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Direção – Moustapha Akkad
Elenco – Anthony Quinn, Michael Ansara, Irene Papas, Johnny Seka, Michael Forest, Damien Thomas, André Morell, Garrick Hagon.
O sírio Moustapha Akkad ficou conhecido no cinema como o produtor do clássico “Halloween” de John Carpenter, inclusive sendo creditado em todas as sequências da franquia. O que muitos não sabem é que Akkad estreou no final dos anos setenta produzindo e dirigindo três filmes sobre a história muçulmana.
O primeiro fato inusitado é que ele produziu em paralelo duas versões sobre a vida de Maomé. Uma versão para o público muçulmano e outra para o cinema ocidental, que é esta que comento aqui com um elenco repleto de atores ocidentais. Reza a lenda que Akkad tentou financiamento em Hollywood e foi ignorado, o que o levou a conseguir o dinheiro com o ditador líbio Muammar Gaddafi.
O filme é um épico ao estilo do cinema americano dos anos sessenta, com centenas de figurantes, várias sequências de batalhas e uma produção de primeira qualidade. O que peca um pouco são as longas três horas de duração. Outro ponto interessante é que Maomé não é representado por ator algum, o protagonista é seu tio Hamza vivido por Anthony Quinn, que lidera os seguidores em diversas batalhas.
O Leão do Deserto (Lion of the Desert, EUA / Líbia, 1980) – Nota 7,5
Direção – Moustapha Akkad
Elenco – Anthony Quinn, Oliver Reed, Rod Steiger, Irene Papas, Raf Vallone, John Gielgud, Robert Brown.
Quatro anos depois, já conhecido pelo sucesso de “Halloween”, Moustapha Akkad conseguiu levar às telas outra história real sobre o mundo muçulmano.
A trama se passa em 1929 e foca na resistência de rebeldes líbios liderados por Omar Mukhtar (Anthony Quinn) que lutaram durante mais de vinte anos contra a invasão das tropas italianas de Benito Mussolini (Rod Steiger). O roteiro detalha o período final da guerra quando Mussolini enviou o general Graziani (Oliver Reed), seu oficial com mais condecorações, para derrotar Mukhtar usando de todas as armas possíveis.
O longa é outra épico de três horas de duração com estilo bastante semelhante ao filme sobre Maomé e novamente tendo o grande Anthony Quinn no papel principal, além da grega Irene Papas que também trabalhou nos dois filmes. Aqui o elenco ainda tem o reforço de grandes atores como Rod Steiger, Oliver Reed e John Gielgud.
Nos anos seguintes, Akkad tentou sem sucesso fechar sua trilogia produzindo um filme sobre Saladino, porém não conseguiu investidores. E a nota triste fica para sua morte. Em 2005, aos 75 anos, Akkad e sua filha faleceram em um atentado enquanto estavam hospedados em um hotel na Jordânia.
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