quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Síndromes e um Século


Síndromes e um Século (Sang Sattawat ou Syndromes and a Century, Tailândia / França / Áustria, 2006) – Nota 7,5
Direção – Apichatpong Weerasethakul
Elenco – Arkane Cherkam, Jaruchai Iamaram, Sakda Kaewbuadee, Sin Kaewpakpin.

O diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, também conhecido como Joe, é um cineasta que utiliza seus filmes para mostrar as diferenças culturais existentes dentro da Tailândia. 

Em “Tio Boone” ele utiliza misticismo e crenças para mostrar a união entre natureza, seres humanos e animais, aqui ele apenas cita a reencarnação em alguns diálogos, deixando como foco principal a influência do ambiente na pessoa. 

O roteiro divide o filme em duas partes, ou melhor, os mesmos personagens interpretam a mesma história duas vezes, na primeira parte em um hospital no interior da Tailândia e a parte final em um hospital moderno de uma grande cidade. A diferença de atitude dos personagens em situações semelhantes mostra como a influência do ambiente (para o bem e para o mal) é forte. 

Enquanto na primeira parte vemos um casal que flerta em diversas cenas num estilo de amor a moda antiga, nas cenas do grande hospital o mesmo casal vive uma relação muito mais sexual e com as carreiras dos dois influenciando o que pode ser o fim do relacionamento. 

Esta diferença é sentida no atendimento do dentista ao jovem monge, que logo se revela um delicioso diálogo onde o monge fala sobre sua vontade de ser DJ e o dentista revela ser um cantor de músicas tailandesas. A mesma cena na parte final é fria, a dupla não troca palavra alguma enquanto uma assistente prepara os utensílios para o dentista trabalhar, causando um triste e incômodo silêncio. 

A grande diferença é acentuada nas sequências de música, enquanto vemos o dentista cantando suas músicas tranquilas em um palco simples para enfermeiras, médicos e funcionários do pequeno hospital que ouvem com um sorriso no rosto, no final do longa vemos uma acelerada sessão de aeróbica onde um grupo enorme de pessoas dança agitadamente, sem olhares entre em si ou mesmo um sorriso. 

O cinema lento e contemplativo de Joe não agradará a todos, mas com certeza fará o espectador refletir bastante sobre o mundo em que vivemos.

2 comentários:

Amanda Aouad disse...

Parece mesmo interessante, Hugo. Fiquei curiosa, vou procurar para conferir.

bjs

Hugo disse...

Amanda - É um filme diferente que vale a sessão.

Bjos