sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Daniel & A Traição do Falcão


Daniel (Daniel, EUA, 1983) – Nota 6
Direção – Sidney Lumet
Elenco – Timothy Hutton, Mandy Patinkin, Lindsay Crouse, Edward Asner, Amanda Plummer, Ian Mitchell Smith, Jena Greco, Ellen Barkin, John Rubinstein, Tovah Feldshuh, Julie Bovasso.

Em meados dos anos sessenta, Daniel Isaacson (Timothy Hutton) tenta levar uma vida normal ao lado da esposa (Ellen Barkin) e da filha bebê, mas sofre pelas crises de sua irmã Susan (Amanda Plummer), que não conseguiu superar a morte dos pais que foram executados acusados de serem espiões da União Soviética. Tentando compreender o que realmente aconteceu, Daniel decide investigar o passado para chegar a uma conclusão da culpa ou não de seus pais. 

Em paralelo, o roteiro volta para o final dos anos quarenta, quando Paul Isaacson (Mandy Patinkin) e sua esposa Rochelle (Lindsay Crouse) são membros ativos do partido comunista. Após o casal ser preso, os então adolescentes Daniel (Ilan Mitchell Smith) e Susan (Jena Greco) são obrigados a viverem com outras pessoas e sofrem à espera da volta dos pais, o que nunca aconteceu. 

Baseado em um livro de ficção de E. L. Doctorow, que por sua vez utilizou como inspiração a história real do casal Julius e Ethel Rosenberg, este longa do grande Sidney Lumet é um dos seus trabalhos mais frios. Assim como a história real dos Rosenberg que até hoje é nebulosa, o livro adaptado aqui sofre por deixar muita coisa no ar. 

As atitudes do casal Isaacson chegam a ser fantasiosas, inclusive suas escolhas de defesa, sendo que pouca coisa é explicada sobre o crime que eles teriam cometido. O ponto principal é o sofrimento dos filhos, que se tornaram vítimas da ideologia dos pais. A busca pela verdade do personagem de Timothy Hutton é muito filosófica em alguns momentos, com diálogos teatrais que não convencem. É uma pena, a polêmica história real tinha potencial para render um filme muito melhor.  

A Traição do Falcão (The Falcon and the Snowman, EUA / Inglaterra, 1985) – Nota 7
Direção – John Schlesinger
Elenco – Timothy Hutton, Sean Penn, Pat Hingle, Lori Singer, David Suchet, Dorian Harewood, Richard Dysart, Chris Makepeace.

Em meados dos anos sessenta, Christopher Boyce (Timothy Hutton) abandona a universidade para trabalhar na CIA através de uma indicação de seu pai (Pat Hingle), um agente aposentado do FBI. Christopher é colocado em um departamento responsável por mensagens secretas. Lendo o conteúdo destas mensagens, ele fica inconformado ao descobrir o envolvimento da CIA em conspirações internacionais, derrubadas de governo e eleições em outros países. O caso “Watergate” é outro combustível que alimenta a insatisfação de Christopher. 

Ele decide procurar ajuda de um amigo de infância, o hoje traficante Daulton Lee (Sean Lee), que tem contatos no México e que consegue se aproximar de um diplomata soviético (David Suchet) para tentar vender as mensagens secretas. 

Baseado em uma história real, este competente longa de espionagem fracassou nas bilheterias, muito provavelmente pelo tema espinhoso que mexia em segredos sujos do governo americano. 

O falecido diretor inglês John Schlesinger não acertava a mão desde o ótimo “Maratona da Morte” de 1976. Aqui, apesar do fracasso, este é com certeza seu melhor filme da última fase da carreira. 

Os destaques aqui ficam para a dupla principal, com a curiosidade de que Timothy Hutton era o mais promissor, porém Sean Penn foi quem se tornou um grande astro, até mesmo como diretor. Hutton faz uma carreira digna, mas jamais chegou perto do que o inicio da carreira demonstrava. 

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