Ford – O
Homem e a Máquina (“Ford: The Man and the Machine”, Canadá, 1987) – Nota 6,5
Direção –
Allan Eastman
Elenco –
Cliff Robertson, Hope Lange, Michael Ironside, Heather Thomas, Nicholas
Kilbertus, Allan Eastman.
Esta produção da tv canadense é uma biografia de Henry Ford
(Cliff Robertson), que no início do século passado revolucionou a produção de
automóveis criando as chamadas “linhas de montagem” para diminuir os custos e
consequentemente vender os veículos por um preço mais baixo, atingindo uma
grande quantidade de pessoas.
O roteiro mostra que Ford era um verdadeiro
tirano, que colocava seus carros e a empresa acima de tudo e de todos, causando
uma grande insatisfação nos funcionários. Ao mesmo tempo sua vida particular também
era complicada, mesmo casado com Clara (Hope Lange), ele mantinha um caso com
uma funcionária (Heather Thomas).
Lembrei do filme ao ver a notícia da morte de
Cliff Robertson, conhecido pela geração atual pelo papel do avô de Peter Parker
na franquia “Homem-Aranha”, mas que estava no cinema desde os anos cinqüenta,
tendo seu auge ao vencer o Oscar de Melhor Ator em 1968 pelo drama “Os Dois
Mundos de Charlie”.
Aqui sua interpretação de Henry Ford é competente, mas o
filme peca pelas limitações das produções de tv, deixando quase todas as
sequências a cargo do personagem principal que interage com coadjuvantes fracos,
além de um duração longa que deixa algumas passagens cansativas. O roteiro toca
ainda em temas da época como a Quebra da Bolsa em 1929, seguida da Depressão
Americana, passando um pouco pela ascensão do comunismo e do nazismo, porém sem
se aprofundar.
Eu assisti o filme quando estava na universidade no curso de
Administração e ficou bem claro como a idéia das linhas de montagem são
utilizadas até hoje, não apenas na produção de carros, mas na grande maioria
das empresas, podendo ser nas áreas administrativas, bancos e centrais de
atendimento, que consideram o “colaborador” apenas uma peça na engrenagem que
não pode parar.
Mesmo tendo me formado neste curso, muitas das idéias
difundidas atualmente não me agradam, deixar de valorizar o “colaborador” transformando
o trabalho em algo repetitivo, pensando apenas em diminuir custos, leva a desmotivação
e a rotatividade. A maioria dos empresários utilizam estas práticas, pois sabem
que podem substituir os descontentes quando quiserem. Vivenciei este fato em
algumas empresas e por isso considero que o legado de Ford continua sendo
utilizado de uma péssima forma, principalmente para os trabalhadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário