domingo, 30 de setembro de 2012

Força Policial

Força Policial (Pride and Glory, EUA, 2008) – Nota 7
Direção – Gavin O’Connor
Elenco – Colin Farrell, Edward Norton, Jon Voight, Noah Emmerich, Jennifer Ehle, John Ortiz, Frank Grillo, Shea Whigham, Lake Bell, Carmen Ejogo, Manny Perez, Wayne Duvall, Ramon Rodriguez, Rick Gonzalez.

Quatro policiais são assassinados durante uma batida num apartamento onde aparentemente existia uma negociação de drogas. Mesmo sem saber ao certo o que policiais faziam no local, já que não havia mandado de busca, o chefe de polícia Francis Tierney (Jon Voight) convoca seu filho Ray (Edward Norton) para participar da força tarefa que investigará o caso. 

Ray trabalha na área burocrática da polícia após um caso nebuloso ocorrido anos antes. Mesmo a contragosto, Ray aceita a pressão do pai e volta a ativa. A situação é muito complicada, pois os policiais mortos trabalhavam sob as ordens de seu irmão Francis Jr (Noah Emmerich), na mesma delegacia onde também trabalha o cunhado Jimmy Egan (Colin Farrell). 

A ótima premissa utiliza de forma interessante os clichês da família de policiais que vive para o trabalho e também a lealdade de grupo, seja ela na família ou no departamento de polícia. 

Não demora para o roteiro mostrar quem são os corruptos, o que não atrapalha o desenvolvimento da história, o problema é que na parte final as soluções são frágeis, com uma coincidência exagerada, fatos que não levam em contas a leis e até um clímax onde dois personagens resolvem decidir o destino na porrada, deixando as armas de lado. 

Do bom elenco vale destacar o sempre competente Edward Norton como o policial dividido entre a honestidade e a lealdade. 

O potencial da história com certeza poderiam render um filme melhor.  

sábado, 29 de setembro de 2012

Marnie, Confissões de um Ladra

Marnie, Confissões de uma Ladra (Marnie, EUA, 1964) – Nota 7
Direção – Alfred Hitchcock
Elenco – Sean Connery, Tippi Hedren, Diane Baker, Martin Gabel, Louise Latham, Alan Napier.

Margareth “Marnie” Edgar (Tippi Hedren) é uma jovem que após conseguir empregos por causa de sua beleza, procura ganhar a confiança das pessoas do local para na primeira oportunidade roubar o cofre. Após dar um golpe num contador (Martin Gabel), Marnie muda a cor do cabelo e procura emprego na editora Rutland, sem saber que o proprietário Mark Rutland (Sean Connery) a conhece do trabalho anterior. Ao invés de dispensá-la ou chamar a polícia, Mark a contrata com o objetivo de descobrir porque ela é um ladra e também por estar atraído pela jovem. 

Sendo um dos filmes menores de Hitchcock, produzido numa época pós seus grandes trabalhos, o longa peca pelo ritmo irregular e por um roteiro apenas razoável, que até explora com criatividade um trauma do passado da jovem Marnie, utilizando a cor vermelha como gatilho para uma espécie de síndrome do pânico da personagem e em contrapartida a cor verde aparece em vários objetos de diversas sequências. 

O roteiro falha ainda nos fracos coadjuvantes, inclusive na cunhada do personagem de Connery vivida pela bela Diane Baker, que parece não ter sentido algum sua presença na trama. 

Como curiosidade, a atriz Tippi Hedren que no ano anterior estrelou outro filme de Hitchcock, o superior “Os Pássaros”, aqui mostra que não tinha grande talento, o que foi comprovado no restante de sua carreira que ficou relegada a pequenos papéis. Hoje ela é mais conhecida por ser a mãe de Melanie Griffith, que por sinal também não é lá grande atriz.    

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Perigoso Adeus & O Último dos Valentões


O Perigoso Adeus (The Long Goodbye, EUA, 1973) – Nota 7,5
Direção – Robert Altman
Elenco – Elliott Gould, Nina Van Pallandt, Sterling Hayden, Mark Rydell, Henry Gibson, David Carradine, Arnold Schwarzenegger.

O detetive particular Philip Marlowe (Elliott Gould) dá carona a um amigo que deseja viajar ao México e quando volta para os Estados Unidos acaba preso como cúmplice do assassinato da esposa deste amigo. Marlowe é liberado sob fiança assim que chega a notícia de que o amigo se suicidou no México. Em seguida, Marlowe é procurado por um mafioso (Mark Rydell) e seu capanga (Schwarzenegger antes da fama) que cobram do detetive uma dívida do falecido amigo. Precisando de dinheiro, Marlowe aceita o caso de uma mulher (Nina Van Pallandt) que deseja bisbilhotar a vida do marido alcoólatra (Sterling Hayden). 

Baseado num livro de Raymond Chandler, o diretor Robert Altman faz aqui uma homenagem aos filmes noir, porém com a cara do cinema realista dos anos setenta. O protagonista vivido por Elliott Gould é cínico e sofre em várias situações, um verdadeiro anti-herói. 

Como curiosidade, temos a citada participação de Schwarzenegger quando ainda era um desconhecido e de David Carradine, famoso na época pela seriado “Kung Fu”, que faz uma ponta como o companheiro de cela de Elliott Gould. 

O Último dos Valentões (Farewell, My Love, EUA, 1975) – Nota 6,5
Direção – Dick Richards
Elenco – Robert Mitchum, Charlotte Rampling, John Ireland, Sylvia Miles, Anthony Zerbe, Harry Dean Stanton, Jack O’Halloran, Joe Spinell, Sylvester Stallone.

O detetive Philip Marlowe (Robert Mitchum) é contratado pelo ex-presidiário Moose Malloy (Jack O’Halloran) para encontrar sua amada Velma. O problema é que Velma desapareceu há seis anos e durante a investigação, Marlowe se envolve com a jovem esposa (Charlotte Rampling) de um juiz, além de precisar lidar com uma dupla de policiais (John Ireland e Harry Dean Stanton) que investigam vários assassinatos ligados a Moose Malloy. 

O longa segue uma trama ao estilo noir, adaptando um livro de Raymond Chandler que tem como protagonista o detetive Philip Marlowe, que foi interpretado por Humphrey Bogart no clássico “A Beira do Abismo”. Aqui a interpretação de Robert Mitchum é competente, ele cria com perfeição o detetive cínico que conhece o submundo, porém o filme hoje parece um pouco envelhecido, tanto pelas cenas de ação, apenas algumas trocas de tiros, quanto pela trama um pouco confusa, mas que mesmo assim fará o espectador mais atento não demorar para descobrir o desfecho. 

Como informação, temos a pequena participação de Stallone pouco tempo antes de ficar famoso com “Rocky – Um Lutador”, além disso Mitchum voltaria ao papel de Marlowe três anos depois em “A Arte de Matar”.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Banheiro do Papa

O Banheiro do Papa (El Baño Del Papa, França / Brasil / Uruguai, 2007) – Nota 8
Direção – César Charlone
Elenco – César Trancoso, Virginia Mendez, Virginia Ruiz, Mario Silva, Nelson Lence.

Em 1988, a pequena cidade de Melo na divisa do Uruguai com o Brasil vive a expectativa da visita do Papa João Paulo II. A população extremamente pobre vê na visita uma oportunidade de lucrar e quem sabe sair da miséria. A maioria das pessoas pretende montar barracas de comida esperando milhares de visitantes, principalmente brasileiros, numa esperança fomentada pela imprensa uruguaia. 

Um dos moradores do local é Beto (César Trancoso), que sobrevive atravessando diariamente a fronteira para o Brasil de bicicleta, onde compra mercadorias para revender ao mercadinhos de Melo. O problema é que o seu trabalho é considerado contrabando, fazendo com que ele e outros sujeitos tenham de fugir dos soldados que patrulham a fronteira viajando através de campos e pastos. Diferente do restante da população, a ideia de Beto é construir um banheiro, já que imagina uma quantidade grande de pessoas consumindo comidas e bebidas, sem ter banheiros públicos para utilizarem. O problema é que Beto precisa de dinheiro para construir o banheiro e para conseguir é necessário aumentar o número de viagens clandestinas. 

Este longa que tem Fernando Meirelles como um dos produtores, é uma pequena pérola baseada numa triste história real, que ficará marcada para sempre na memória do povo simples da cidade de Melo. 

