Charlie (Myron McCormick) são jogadores de sinuca que viajam por pequenas
cidades aplicando um golpe extremamente simples, mas que funciona facilmente
contra sujeitos ambiciosos. A grande chance da dupla ganhar um dinheiro alto
surge quando chegam a Nova York e Felson consegue desafiar o famoso Minnesota
Fats (Jackie Gleason), um veterano jogador considerado uma lenda da sinuca.
Após uma verdadeira maratona em cima da mesa de sinuca, Felson é derrotado e
perde uma grande quantia de dinheiro.
Com uma personalidade complicada e
abalado por ter perdido a partida, Felson se envolve com Sarah (Piper Laurie), uma
jovem que tem problema em uma das pernas e que bebe demais. Sua última chance
de reerguer a vida está em aceitar uma parceria com um empresário picareta
(George C. Scott), que promete conseguir uma revanche com Minnesota Fats, em
troca de parte do dinheiro da aposta.
Este drama sobre o submundo da sinuca com
certeza serviu de inspiração para os trabalhos de Martin Scorsese. Os
personagens marginais deste filme vivem no mesmo mundo retratado por Scorsese em
suas obras.&
A fotografia em preto e branco realça ainda mais o estilo quase
noir da narrativa, além dar um clima especial para as disputas de sinuca nos
salões, alguns decadentes e outros grandiosos, como aquele em que ocorre a
disputa entre Felson e Minnesota.
Vale destacar o ótimo desempenho de todo o
elenco e o prólogo que é uma verdadeira aula de cinema, sequência que detalha o
golpe aplicado pelos personagens de Paul Newman e Myron McCormick.
Como
curiosidade, o lutador de boxe Jake LaMotta, o verdadeiro “Touro Indomável”,
que teria sua vida levada ao cinema por Scorsese, tem uma ponta no filme como
um barman.
A Cor do
Dinheiro (The Color of Money, EUA, 1986) – Nota 7,5
Direção –
Martin Scorsese
Elenco –
Paul Newman, Tom Cruise, Mary Elizabeth Mastrantonio, Helen Shaver, John
Turturro, Bill Cobbs, Elizabeth Bracco, Forest Whitaker.
O
aposentado jogador de sinuca Eddie Felson (Paul Newman) encontra um em bar o
jovem Vincent (Tom Cruise), sujeito com grande talento para a sinuca, mas ao
mesmo tempo arrogante e exibicionista. Vendo o potencial do jovem, Felson se
aproxima e diz que Vincent está desperdiçando seu talento. Felson diz ainda que
pode fazê-lo ganhar muito dinheiro com o jogo, ensinando truques e dando dicas
de como se portar nas disputas clandestinas. Eles entram em acordo e partem em
busca de dinheiro nas mesas de sinuca, mas não demora para entrarem em conflito,
em parte por causa da namorada de Vincent, a bela Carmen (Mary Elizabeth
Mastrantonio). Toda esta situação faz reascender em Felson o desejo de jogar,
se transformando num rival de Vincent.
Esta sequência de “Desafio à Corrupção”,
produzida vinte e cinco anos depois, foi um projeto do astro Paul Newman, que
viu as claras semelhanças do longa original com o estilo desenvolvido por
Scorsese. A escolha de Tom Cruise também foi um tiro certeiro, pois
o jovem se transformaria em astro no mesmo ano com o estrondoso sucesso de “Top
Gun – Astros Indomáveis”.
Mesmo a distância de tempo entre os filmes e sendo
inferior ao original, a trama se casa perfeitamente com o desenvolvimento do
personagem de Paul Newman, que aqui carrega as amarguras do passado e vê no talentoso
rebelde interpretado por Tom Cruise, um espelho do que ele mesmo era quando
jovem.
O longa serviu também para colocar a carreira de Scorsese de volta aos
trilhos do sucesso. Ele que vinha do fracasso de “O Rei da Comédia” e do
divertido “Depois de Horas”, tomou novo fôlego, em seguida comandou o polêmico
“A Última Tentação de Cristo” e engatou uma série de sucessos nos anos noventa.
Finalizando, Paul Newman que havia recebido um Oscar pela carreira um ano
antes, finalmente venceu o Prêmio de Melhor Ator pelo papel de Eddie Felson.
2 comentários:
Pode parecer sacrilégio, mas gosto mais do filme de Scorsese. Tem mais energia e mais dinâmica, graças, talvez, à atuação empolgante de Tom Cruise. Mas Piper Laurie é inesquecível no clássico de Rossen.
Gustavo - O filme de Scorsese também é bom. Considerá-lo melhor que o filme de Rossen é uma questão pessoal, mas longe de ser absurda.
Abraço
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