Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, Canadá / Brasil / Japão,
2008) – Nota 8
Direção – Fernando Meirelles
Elenco – Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny
Glover, Gael Garcia Bernal, Maury Chaykin, Yusuke Iseya, Yoshino Kimura, Don
McKellar, Mpho Koaho, Mitchell Nye, Sandra Oh.
No meio do trânsito, um homem de origem japonesa (Yusuke Iseya)
fica completamente cego. Em seguida outras pessoas que tem contato om o sujeito
também ficam cegos, entre eles sua esposa (Yoshuno Kimura), um ladrão (Don
McKellar) que rouba seu carro e o médico que o atende (Mark Ruffalo).
Quando o
governo percebe a situação, resolve confinar estas pessoas num antigo galpão
que parece um presídio. A esposa do médica (Julianne Moore) que não foi afetada
pela cegueira, resolve enganar as autoridades para ficar perto do marido e aos
poucos será a única pessoa capaz de guiar a multidão que será isolada no local.
O livro do falecido escritor José Saramago sempre foi considerado pelo autor
como praticamente impossível de ser adaptado para o cinema e quando ele ainda
antes de falecer foi convidado a assistir a pré-estréia ao lado do diretor
Fernando Meirelles, ficou extremamente emocionado ao ver como sua obra se
transformou num ótimo filme, que faz o espectador pensar.
O roteiro mostra principalmente
as fraquezas de caráter do ser humano, mesmo acometidos pela cegueira, diversos
personagens ainda utilizam da violência e da intimidação para ter poder,
conseguir privilégios e até humilhar os que estão na mesma situação, nada tão
diferente do que vemos no dia a dia. O lado que tenta ser racional e colocar algum
ordem no caos é interpretado pelo casal vivido por Julianne Moore (em ótima
interpretração) e Mark Ruffalo.
A parte técnica é extremamente cuidadosa, com um
fotografia clara que faz alusão a “cegueira branca” que ataca os personagens e
uma recriação interessante do que seria o mundo após uma situação de caos. Por
sinal, muitas sequências externas foram filmadas no centro de São Paulo, que
com sua mistura de arquitetura antiga com o abandono da atualidade, ficou
perfeita para o objetivo do filme.
O resultado é uma obra forte com sequências de
violência física e psicológica, que
merece ser vista e analisada em todos os seus detalhes.
9 comentários:
Ótimo texto Hugo! Cara, gosto bastante deste filme. Não entendo o motivo do filme ter dividido a crítica e principalmente em não ter sido um sucesso de público. É excelente e muito bem feito...!
É um filme sensível e forte ao mesmo tempo, sensacional !
Ótimo resgate, Hugo, gosto muito do resultado que Meireles conseguiu aqui, apesar das críticas ferrenhas que encontrou pela frente. Merece mesmo ser lembrado e celebrado, principalmente pelo fato que você citou de todos acharem que o livro era infilmável.
bjs
Não conhecia, mas vou ver... chamou atenção
Philip Rangel
http://entrandonumafria.blogspot.com/
Adoro de paixão esse filme, fez jus à obra social de Saramago e Meirelles fez uma adaptação digna de um estudo antropológico da busca do homem por poder em tempos diferentes.
Alan - Acredito que muitos não gostaram das cenas fortes de violência, é o único motivo que vejo.
Marcelo - Concordo.
Amanda - O próprio Saramago não acredita que fosse possível a adaptação e já havia vetado outras tentativas.
Philip - Procure assistir que é um ótimo filme.
Gabriel - Sem dúvida uma belíssima adaptação.
Abraço a todos
é um grande filme de fernando meirelles, não só por realmente não ser um livro fácil de adaptar, mas pela originalidade a nível técnico. meirelles é um bom raelizador. cumprimentos
Nao li o livro, mas lembro que o filme foi uma angustia sem fim. Apesar de tudo eu gostei, rs. Mas não é um filme que vc queira assistir numa segunda vez, acredito...
Abs!
Narrador - Meireles mostra a cada filme que é um grande diretor.
Natália - É um filme que incomoda e faz pensar.
Abraços
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