O personagem principal é um sujeito que não se conforma com a pobreza de sua família e tenta de tudo para mudar sua vida, porém também é uma pessoa cheia de defeitos, que coloca o dinheiro e suas vontades acima de todos, inclusive da doce esposa Carmen (Virginia Mendez) e da filha Silvia (Virginia Ruiz) que sonha em ser radialista. 

Um dos pontos altos é a mistura de atores profissionais com pessoas comuns da cidade, que tem marcados no rosto a vida difícil num local sem perspectivas de melhora. 

O roteiro também faz críticas aos políticos, a Igreja Católica e principalmente a mídia, mostrada na figura alienada e ao mesmo tempo canalha de um repórter que mente descaradamente, fazendo o povo acreditar que aquela será a chance de mudar de vida e que ao final ainda fala em milagre, quando na realidade as pessoas tiveram de arcar com um prejuízo terrível para quem já vivia com pouco. 

Como curiosidade, o longa marca a estreia na direção do uruguaio César Charlone, responsável pela fotografia dos filmes de Fernando Meirelles, como “Cidade de Deus”, “O Jardineiro Fiel” e “Ensaio Sobre a Cegueira”.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Capitão América: O Primeiro Vingador


Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, EUA, 2011) – Nota 6
Direção – Joe Johnston
Elenco – Chris Evans, Tommy Lee Jones, Hayley Atwell, Hugo Weaving, Sebastian Stan, Stanley Tucci, Dominic Cooper, Toby Jones, Bruno Ricci, Neal McDonough, Derek Luke, Richard Armitage.Kenneth Choi, JJ Feild, Samuel L. Jackson. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem Steve Rogers (Chris Evans) tenta se alistar como voluntário por várias vezes, mas sempre acaba dispensado em virtude de seu físico extremamente frágil. A situação muda quando numa de suas tentativas, ele cruza com o Dr. Erskine (Stanley Tucci), que aprova sua convocação vendo no garoto um possível candidato para seu experimento. Ao mesmo tempo, o oficial nazista Johann Schmidt cria uma dissidência do exército alemão chamada Hydra, com o intuito de vencer a guerra através da ciência, utilizando ele mesmo como cobaia. 

O “Capitão América” foi o último personagem da Marvel levado para o cinemas antes de “Os Vingadores” e a expectativa dos fãs era grande. Estes fãs gostaram do filme, porém para um espectador leigo como eu, o roteiro abusa dos clichês e se torna dececpcionante. 

A história tem várias situações mal explicadas, como a escolha do jovem raquítico pelo cientista e outras apressadas como a invasão do esconderijo dos Hydra pelo exército americano, que acontece após um diálogo extremamente infantil entre o Capitão América e o coronel interpretado por Tommy Lee Jones. Os diálogos fracos são outro ponto negativo, assim como a presença da personagem de Hayley Atwell, que se explica apenas como interesse romântico do protagonista, sem contar que o carisma de Chris Evans é zero.

A parte técnica segue o padrão de qualidade dos filmes Marvel, com cenas de ação bem feitas, apesar do excesso de utilização de CGI e o destaque para o primeiro terço do filme, quando o personagem de Chris Evans é transformado num sujeito mirrado, sequências que utilizam a mesma técnica apresentada em “O Curioso Caso de Benjamin Button”. 

O resultado é um filme de ação que agrada boa parte do público atual, mas decepciona quem esperava uma história melhor elaborada com diálogos criativos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

4:44 Último Dia na Terra

4:44 Último Dia na Terra (4:44 Last Day on Earth, EUA, 2011) – Nota 5,5
Direção – Abel Ferrara
Elenco – Willem Dafoe, Shanyn Leigh, Paul Hipp, Natasha Lyonne, Anita Pallenberg, Dierdra McDowell, Paz de La Huerta.

A camaza de ozônio foi destruída e os cientistas declaram que a Terra entrará em colapso as 4:44hs de um determinado dia. Na última noite antes do fim do mundo, o casal Cisco (Willem Dafoe) e Skye (Shanyn Leigh) vive em Nova York e procura se despedir de amigos e familiares. Cisco conversa com amigos pelo celular, através da internet e até mesmo visita seu antigo fornecedor de drogas. Enquanto isso, Skye que é pintora, tenta finalizar sua última obra e se despedir da mãe (Anita Pallenberg) através do Skype. 

Nos últimos anos várias produções abordaram o fim do mundo como tema, na maioria dos casos mostrando o caos e o desespero que toma conta da população. Neste filme o polêmico diretor Abel Ferrara inverte o foco, sua escolha é mostrar os sentimentos, a angústia de pessoas que tentam enfrentar a situação sem desespero e que no fundo tem a esperança de que a tragédia não se consumará. 

A ideia é interessante, porém a realização peca pela narrativa lenta e o roteiro que faz uma crítica rasa a destruição do meio ambiente pelo homem, parecendo não ir para lugar algum, assim como os depoimentos vazios de vários gurus que aparecem filosofando para explicar o fim do mundo em reportagens de tv dentro do longa. 

Mesmo com uma boa interpretação de Willem Dafoe, o filme decepciona, assim como a direção de Ferrara, provavelmente em seu trabalho mais fraco.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

360

360 (360, Áustria / Brasil / França / Inglaterra / Irlanda do Norte, 2011) – Nota 8
Direção – Fernando Meirelles
Elenco – Jude Law, Rachel Weisz, Anthony Hopkins, Ben Foster, Maria Flor, Marianne Jean Baptiste, Lucia Siposová, Gabriela Marcinkova, Jamel Debbouze, Juliano Cazarré, Moritz Bleibtreu, Peter Morgan, Johannes Krisch, Dinara Krukarova, Vladimir Vdovichenkov, Mark Ivanir.

O roteirista Peter Morgan (“A Rainha”, “Frost/Nixon”) se baseou na peça “A Ronda” de Arthur Schnitzler, para criar uma ciranda de amores, traições e decisões com personagens de vários países que se cruzam pela Europa e Estados Unidos. 

A trama tem como ponto principal os momentos em que temos de fazer uma escolha importante que poderá mudar nosso destino, situação explicitada nas narrações inicial e final, quando uma personagem cita algo como a “bifurcação da vida”. 

A galeria de personagens tem duas irmãs eslovacas (Lucia Siposová e Gabriela Marcinkova), sendo uma delas prostituta de luxo, temos o casal inglês em crise (Jude Law e Rachel Weisz), o velho pai (Anthony Hopkins) procurando a filha que sumiu há anos, o estuprador (Ben Foster) que após ser libertado da prisão tenta conter seus desejos, dois casais em momento de separação (Dinara Krukarova e Vladimir Vdovichenkov e os brasileiros Juliano Cazarré e Maria Flor) e o francês de origem muçulmana (Jamel Debbouze) dividido entre um amor proibido e a sua religião. 

Esta gama de personagens tem suas histórias cruzadas num momento crucial da vida de cada um, até mesmo em situações onde a atitude de um determinado personagem praticamente sela o destino de outro, mesmo que o primeiro não imagine as consequências de seu ato. 

Apesar das críticas não terem sido tão boas em comparação com seus trabalhos anteriores, o filme de Fernando Meirelles é competente, tem uma narrativa simples, agradável e multicultural, que lembra em parte “Babel”  de Alejandro Gonzalez Iñarrritu, com a diferença de ser menos pesado e mais sensível em suas pequenas histórias.

domingo, 23 de setembro de 2012

Filmes Policiais Antigos Pouco Conhecidos

Panic in the City (Panic in the City, EUA, 1968) – Nota 6
Direção – Eddie Davis
Elenco – Howard Duff, Linda Cristal, Stephen McNally, Nehemiah Persoff, Anne Jeffreys, Oscar Beregi, Dennis Hopper.

Um homem desmaia na rua e ao ser levado para um hospital morre. Os médicos atestam que o sujeito faleceu por causa de radiação. Um agente do governo (Howard Duff) é enviado para investigar o caso e descobre com a ajuda de uma cientista (Linda Cristal), que a radiação pode ter ocorrido em virtude do manuseio de um artefato nuclear. O fato dá início a uma corrida contra o tempo para descobrir onde poderá estar a bomba. 

Com cara e premissa de filme B dos anos cinquenta, o longa tem um bom início, mas se perde no desenvolvimento, inclusive no romance forçado entre o agente e a cientista. Como curiosidade, vale destacar a pequena presença de Dennis Hopper um ano antes do clássico “Sem Destino”.

Chandler (Chandler, EUA, 1971) – Nota 4,5
Direção – Paul Magwood
Elenco – Warren Oates, Leslie Caron, Alex Dreier, Mitchell Ryan, Gordon Pinsent, Charles McGraw, Gloria Grahame, Scatman Crothers, Royal Dano.

