sábado, 3 de setembro de 2011

Ensaio Sobre a Cegueira


Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, Canadá / Brasil / Japão, 2008) – Nota 8
Direção – Fernando Meirelles
Elenco – Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael Garcia Bernal, Maury Chaykin, Yusuke Iseya, Yoshino Kimura, Don McKellar, Mpho Koaho, Mitchell Nye, Sandra Oh.

No meio do trânsito, um homem de origem japonesa (Yusuke Iseya) fica completamente cego. Em seguida outras pessoas que tem contato om o sujeito também ficam cegos, entre eles sua esposa (Yoshuno Kimura), um ladrão (Don McKellar) que rouba seu carro e o médico que o atende (Mark Ruffalo). 

Quando o governo percebe a situação, resolve confinar estas pessoas num antigo galpão que parece um presídio. A esposa do médica (Julianne Moore) que não foi afetada pela cegueira, resolve enganar as autoridades para ficar perto do marido e aos poucos será a única pessoa capaz de guiar a multidão que será isolada no local. 

O livro do falecido escritor José Saramago sempre foi considerado pelo autor como praticamente impossível de ser adaptado para o cinema e quando ele ainda antes de falecer foi convidado a assistir a pré-estréia ao lado do diretor Fernando Meirelles, ficou extremamente emocionado ao ver como sua obra se transformou num ótimo filme, que faz o espectador pensar. 

O roteiro mostra principalmente as fraquezas de caráter do ser humano, mesmo acometidos pela cegueira, diversos personagens ainda utilizam da violência e da intimidação para ter poder, conseguir privilégios e até humilhar os que estão na mesma situação, nada tão diferente do que vemos no dia a dia. O lado que tenta ser racional e colocar algum ordem no caos é interpretado pelo casal vivido por Julianne Moore (em ótima interpretração) e Mark Ruffalo. 

A parte técnica é extremamente cuidadosa, com um fotografia clara que faz alusão a “cegueira branca” que ataca os personagens e uma recriação interessante do que seria o mundo após uma situação de caos. Por sinal, muitas sequências externas foram filmadas no centro de São Paulo, que com sua mistura de arquitetura antiga com o abandono da atualidade, ficou perfeita para o objetivo do filme. 

O resultado é uma obra forte com sequências de violência física e psicológica,  que merece ser vista e analisada em todos os seus detalhes.

9 comentários:

Alan Raspante disse...

Ótimo texto Hugo! Cara, gosto bastante deste filme. Não entendo o motivo do filme ter dividido a crítica e principalmente em não ter sido um sucesso de público. É excelente e muito bem feito...!

! Marcelo Cândido ! disse...

É um filme sensível e forte ao mesmo tempo, sensacional !

Amanda Aouad disse...

Ótimo resgate, Hugo, gosto muito do resultado que Meireles conseguiu aqui, apesar das críticas ferrenhas que encontrou pela frente. Merece mesmo ser lembrado e celebrado, principalmente pelo fato que você citou de todos acharem que o livro era infilmável.

bjs

Unknown disse...

Não conhecia, mas vou ver... chamou atenção

Philip Rangel
http://entrandonumafria.blogspot.com/

Gabriel Neves disse...

Adoro de paixão esse filme, fez jus à obra social de Saramago e Meirelles fez uma adaptação digna de um estudo antropológico da busca do homem por poder em tempos diferentes.

Hugo disse...

Alan - Acredito que muitos não gostaram das cenas fortes de violência, é o único motivo que vejo.

Marcelo - Concordo.

Amanda - O próprio Saramago não acredita que fosse possível a adaptação e já havia vetado outras tentativas.

Philip - Procure assistir que é um ótimo filme.

Gabriel - Sem dúvida uma belíssima adaptação.

Abraço a todos

O Narrador Subjectivo disse...

é um grande filme de fernando meirelles, não só por realmente não ser um livro fácil de adaptar, mas pela originalidade a nível técnico. meirelles é um bom raelizador. cumprimentos

Natalia Xavier disse...

Nao li o livro, mas lembro que o filme foi uma angustia sem fim. Apesar de tudo eu gostei, rs. Mas não é um filme que vc queira assistir numa segunda vez, acredito...

Abs!

Hugo disse...

Narrador - Meireles mostra a cada filme que é um grande diretor.

Natália - É um filme que incomoda e faz pensar.

Abraços