Síndromes e um Século (Sang Sattawat ou Syndromes and a
Century, Tailândia / França / Áustria, 2006) – Nota 7,5
Direção –
Apichatpong Weerasethakul
Elenco –
Arkane Cherkam, Jaruchai Iamaram, Sakda Kaewbuadee, Sin Kaewpakpin.
O diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, também conhecido
como Joe, é um cineasta que utiliza seus filmes para mostrar as diferenças
culturais existentes dentro da Tailândia.
Em “Tio Boone” ele utiliza misticismo
e crenças para mostrar a união entre natureza, seres humanos e animais, aqui
ele apenas cita a reencarnação em alguns diálogos, deixando como foco principal
a influência do ambiente na pessoa.
O roteiro divide o filme em duas partes, ou
melhor, os mesmos personagens interpretam a mesma história duas vezes, na
primeira parte em um hospital no interior da Tailândia e a parte final em um
hospital moderno de uma grande cidade. A diferença de atitude dos personagens
em situações semelhantes mostra como a influência do ambiente (para o bem e
para o mal) é forte.
Enquanto na primeira parte vemos um casal que flerta em
diversas cenas num estilo de amor a moda antiga, nas cenas do grande hospital o
mesmo casal vive uma relação muito mais sexual e com as carreiras dos dois
influenciando o que pode ser o fim do relacionamento.
Esta diferença é sentida
no atendimento do dentista ao jovem monge, que logo se revela um delicioso
diálogo onde o monge fala sobre sua vontade de ser DJ e o dentista revela ser
um cantor de músicas tailandesas. A mesma cena na parte final é fria, a dupla
não troca palavra alguma enquanto uma assistente prepara os utensílios para o
dentista trabalhar, causando um triste e incômodo silêncio.
A grande diferença
é acentuada nas sequências de música, enquanto vemos o dentista cantando suas
músicas tranquilas em um palco simples para enfermeiras, médicos e funcionários
do pequeno hospital que ouvem com um sorriso no rosto, no final do longa vemos
uma acelerada sessão de aeróbica onde um grupo enorme de pessoas dança
agitadamente, sem olhares entre em si ou mesmo um sorriso.
O cinema lento e
contemplativo de Joe não agradará a todos, mas com certeza fará o espectador
refletir bastante sobre o mundo em que vivemos.
2 comentários:
Parece mesmo interessante, Hugo. Fiquei curiosa, vou procurar para conferir.
bjs
Amanda - É um filme diferente que vale a sessão.
Bjos
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