O detetive particular Chandler (Warren Oates) é contratado pela promotoria para encontrar e proteger a francesa Katherine (Leslie Caron), uma testemunha importante de um caso que envolve poderosos. A escolha do detetive ocorre porque a mulher é procurada também por assassinos e por policiais corruptos. 

O roteiro que tenta fazer suspense explicando pouco sobre o verdadeiro motivo do caso, acaba confundindo o espectador, além disso, as cenas de ação são poucas e fracas. Consta que o diretor Magwood entrou em conflito com a produtora MGM e o filme foi montado a sua revelia, inclusive se tornando o único trabalho do sujeito como diretor de cinema.  

Harry O (Harry O, EUA, 1973) – Nota 7
Direção – Jerry Thorpe
Elenco – David Janssen, Martin Sheen, Margot Kidder, Will Geer, Marianna Hill, Sal Mineo, Kathleen Lloyd.

O detetive particular Harry “O” Orwell (David Janssen) é um ex-policial que se aposentou após ser baleado. Ele vive numa casa de praia onde é procurado por Harlan Garrison (Martin Sheen), um sujeito que pertencia ao bando que atirou em Harry anos antes. Harlan deseja contratar o detetive para encontrar um casal foragido (Sal Mineo e Kathleen Lloyd), sendo que o sujeito foi quem atirou em Harry. Ele aceita o caso e se envolve numa trama que envolve violência e tráfico de drogas. 

Este telefilme foi produzido como o piloto de uma série, porém acabou não indo ao ar e a série foi cancelada. Um ano depois (1974), o produtor Jerry Thorpe conseguiu ressuscitar a ideia e a série foi ao ar por duas temporadas, com este longa sendo exibido como um episódio especial. O destaque é o protagonista vivido por David Janssen, famoso pela série “O Fugitivo” nos anos sessenta e que morreu cedo aos quarenta e oito anos em 1980. 

A Cruz dos Executores (Gli Esecutori, Itália, 1976) – Nota 6
Direção – Maurizio Lucidi
Elenco – Roger Moore, Stacy Keach, Ivo Garrani, Franco Fantasia.

Uma paróquia em San Francisco recebe uma enorme cruz vinda da Sicília, porém o padre (Ivo Garrani) descobre que o artefato foi utilizado para transportar heroína. A cruz foi enviada por um mafioso (Franco Fantasia) que era amigo de infância do padre, porém o bandido diz não saber quem escondeu as drogas. Para investigar o caso e acalmar outras famílias mafiosas que se sentiram ofendidas por alguém utilizar uma cruz em um crime, o mafioso pede ajuda a seu sobrinho, um advogado inglês (Roger Moore) que por seu lado levará um amigo (Stacy Keach), que é piloto de corridas. A questão é que dupla verá no fato a chance de lucrar descobrindo onde está o valioso carregamento de heroína. 

Esta produção segue a cartilha de vários filmes italianos da época, investindo em um ou dois astros como protagonistas e copiando as produções de Hollywood. A trama deste lembra o clássico “Operação França”, inclusive com cenas nos Estados Unidos e na Sicília (naquele filme era em Marselha), porém a qualidade é bem inferior. O resultado é razoável, tem algumas boas perseguições de carros e muita violência, misturadas com momentos de lentidão durante a investigação da dupla. 

Pânico na Multidão (Two-Minute Warning, EUA, 1976) – Nota 6,5
Direção – Larry Peerce
Elenco – Charlton Heston, John Cassavetes, Martin Balsam, Beau Bridges, Gena Rowlands, David Janssen, Jack Klugman, Marilyn Hassett, Walter Pidgeon, Mitchell Ryan, Brock Peters, Andy Sidaris.

Durante a final do Superbowl no Coliseu de Los Angeles, um homem se esconde em uma das torres e com rifle espera o momento exato para agir. Visto pelas câmeras de TV, a polícia e a SWAT são acionadas e armam um esquema para pegar o possível terrorista, sem que a multidão presente ao estádio perceba o que pode acontecer. 

História interessante, mas desenvolvida de modo arrastado, com o diretor tentando criar suspense durante a primeira hora, onde pouco acontece. Seguindo a linha dos filmes catástrofes da época, ele usa este tempo para nos apresentar a diversos personagens e seus pequenos dramas, porém sem profundidade alguma, para na meia hora final mostrar a ação. Surpreendentemente o diretor cria cenas assustadoras de uma multidão apavorada. O elenco de famosos trabalha no piloto automático, Heston, Cassavetes e Balsam não comprometem, mas não fazem nada de excepcional. Podemos deixar como destaque apenas Beau Bridges como o pai falido que tenta agradar esposa e filhos levando-os ao estádio.

Poder de Fogo (Firepower, EUA, 1979) – Nota 7
Direção – Michael Winner
Elenco – Sophia Loren, James Coburn, O. J. Simpson, Eli Wallach, Anthony Franciosa, George Grizzard, Vincent Gardenia, George Touliatos, Victor Mature, Billy Barty.

A CIA contrata um mercernário (James Coburn) para um missão clandestina: Capturar um milionário que desapareceu há muitos anos e hoje uma pista aponta para o Caribe, onde o sujeito estaria vivendo com outro nome. Para completar a missão, o mercenário leva um parceiro (O. J. Simpson) e pelo caminho cruza com a bela Adele (Sophia Loren), que também deseja encontrar o milionário, porém com o objetivo de vingança. 

Repleto de cenas de ação, com várias explosões e tiroteios, este interessante longa que tem ainda um elenco cheio de nomes famosos à época, falha apenas no roteiro um pouco confuso. A curiosidade fica por conta da escolha do elenco, consta que o diretor Michael Winner queria Charles Bronson para o papel principal, para repetir a parceria de sucesso de “Assassino a Preço Fixo” e “Desejo de Matar”. Os produtores concordaram, porém Bronson exigiu que sua esposa, a atriz inglesa Jill Ireland fosse contratanda para ser a protagonista ao seu lado, o que foi negado, já que o papel estava prometido a estrela italiana Sophia Loren. Sem acordo, os produtores contrataram James Coburn para o papel principal. 

Agência de Assassinos (Agency, EUA, 1980) – Nota 5,5
Direção – George Kaczender
Elenco – Robert Mitchum, Lee Majors, Valerie Perrine, Alexandra Stewart, Saul Rubinek, George Touliatos.

Um milionário (Robert Mitchum) compra uma agência de publicidade e rapidamente passa a substituir os funcionários por pessoas de sua confiança. O problema é que estas pessoas parecem não entender nada de publicidade. Um dos funcionários antigos (Saul Rubinek) descobre que a verdadeira intenção do milionário é inserir mensagens subliminares nas propagandas de tv, com o objetivo de favorecer políticos e corporações. O sujeito conta o fato para um amigo (Lee Majors) e os dois passam a ser perseguidos por assassinos. 

A boa premissa utiliza um tema que na época era praticamente desconhecido do grande público, a questão das mensagens subliminares, porém o resultado não passa de um filme morno, com coadjuvantes fracos, lembrando uma produção de tv. Mesmo sendo lançada como uma produção americana, o longa foi filmado no Canadá e no fundo era uma tentativa de emplacar no cinema o astro de tv Lee Majors (da série de sucesso “O Homem de Seis Milhões de Dólares”), mas nem mesmo a presença de Robert Mitchum salvou o filme. Majors continuou sua carreira basicamente como ator de tv. 

sábado, 22 de setembro de 2012

Utopia e Barbárie

Utopia e Barbárie (Brasil, 2009) – Nota 8
Direção – Silvio Tendler
Documentário

O documentarista Silvio Tendler (“Os Anos de JK” e “Jango”) viajou para diversos países por quase vinte anos e registrou depoimentos de personalidades sobre a utopia de um mundo socialista, visão de grande parte da juventude após a Segunda Guerra Mundial e por consequência a barbárie das ditaduras e guerras que eclodiram neste período e acabaram com os sonhos de uma geração. 

O documentário é claramente de esquerda, temos depoimentos de várias figuras que participaram da luta armada no Brasil durante a ditadura, inclusive Dilma Roussef, que na época era pré-candidata a presidente, o que deixa no ar a impressão de ser uma ajuda na campanha, já que apesar das controvérsias, a importância de Dilma na resistência à ditadura foi pequena, mesmo assim o fato não diminui a força do documentário. Por outro lado, Tendler entrevistou também o poeta Ferreira Gullar, figura expressiva contra a ditadura, mas que era totalmente contra a luta armada. 

Tendler entrevistou ainda figuras singulares, como o general Giap que liderou o exército vietnamita nas guerras contra a França e os EUA, tendo vencido as duas com sua estratégia. É curioso saber que antes da guerra contra a França, Giap era um professor de história que nem imaginava se tornar militar. Vale destacar ainda depoimentos do escritor Eduardo Galeano, da escritora Susan Sontag, do dramaturgo Augusto Boal, dos diretores de cinema Denys Arcand, Gilo Pontecorvo, Amos Gitai e Fernando Solanas, entre outros. 

Tendler acerta ao seguir uma linha do tempo, mostrando a Revolução Cubana, o Golpe no Brasil em 1964, a Primavera de Praga em 1968 que fez os jovens saírem as ruas por todo o mundo, a Guerra do Vietnã, a luta entre israelenses e palestinos, as ditaduras sulamericanas apoiadas pela terrível Operação Condor, até a redemocratização nos anos oitenta e o fracasso do Governo Collor. 

O resultado é um belíssimo e esclarecedor documento histórico.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Anjo Malvado & Joshua - O Filho do Mal


O Anjo Malvado (The Good Son, EUA, 1993) – Nota 6,5
Direção – Joseph Ruben
Elenco – Macaulay Culkin, Elijah Wood, Wendy Crewson, David Morse, Daniel Hugh Kelly, Quinn Culkin.

O garoto Mark Evans (Elijah Wood) sofre ao ver a mãe que estava doente falecer. Após o funeral, seu pai precisa viajar e deixa Mark na casa dos tios (Wendy Crewson e Daniel Hugh Kelly), que tem um casal de filhos, a pequena Connie (Quinn Culkin) e Henry (Macaulay Culkin). A princípio, os dois primos parecem se dar bem, porém não demora para Mark percebe atitudes estranhas em Henry, como falar friamente sobre a morte e criar situações perigosas. A relação fica mais complicada quando Mark se aproxima da tia, que o trata com carinho, como seu fosse um filho, situação que faz Henry se tornar ainda mais perigoso. 

Com o sucesso de “Esqueceram de Mim I e II” e do drama “Meu Primeiro Amor”, o garoto Macaulay Culkin se tornou astro mundial e o próximo passo, provavelmente ideia do agente ou de algum produtor, foi desvincular a imagem de bom garoto através de um papel de vilão. O resultado foi um fracasso de bilheteria, que somado a briga dos pais do ator por sua fortuna após eles se se separarem, deram início a decadência da carreira de Culkin. 

Apesar dos clichês, o filme não é ruim, tem boas cenas de tensão e principalmente uma ótima atuação do então desconhecido Elijah Wood, que rouba o filme. Os críticos detonaram a atuação de Culkin e elogiaram Wood, quase prevendo como seria o futuro da carreira dos atores.   

Joshua – O Filho do Mal (Joshua, EUA, 2007) – Nota 6,5
Direção – George Ratliff
Elenco – Sam Rockwell, Vera Farmiga, Jacob Kogan, Celia Weston, Dallas Roberts, Michael McKean.

Brad (Sam Rockwell) e Abby (Vera Farmiga) são casados e moram num belo apartamento em Manhattan com o filho Joshua (Jacob Kogan). O garoto é quieto, não sorri e quando fala geralmente faz alguma pergunta ou observação constrangedora, que deixam os pais sem respostas. Abby está grávida e quando nasce a pequena Lilly, a vida da família se transforma num inferno. A mãe que parece ter um histórico de problemas psicológicos, passa a sofrer de depressão pós-parto, enquanto o pai enfrenta uma crise no trabalho. Para piorar, Joshua percebe que o carinho dos pais é quase todo direcionado para o bebê. Mesmo sem demonstrar seus sentimentos (ciúme ou raiva), Joshua começa a agir escondido de uma forma que pode enlouquecer seus pais. 

O péssimo subtítulo nacional tenta vender o filme como um suspense com toques de sobrenatural, mas na realidade a trama tem como protagonista uma criança manipuladora, praticamente um sociopata em início de carreira. Ao mesmo tempo em que a escolha de não apelar para o sobrenatural é interessante e algumas cenas assustam pela frieza do garoto. Por outro lado o roteiro deixa pontas soltas, como o pai do personagem de Sam Rockwell que some da trama ou a crise no emprego que não se resolve, além do destino final dos personagens, situação em que o cinéfilo acostumado com o gênero descobrirá antes mesmo da metade do filme. 

Quanto ao elenco, Sam Rockwell e Vera Farmiga não brilham, mas acertam no tom das interpretações e Jacob Kogan está perfeito e sinistro como o garoto que não tem expressão alguma, exceto na cena do parque já perto do final do longa. 

É o tipo de filme que não é recomendado para quem pretende ter filhos ou com certeza fará aqueles que estão indecisos decidir por não ter.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Selo Torre Eiffel

O selo ao lado é um presente da amiga Fabiane do blog DVD, Sofá e Pipoca.

Diferente da maioria dos selos que são indicados pelo conteúdo do blog, este deve ser oferecido pelo visual e o estilo na hora de escrever.

Agradeço a amiga pelo carinho e dedicarei o selo aos blogs parceiros abaixo:

Cine Pipoca Cult

Cinema com Pimenta

Sapere Aude - Ouse Saber

Brazilian Movie Guy

Gilberto Cinema

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

50%

50% (50/50, EUA, 2011) – Nota 8
Direção – Jonathan Levine
Elenco – Joseph Gordon Levitt, Seth Rogen, Anna Kendrick, Bryce Dallas Howard, Anjelica Huston, Serge Houde, Matt Frewer, Philip Baker Hall.

Adam (Joseph Gordon Levitt) tem apenas vinte e sete anos e descobre que tem um câncer raro na coluna. A princípio, sua namorada Rachael (Bryce Dallas Howard) diz que ficará ao seu lado, já que Adam não quer ser um fardo para mãe (Anjelica Huston), que cuida do marido (Serge Houde) que sofre de Alzheimer. 

O grande apoio para Adam vem de seu amigo Kyle (Seth Rogen), que mesmo usando a doença do amigo para pegar garotas, fica sempre ao seu lado. Além disso, durante o tratamento, Adam faz amizade com dois outros doentes (Matt Frewer e Philip Baker Hall) e com a jovem psicóloga Katherine (Anna Kendrick), que tenta ajudá-lo. 

Por mais habilidade que o diretor e o roteirista tenham, filmes que abordam doenças tendem a se tornar melodramáticos em algum momento. Já fiz uma postagem sobre alguns filmes do gênero e estou montando uma segunda parte, mas apesar de ter visto vários filmes sobre o tema, ele não me agrada. 

Decidi escrever sobre este “50%” numa postagem separada em virtude da abordagem extremamente humana proposta pelo ótimo roteiro de Will Reiser, que sofreu com a doença e a superou. O roteiro é em parte autobiográfico e fica ainda mais realista com a participação de Seth Rogen como o amigo do protagonista, já que na vida real, Rogen junto com o produtor Evan Goldberg, foram os amigos que apoiaram Reiser, fato mostrado num trailer disponível na internet. A rápida aparição de Reiser no trailer confirma como a interpretação de Joseph Gordon Levitt é boa. O semblante e o jeito de Reiser foram captados com perfeição pelo ator. 

Vale destacar ainda a participção de Rogen, que sempre interpreta o mesmo personagem malandro, mulherengo, desbocado e com bom coração, além da simpática Anna Kendrick como a doce psicóloga e a veterana Anjelica Huston com uma presença forte como a mãe do jovem. 

Com drama e comédia na medida certa, o filme é uma grata surpresa num gênero pesado.     

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Um Novato na Máfia

Um Novato na Máfia (The Freshman, EUA, 1990) – Nota 7
Direção – Andrew Bergman
Elenco – Marlon Brando, Matthew Broderick, Penelope Ann Miller, Bruno Kirby, Frank Whaley, Maximilian Schell, Jon Polito, Richard Gant, Kenneth Weslh, BD Wong.

Clark Kellog (Matthew Broderick) é um jovem estudante de cinema que após ter sido roubado, não sabe o que fazer. Por acaso, ele encontra numa estação de trem um sujeito chamado Carmine Sabatini (Marlon Brando) que se apresenta como alguém que trabalha com importação. Após trocarem algumas palavras, Clark recebe uma irrecusável proposta de trabalho, sem saber que o homem é um chefão mafioso que vive do contrabando de espécies em extinção para serem usadas como iguarias num restaurante chique. Para piorar a situação, Clark se envolve com a bela Tina (Penelope Ann Miler), filha de Carmine. 

O diretor e roteirista Andrew Bergman rodava por Hollywood desde os anos setenta, tendo dirigido apenas a simpática comédia “Amor na Medida Certa” com Ryan O’Neal em 1991, quando conseguiu levar as telas este longa baseado num roteiro de sua própria autoria. 

A história é quase uma sátira ao clássico “O Poderoso Chefão”, com Brando fazendo graça ao interpretar uma nova versão de Don Corleone, com a curiosidade do longa ter sido lançado no mesmo ano em que Coppola produziu a parte final da trilogia original. O fato pode ser visto como uma tentativa dos produtores de lucrar na cola do clássico de Coppola e ao mesmo tempo uma espécie de desconstrução de um dos maiores personagens da história do cinema com o aval do próprio criador, o grande maluco Marlon Brando. 

O filme é divertido, são várias cenas que satirizam os filmes sobre a Máfia, inclusive tirando sarro do chamado “beijo da morte”, aqui numa estranha cena onde Brando lasca um beijo em Broderick, que fica perplexo. A atuação de Broderick como o mafioso por acaso é perfeita para seu tipo de moleque atrapalhado. 

Como curiosidade, o longa deixou famoso também o estranho “Dragão de Komodo”, um misto de crocodilo com lagarto que tem uma divertida cena e que depois se transformou em grande atração do Discovery Channel.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Fúria do Protetor & Police Story


A Fúria do Protetor (The Protector, EUA, 1985) – Nota 6
Direção – James Glickenhaus
Elenco – Jackie Chan, Danny Aiello, Roy Chiao, Al Cerullo, Jesse Cameron Glickenhaus, Patrick James Clark.

O policial Billy Wong (Jackie Chan) tem seu parceiro assassinado durante um assalto. Billy ainda consegue perseguir e matar os assassinos, sem antes deixar muita destruição pelo caminho. Como sua ação desagrada os superiores, Billy é transferido e ganha um novo parceiro, Danny Garoni (Danny Aiello). A primeira missão da dupla é investigar o sequestro da filha de um empresário ligado ao tráfico de drogas, situação em que Bily novamente deixará um rastro de violência e mortes. 

Este típico longa de ação dos anos oitenta é mais interessante pelos bastidores do que propriamente pelo filme. Na época, Jackie Chan já era um astro no oriente e cinco anos antes havia tentado chamar atenção do público ocidental em “O Grande Lutador” de Robert Clouse e como coadjuvante na comédia repleta de astros “Quem Não Corre, Voa”, porém acabou não sendo notado. 

Com isso, “A Fúria do Protetor” seria sua nova chance de sucesso, o problema foi a escolha do diretor. James Glickenhaus se tornou figura cult com um violento longa chamado “O Exterminador”, porém aqui mostrou que não tinha grande talento. Consta que Chan e Glickenhaus brigaram durante toda a filmagem, porque enquanto Chan queria inserir cenas de lutas, sua especialidade, o diretor pensava em um filme policial de ação cheio de tiroteiros e mortes violentas. Glickenhaus ganhou a disputa e o filme foi lançado do seu jeito, resultado, fez algum sucesso nas locadoras, mas adiou a conquista da América que Chan sonhava. Mas como Jackie Chan tinha parte dos direitos, ele não deixou o filme ser lançado na Ásia, antes disso resolveu filmar novas sequências, a maioria de lutas e remontar o longa a sua maneira para agradar ao seu público no oriente. 

Não tive oportunidade de assistir esta versão para o oriente, mas a versão de Glickenhaus é curiosa ao mostrar Jackie Chan como um policial durão, que fala palavrões e distribui tiros, diferente dos personagens engraçadinhos que ele tem por hábito interpretar. 

No final a disputa foi boa para Chan, que ao remontar o filme pegou gosto pela direção e logo em seguida comandou “Police Story”, longa que fez sucesso enorme na Ásia em virtude das sensacionais cenas de ação criadas por ele.

Police Story (Gin Chat Goo Si, Hong Kong, 1985) – Nota 7,5
Direção – Jackie Chan
Elenco – Jackie Chan, Maggie Cheung, Brigitte Linn, Kwok Hung Lam, Bill Tung, Yuen Chor.

A polícia de Hong Kong organiza uma ação para prender um chefão do tráfico (Yuen Chor) e sua quadrilha. A situação sai do controle, mas o policial Chan Ka Kaui (Jackie Chan) consegue prender o sujeito após uma violenta perseguição. A polícia prende também a secretaria do traficante (Brigitte Lin) que é obrigada a depor contra o chefe. Como ela deve se tornar alvo do traficante, o policial Chan é designado para fazer sua segurança, o que desagradará sua namorada (Maggie Cheung), além é claro do inevitável confronto com os assassinos da quadrilha. 

Este longa foi um sucesso enorme na Ásia, inclusive pela interpretação de Chan e gerou quatro continuações. A trama é simples, porém as inacreditáveis cenas de ação criadas pelo próprio astro explicam o sucesso. É incrível a coragem (ou loucura) de Chan em participar de sequências extremamente perigosas, como a descida pelos cabos de iluminação do shopping e a perseguição pela estrada, quando Chan fica pendurado num ônibus em movimento utilizando um guarda-chuva para se segurar. 

A sequência inicial também é sensacional, além da perseguição e do tiroteio em uma favela claramente construída para a cena, temos ainda dois carros que descem um morro derrubando os barracos, para continuarem a perseguição na estrada.

Como é de praxe nos filmes de Jackie Chan, no final vemos os erros de gravação e os acidentes, sendo que nesta sequência da descida dos carros, quatro dublês se feriram.

   

domingo, 16 de setembro de 2012

Line of Duty

Line of Duty (Line of Duty, Inglaterra, 2012) – Nota 8
Direção – David Caffrey & Douglas Mackinnon
Criador – Jed Mercurio
Elenco – Lennie James, Martin Compston, Vicky McClure, Adrian Dunbar, Neil Morrissey, Craig Parkinson, Kate Ashfield, Paul Higgins, Gina McKee.

Produzida pela BBC como uma minissérie em cinco episódios, “Line of Duty” fez grande sucesso na tv inglesa, que esta a transformou numa série que deverá ter uma segunda temporada em 2013. 

A intrincada trama começa com uma desastrada ação de um grupo antiterrorismo, que por engano mata um imigrante muçulmano. O sargento Steve Arnott (Martin Compston) era o responsável pela ordem que foi cumprida com erro por alguns policiais. Arnott decide falar a verdade sobre o erro, mesmo indo contra seu superior, o que faz com que ele seja transferido para a corregedoria. 

No novo departamento, Arnott recebe a missão de seu superior Hastings (Adrian Dunbar) de ajudá-lo a provar que o renomado inspetor Tony Gates (Lennie James) escolhe os casos que pode resolver, arquivando os considerados sem importância, para desta forma manipular os resultados de seu departamento. Junto com Arnott e Hastings, a policial Kate Fleming (Vicky McClure) se infiltra na equipe de Gates para tentar conseguir provas de corrupção contra o sujeito. Para complicar, Gates ainda tem um caso com a ex-esposa de um milionário (Gina McKee), que se envolve num suspeito acidente de automóvel. 

Estes detalhes são apenas o início de história, que envolve lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, corrupção policial e muita violência. O grande acerto do roteiro é amarrar as várias pontas da trama como se fosse um jogo de xadrez, onde cada personagem age de acordo com seus interesses, mesmo que tenha de esconder informações ou trair companheiros. As disputas de egos e interesses entre os policiais, o jogo político dos superiores e a ineficiência de outros policiais mostram uma polícia inglesa tão confusa e corrupta quanto a de um país de terceiro mundo. 

No elenco vale destacar Lennie James, conhecido por papéis em “Snatch – Porcos e Diamantes”, na cancelada série “Jericho” e uma pequena participação no primeiro episódio de “The Walking Dead”. Ele cria aqui com talento um inspetor habilidoso, mas que se deixa levar pela arrogância de quem acredita que estar acima da lei. 

O resultado é uma ótima minissérie que tem potencial para se transformar numa série de sucesso.

sábado, 15 de setembro de 2012

Mar em Fúria

Mar em Fúria (The Perfect Storm, EUA, 2000) – Nota 7,5
Direção – Wolfgang Petersen
Elenco – George Clooney, Mark Wahlberg, John C. Reilly, Diane Lane, Mary Elizabeth Mastrantonio, William Fichtner, Allen Payne, John Hawkes, Bob Gunton, Karen Allen, Michael Ironside, Christopher McDonald, Cherry Jones, Rusty Schwimmer.

Em 1991, o barco de pesca Andrea Gail foi engolido por uma terrível tempestade que atingiu o mar na região de Gloucester na Nova Escócia. O roteiro utiliza este premissa real para contar uma versão de como pode ter sido a reação dos tripulantes do barco. 

O personagem principal é o capitão Billy Tyne (George Clooney) que quase no final da temporada de pesca em 1991, decide com seus companheiros de barco retornar ao mar, mesmo com a previsão de que uma tempestade poderia estar a caminho. Tyne, assim como os tripulantes (Mark Wahlberg, John C. Reilly, William Fichtner, Allen Payne e John Hawkes) necessitam de dinheiro, pois todos tem contas para pagar e problemas para resolver em terra, porém não imaginam que aquela seria sua última expedição ao mar. 

O filme é criticado por muitos em virtude do roteiro previsível, que dá ênfase aos problemas individuais no início do filme, para depois jogar os personagens lutando pela vida no meio da tormenta. A questão é que pouca coisa diferente poderia ser feita, talvez ser um pouco mais curto (o filme tem 130 minutos), mas isso não diminui a tensão nas sequências da tempestade. Filmadas em estúdio e “retocadas” em computador, as sequências são nada menos que sensacionais, que resultam num filme tecnicamente perfeito e que com certeza assusta e  muito as pessoas que tem medo do mar. 

O diretor alemão Wolfgang Petersen tinha experiência com filmes na água. Ele ficou conhecido mundialmente pelo ótimo "O Barco - Inferno no Mar". Além disso, em 2006 ele voltaria a filmar na água, desta vez com resultado bem inferior na fraca refilmagem de "Poseidon".

O resultado aqui prende o espectador na cadeira, ou seja, é perfeito para quem gosta de um filme pipoca de qualidade.    

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Um Cara Quase Perfeito & O Melhor Verão de Nossas Vidas


Um Cara Quase Perfeito (Man About Town, EUA, 2006) – Nota 6,5
Direção – Mike Binder
Elenco – Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese, Mike Binder, Gina Gershon, Adam Goldberg, Kal Penn, Bai Ling, Jerry O’Connell, Amber Valetta, Howard Hesseman, Damien Dante Wayans.

Jack Giamoro (Ben Affleck) é um agente de talentos em Hollywood que está passando por um momento de crise existencial, o que faz questionar sua vida, mesmo sendo rico, tendo sucesso no trabalho e casado com a bela Nina (Rebecca Romjin). 

Procurando respostas, ele se matricula no curso de um guru (John Cleese), que orienta seus alunos a escreverem um diário para liberar seus problemas. Jack começa a escrever o diário e sua vida dá uma terrível guinada. Sua esposa confessa que o traiu, sua casa é assaltada, ele é espancado e seu diário é roubado. Resultado, tudo o que ele conseguiu pode acabar na lata do lixo. 

O interessante do filme é o estranho roteiro escrito pelo diretor Mike Binder, que interpreta também o melhor amigo do personagem de Affleck. O roteiro mistura comédia através de cenas constrangedoras e drama, principalmente nas sequências em flashback sobre a infância de Jack. 

Não é um grande filme, mas o estilo diferente faz com que ganhe pontos com o espectador.

Como curiosidade, o diretor e ator Mike Binder foi o criador da série da HBO “The Mind of the Married Man”. 

O Melhor Verão de Nossas Vidas (Indian Summer, EUA, 1993) – Nota 6
Direção – Mike Binder
Elenco – Alan Arkin, Bill Paxton, Diane Lane, Matt Craven, Elizabeth Perkins, Vincent Spano, Kevin Pollak, Julie Warner, Sam Raimi, Kimberly Williams.

Tio Lou Handler (Alan Arkin) convida um grupo de pessoas para uma visita a seu acampamento de férias. Vinte anos atrás, este grupo passou o verão no local, quando eram adolescentes e ficaram marcados pela amizade com o velho proprietário. Depois de tantos anos, o reencontro abrirá caminho para recordações da adolescência, seu sonhos na época, além das frustrações e realizações de cada um na vida adulta. 

A premissa é interessante, segue o estilo de filmes como “O Reencontro” de Lawrnce Kasdan e “Para o Resto de Nossas Vidas” de Kenneth Branagh, porém o diretor Mike Binder (que também é ator) escolhe misturar drama e comédia criando algumas cenas que lembram filmes de adolescente, o que não funciona, já que os papéis são interpretadas por atores na faixa dos trinta anos. 

É curiosa a participação do diretor Sam Raimi como o atrapalhando ajudante do personagem de Alan Arkin. 

Infelizmente é um filme que cumpre pouco do que promete. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Hurricane - O Furacão

Hurricane – O Furacão (The Hurricane, EUA, 1999) – Nota 8
Direção – Norman Jewison
Elenco – Denzel Washington, Vicellous Reon Shannon, Deborah Kara Unger, John Hannah, Liev Schreiber, Dan Hedaya, Debbi Morgan, Clancy Brown, Rod Steiger, Vincent Pastore, Badja Djola, David Paymer, Harris Yulin.

Em 1966, Rubin “The Hurricane” Carter (Denzel Washington) é um boxeador de sucesso cotado para disputar o título mundial, porém numa noite ao passear de carro com um amigo em New Jersey, os dois são abordados pela polícia como suspeitos de terem assassinado três pessoas. A busca da polícia pelos culpados, misturada com uma testemunha confusa e um detetive corrupto (Dan Hedaya) que no passado tinha detido Carter quando este era criança, levam a dupla a julgamento e a condenação a prisão perpétua. 

Mesmo com as manifestações de amigos, artistas e atletas, dois julgamentos e várias apelações, além de Carter escrever um livro sobre sua vida, a liberdade não acontece e ele desiste de lutar por justiça. Após vinte anos preso, um jovem estudante (Vicellous Reon Shannon) descobre o livro de Carter e decide conhecer o sujeito que alega ser inocente. Este jovem estudante, junto com três ativistas pelos direitos humanos (Deborah Kara Unger, John Hannah e Liev Schreiber), resolvem investigar novamente o caso para tentar a libertação de Carter. 

O diretor Norman Jewison marcou sua carreira por filmes com conteúdos sérios, ele criticou os sindicatos em “F.I.S.T”, o sistema judiciário americano em “Justiça Para Todos”, a Guerra Fria em “Os Russos Estão Chegando!” e o racismo no clássico “No Calor da Noite” e neste ótimo “Hurricane – O Furacão”. 

Por mais que pareça ficcional, a perseguição do detetive contra o personagem de Denzel Washington consta que realmente existiu e influenciou outras pessoas envolvidas no processo resultando na injusta condenação. O fato de Rubin Carter ser uma pessoa de temperamento forte numa época em que a questão do preconceito contra os negros era muito grande nos Estados Unidos, acirrou ainda mais o ódio do detetive e fez com que parte da opinião pública acreditasse na culpa do lutador. 

O ótimo desempenho de Denzel Washington lhe rendeu uma merecida indicação ao Oscar. Como curiosidade, Rod Steiger que aqui interpreta o juiz, protagonizou “No Calor da Noite” ao lado de Sidney Poitier e na vida real foi um ator envolvido na luta a favor dos direitos humanos e das minorias nos Estados Unidos.
   

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Encurralada & Encurralados


Encurralada (Trapped, EUA, 2002) – Nota 7
Direção – Luís Mandoki
Elenco – Charlize Theron, Kevin Bacon, Courtney Love, Stuart Townsend, Pruitt Taylor Vince, Dakota Fanning, Steve Rankin, Garry Chalk.

A vida do casal Will (Stuart Townsend) e Karen (Charlize Theron) vira um inferno quando sua filha pequena Abby (Dakota Fanning) é sequestrada por um trio de criminosos formado por Hickey, Cheryl e Marvin (Kevin Bacon, Courtney Love e Pruitt Taylor Vince respectivamentre). O plano da quadrilha é simples, pressionar a família para pagar o resgate no máximo em 24 horas. Como o pai viajou a trabalho, ele é pressionado por Cheryl, enquanto a mãe é aterrorizada por Hickey e Marvin cuida da pequena Abby no cativeiro.

A história tem como diferencial mostrar os pais em cidades diferentes tendo de criar estratégias individuais para tentar salvar a filha, já que o restante da trama e as cenas de ação seguem a cartilha dos filmes do gênero, inclusive inserindo uma problema de saúde com a criança para aumentar a adrenalina. O elenco é razoável, Charlize Theron não compromente, enquanto Kevin Bacon e Courtney Love criam personagens violentos e a pequena Dakota Fanning se mostrava promissora, já Stuart Townsend tem outra atuação apática, fator normal em sua carreira.

Encurralados (Butterfly on a Wheel, EUA / Canadá, 2007) – Nota 6,5
Direção – Mike Barber
Elenco – Pierce Brosnan, Gerard Butler, Maria Bello, Claudette Mink, Nicholas Lea.

O casal Neil (Gerard Butler) e Abby (Maria Bello) parece viver um conto de fadas morando numa bela casa do subúrbio de Chicago. Ele é um executivo em alta na carreira e ela uma dona de casa feliz que cuida da pequena filha Sophie. Num final de semana quando o casal sai para viajar, ele iria para a casa do chefe e ela a um passeio com uma amiga, eles acabam seqüestrados por um desconhecido (Pierce Brosnan), que sabe tudo sobre a família e diz ter seqüestrado também a filha do casal. Sem saber o que o sujeito deseja, o casal passará por provações para se manter unido e salvar a filha, porém vários fatos virão à tona piorando ainda mais a situação. 

A interessante premissa é despediçada pelos furos no roteiro, que não aproveita uma situação inicial com o personagem de Nicholas Lea, que faz um amigo e rival de Gerard Butler, além da reviravolta final um pouco exagerada em relação a motivação do desconhecido. É curioso ver o “James Bond” Pierce Brosnan como vilão e sempre bom curtir a bela Maria Bello.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mr. Holland - Adorável Professor

Mr. Holland – Adorável Professor (Mr. Holland’s Opus, EUA, 1995) – Nota 7,5
Direção – Stephen Herek
Elenco – Richard Dreyfuss, Glenne Headly, Jay Thomas, Olympia Dukakis, William H. Macy, Alicia Witt, Terrence Howard, Damon Whitaker, Jean Louisa Kelly, Alexandra Boyd, Joanna Gleason.

Em meados dos anos sessenta, Glenn Holland (Richard Dreyfuss) é um músico que sonha compor algo grandioso, porém como precisa de dinheiro para dividir as despesas do apartamento onde mora com a esposa Iris (Glenne Headly), ele aceita a contragosto um emprego como professor de música em um colégio. 

A falta de motivação aos poucos diminui e logo ele começa a perceber que pode influenciar positivamente aqueles adolescentes, mesmo que tenha de deixar de lado sua paixão pela composição. 

Este sensível longa segue a vida do professor Holland por trinta anos, mostrando fatos importantes como o nascimento e crescimento de seu filho que tem um problema de audição, o convívio com o técnico do time de futebol do colégio (Jay Thomas), com a diretora (Olympia Dukakis) e com o conservador vice-diretor (William H. Macy), além da relação próxima com alguns alunos. 

Apesar da direção de Stephen Herek (especialista em comédias) ser apenas correta, vejo como acerto pontuar a vida do professor com fatos relevantes do período ao fundo (Guerra do Vietnã, protestos nas ruas, governo Nixon) e principalmente mostrar o personagem como uma pessoa real, diferente do hábito de Hollywood de transformar professores em heróis. 

Aqui vemos os erros e acertos do personagem, como sua relutância em aceitar a carreira, as dificuldades no relacionamento com o filho e a obra inacabada, situação normal nas pessoas comuns que geralmente escolhem a segurança de um emprego e deixam o sonho de lado. 

No geral é um filme correto que emociona em alguns momentos sem apelar para os clichês habituais.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os Assassinos - 1946 & 1964


Os Assassinos (The Killers, EUA, 1946) – Nota 9
Direção – Robert Siodmak
Elenco – Burt Lancaster, Ava Gardner, Edmond O’Brien, Albert Dekker, Sam Levene, Jack Lambert, Charles McGraw, William Conrad.

Uma dupla de assassinos (Charles McGraw e William Conrad) chega a pequena cidade de Brentwood com o objetivo de assassinar um sujeito conhecido como “Sueco” (Burt Lancaster), que trabalha num posto de gasolina local e por mais estranho que pareça, não reage e acaba executado. 

Como o Sueco deixou uma apólice de seguros, o investigador da seguradora Jim Riordan (Edmond O”Brien) vai até o local e descobre que o sujeito utilizava um nome falso e que a beneficiária da apólice é uma camareira de um hotel em Atlantic City, que por seu lado não imagina porque o homem decidiu deixar o dinheiro para ela. Intrigado, Riordan decide investigar a fundo a vida do Sueco e aos poucos descobre que a verdadeira história do homem é bem mais complicada do que aparentava ser. 

Baseado num livro de Ernest Hemingway, este longa é um dos grandes clássicos cinema noir e tem como destaque o ótimo roteiro, que conta grande parte da história em flashback, montando aos poucos um quebra-cabeça que envolve vários personagens do submundo, uma luta de boxe e um assalto milionário. 

O elenco também é destaque, mesmo sendo o nome principal, a importância do personagem de Burt Lancaster pode ser dividida com o investigador de Edmond O’Brien e a beleza de Ava Gardner, que interpreta a típica mulher fatal, personagem comum ao gênero. 

Os Assassinos (The Killers, EUA, 1964) – Nota 7,5
Direção – Don Siegel
Elenco – Lee Marvin, Angie Dickinson, John Cassavetes, Clu Gulager, Claude Akins, Normal Fell, Ronald Reagan.

Os assassinos Charlie (Lee Marvin) e Lee (Clu Gulager) invadem uma escola para cegos e assassinam o professor Johnny North (John Cassavetes), que não tenta reagir ou mesmo fugir. Charlie fica intrigado com a falta de reação do sujeito e por reconhecê-lo. Johnny era um ex-piloto de corridas que não teve mais chances na carreira após um grave acidente. Além disso, Charlie sabia de rumores que Johnny poderia ter participado de um assalto milionário, o que desperta nele a ambição de descobrir quem o contratou e onde estaria o dinheiro do roubo. 

Diferente do longa de Robert Siodmak que dividia os papéis principais entre a vítima e um investigador de seguros, esta versão de Don Siegel coloca como protagonistas a dupla de assassinos, principalmente Lee Marvin que segue as pistas através da violência para tentar encontrar o dinheiro. 

Esta escolha de Siegel ofusca os papéis de John Cassavetes e Angie Dickinson, que em comparação com o filme anterior, estão bem abaixo de Burt Lancaster e da belíssima Ava Gardner. 

Além disso, a história contada em flashback perde um pouco de tempo na primeira parte quando exagera no romance entre o casal. A história melhora na segunda parte, quando entra em cena o canastrão Ronald Reagan, ele mesmo, o futuro presidente americano interpretando um personagem sem escrúpulos. 

Mesmo sendo um bom filme, perde na comparação com o clássico de 1946.

domingo, 9 de setembro de 2012

A Fuga de D. B. Cooper

A Fuga de D. B. Cooper ou A Perseguição (The Pursuit of D. B. Cooper, EUA, 1981) – Nota 6,5
Direção – Roger Spottiswoode
Elenco – Treat Williams, Robert Duvall, Kathryn Harrold, Ed Flanders, Paul Gleason, R. G. Armstrong, Cooper Huckabee.

Em 1971, um sujeito que dizia se chamar Dan Cooper (Treat Williams) comprou uma passagem de avião que sairia de Portland para chegar em Seattle. No meio do vôo, ele entrega um bilhete para aeromoça dizendo ter uma bomba atrelada ao corpo e exige 200 mil dólares em dinheiro e quatro paraquedas assim que o avião pousar em Seattle. As autoridades aceitam o pedido e todos os passageiros são libertados, exceto a tripulação que é obrigada a levar o avião para o México. A surpresa acontece em pleno ar, quando Cooper abre as escadas do avião e salta de paraquedas carregando o dinheiro, nunca mais tendo sido visto. 

Este longa é baseado numa história real, considerado um dos roubos mais misteriosos já ocorridos, pois Cooper nunca foi encontrado e nem mesmo sua verdadeira identidade foi descoberta. 

O filme além de mostrar o golpe, segue também parte da investigação comandada por um policial (Robert Duval) e cria uma versão parcial de como Cooper teria conseguido escapar após o salto. 

Mesmo longe de ser um grande filme, a trama diverte principalmente pelo mistério da história real. 

Como curiosidade, o filme passou diversas no SBT no final dos anos oitenta, sempre com chamadas grandiosas, como se fosse um longa de sucesso.

sábado, 8 de setembro de 2012

Nova York - Uma Cidade em Delírio

Nova York – Uma Cidade em Delírio (Bright Lights, Big City, EUA, 1988) – Nota 6
Direção – James Bridges
Elenco – Michael J. Fox, Kiefer Sutherland, Phoebe Cates, Swoosie Kurtz, Frances Sternhagem, Jason Robards, Tracy Pollan, Charlie Schlatter, Dianne Wiest, John Houseman, William Hickey, Sam Robards.

Jamie Conway é um jovem aspirante a escritor que sai do Kansas para tentar a sorte em Nova York. Ele consegue emprego numa revista, onde a princípio parece ser um ótimo aprendizado para carreira, porém sua vida se complica quando ele cede as tentações da cidade grande. Em pouco tempo ele perde a esposa (Phoebe Cates) que o abandona e a mãe (Dianne Wiest) que morre. Este dois fatos, junto com a pressão para o sucesso na carreira, faz com que Jamie se entregue as bebidas e as drogas. 

Este drama foi um produção esperada com certa ansiedade em virtude de ser baseada num livro de Jay McInerney, que junto com Brett Easton Ellis, foram considerados os dois que melhor escreveram sobre a vida dos yuppies de Nova York. 

Infelizmente quando lançado, o filme teve críticas ruins, sendo um dos motivos a escolha de Michael J. Fox para o papel principal. Por seus papéis anteriores, Fox tinha fama de bom moço, o que não se encaixava com um personagem drogado e que acabou se comprovando, já que as cenas em que ele está sob o efeito das drogas não convencem. 

O filme no todo é razoável, ele se passa num momento específico de Nova York, durante a ascensão dos yuppies que enriqueceram na época e a entrada destes num mundo recheado de bebidas, drogas (principalmente cocaína) e mulheres. 

Vale destacar a pequena e não creditada participação de Jason Robards como um roteirista alcoólatra e de Kiefer Sutherland como um amigo do protagonista. 

Como curiosidade, a atriz Tracy Pollan que teve um papel de coadjuvante é a esposa de Michael J. Fox.    

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Waterworld - O Segredo das Águas

Waterworld – O Segredo das Águas (Waterworld, EUA, 1995) – Nota 7
Direção – Kevin Reynolds
Elenco – Kevin Costner, Dennis Hopper, Jeannie Tripplehorn, Tina Majorino, Michael Jeter, Neil Giuntoli, Zaker Mokae, Robert Joy, Jack Kehler, Jack Black.

No futuro, as calotas polares derreteram e a Terra se transformou num imenso oceano. Os sobreviventes passaram a morar em barcos e ilhas artificiais, em casas que lembram palafitas. Com esta mudança brusca na natureza, muitos humanos começaram a nascer com guelras. Um deles é Mariner (Kevin Costner) que vive negociando objetos, porém é discriminado por ser meio humano meio anfíbio e por este motivo acaba preso injustamente. Em seguida, Mariner é vendido para Helen (Jeanne Tripplehorn) que precisa de um guia para encontrar a “terra seca”, que para os sobreviventes é uma lenda de um local que não foi invadido pelas águas. Helen leva consigo a menina Enola (Tina Majorino) que tem um mapa desenhado nas costas, que indicaria o local onde ficaria a “terra seca”. O mapa chama atenção do pirata Deacon (Dennis Hopper) que junto com seus capangas também deseja encontrar o local e para isso passa a perseguir Mariner, Helen e Enola. 

Atualmente a rejeição a Kevin Costner é grande, algo parecido ao que acontece com Nicolas Cage, sendo este filme o grande motivo para a cara feia do público em relação ao ator. O filme é um daqueles casos (como “Apocalipse Now” e “O Portal do Paraíso”) em que os bastidores da produção poderiam render outro longa. Todo o problema começou em virtude da megalomania de Costner, que estava no auge da carreira após vários sucessos (“Os Intocáveis”, “Dança com Lobos”, “Wyatt Earp”). 

Com todo o poder que tinha época, ele convenceu a Universal a produzir este longa pós-apocalíptico com as filmagens no oceano, ao invés de ser em estúdio. Filmar no mar é extremamente complicado por ele ser imprevisível e aqui grande parte do cenários foram destruídos por uma tempestade tropical. O problema foi ainda maior em virtude do orçamento que era alto e que já estava estourado, o que atrasou ainda mais a produção e obrigou a Universal a colocar mais grana para finalizar o filme, que na mente de Costner seria um épico de três horas de duração. 

No início das filmagens a imprensa já divulgava problemas com o orçamento e após a destruição dos cenários a crítica cravou que o filme já era um fracasso, mesmo sem estar finalizado. Além disso, pouco antes do final das filmagens, Costner e o diretor Kevin Reyndols que eram amigos de longa data (fizeram “Fandango” e o sucesso “Robin Hood – O Princípe dos Ladrões”), brigaram e Reynolds abandonou o set (ou foi despedido por Costner, não se sabe ao certo), com Costner finalizando o longa também como diretor. 

Analisando apenas o filme, o resultado é satisfatório, a história é interessante, os créditos de abertura que simulam o globo terrestre sendo tomado pelas águas é criativo, as cenas de ação são bem filmadas e tem ainda um bom vilão, apesar de que com pelos menos trinta minutos menos o longa com certeza seria melhor. 

O fracasso gigantesco não foi merecido em relação ao filme, o que ocorreu claramente foi a resposta dos críticos ao ego de Costner, que não soube administrar a fama e entrou em rota de colisão com estes e com o próprio estúdio que gastou uma fortuna na época. Quando o filme foi lançado, o público já considerava que seria uma bomba em virtude das críticas negativas que vinham desde o ano anterior, situação que levaria para o buraco qualquer produção.      

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Morte Sem Honra & Assassinato em Greenwich


Morte Sem Honra (Resting Place, EUA, 1986) – Nota 6,5
Direção – John Korty
Elenco – John Lithgow, Morgan Freeman, CCH Pounder, Frances Sternhagen, John Philbin, G. D. Spradlin, Richard Brooks, M. Emmet Walsh, Richard Bradford.

Em 1972, o Major Laird (John Lithgow) é encarregado de levar de volta para a família o corpo de um soldado morto em combate no Vietnã. Porém chegando a pequena cidade, os pais do soldado (Morgan Freeman e CCH Pounder) não conseguem enterrar o filho no cemitério local por ele ser negro, mesmo ele tendo servido o país e morrido como herói, o que dá início a uma luta por justica na cidade. O Major que a princípio não conhecia o soldado, simpatiza com a situação e tenta descobrir quem na verdade era o rapaz para ajudar na luta dos pais. 

Este razoável drama tem a questão do racismo como ponto principal, sem se aprofundar no tema, porém mostrando como as mudanças podem demorar a ocorrer e a serem aceitas, mas que apenas a luta com respeito e dignidade pode dar um empurrão necessário para acelerar este processo.

Assassinato em Greenwich (Murder in Greenwich, EUA, 2002) – Nota 6
Direção – Tom McLoughlin
Elenco – Christopher Meloni, Robert Forster, Maggie Grace, Toby Moore, Jon Foster, Andrew Mitchell.

Em 1975, a jovem Martha Moxley (Maggie Grace de “Lost”) foi encontrada brutalmente assassinada no terreno onde ficava a mansão de sua família, na localidade de Belle Haven em Greenwich. Como o local é uma comunidade fechada de pessoas ricas e os suspeitos principais eram os irmãos Skakel (Toby Moore e Jon Foster), jovens parentes da família Kennedy, a situação que dificultou a investigação e o caso não foi solucionado. 

Em 2002, o ex-policial Mark Fuhrman (Christopher Meloni), famoso por seu envolvimento no caso de O. J. Simpson e por ter escrito um livro sobre o assunto, decide investigar o assassinato da jovem Moxley. Fuhrman chega a Belle Haven com um escritor que o auxilia (Andrew Mitchell), o que desagrada a comunidade, já que ninguém deseja mexer no caso. A dupa contará com ajuda apenas de um policial aposentado (Robert Forster) que trabalhou no caso original, mas não teve apoio algum para chegar ao culpado. 

Este longa para tv é baseado num caso real que poderia render um ótimo filme, mas as limitações das produções do tipo resultaram numa obra apenas correta. É interessante a escolha do diretor em que colocar atriz Maggie Grace para narrar a vida de sua personagem, mostrando em flashback como ela se envolveu com os irmãos e o porque de seu assassinato. No final a história é mais interessante do que a realização.