Chatô - O Rei do Brasil
(Brasil, 2015) – Nota 4
Direção – Guilherme Fontes
Elenco – Marco Ricca, Andrea Beltrão, Letícia Sabatella, Leandra
Leal, Paulo Betti, Eliane Giardini, Gabriel Braga Nunes, José Lewgoy, Walmor
Chagas, Zezé Polessa.
Após vinte anos de problemas com a produção, o ator
e diretor Guilherme Fontes conseguiu finalizar seu “épico”. Após assistir ao
filme, fiquei surpreso ao ler várias críticas positivas pela internet, com
muita gente elogiando a forma como Fontes criou uma espécie de sátira ao Brasil
utilizando como base a biografia de Assis Chateaubriand.
Com meu olhar de
cinéfilo, o filme chega a ser irritante. A escolha em explorar o exagero na
narrativa, nas atuações e transformar a biografia em uma ficção, resulta num
filme histriônico, uma comédia de absurdos sem risadas.
Não li a biografia
escrita por Fernando Morais, mas sei que Chatô foi uma figura controversa, que
na minha opinião mereceria um filme sério para detalhar fatos de sua vida,
assim como a forma como ele se transformou em um magnata da imprensa, suas
ligações de bastidores com a elite e com o então presidente Getúlio Vargas.
Merecidamente, o filme foi ignorado pelo público e novamente como opinião
pessoal, deveria servir de exemplo para justificar o fim da Lei Rouanet. É
inadmissível que exista uma lei para “bancar a cultura” em um país como o
Brasil, em que não existe infraestrutura decente para atender aos serviços
básicos de saúde e educação e que os trabalhadores pagam quase quarenta por
cento dos seus ganhos em impostos, sem contar violência, desemprego e
corrupção.
Se eu precisar de dinheiro para montar um pequeno negócio, terei de
pedir um empréstimo e pagar juros e taxas. Então, porque um produtor de cinema pode
receber dinheiro público para fazer um filme? É bom citar, dinheiro da
Rouanet é público, pois são impostos que deixarão de ser utilizados em prol da população.
5 comentários:
esse filme é absolutamente incrível. foi uma grande surpresa. comentei aqui http://mataharie007.blogspot.com.br/2015/12/chato-o-rei-do-brasil.html beijos, pedrita
ah, chatô está muito bem retratado, era um desbocado, inconveniente. exatamente como no filme. mas um gênio da comunicação, mas sempre sem escrúpulos. o filme é muito fiel ao chateaubriand.
Bom, a produção de Chatô foi uma lambança, tem muitos absurdos no percurso, mas acho que Guilherme Fontes conseguiu uma forma criativa de resolver o pepino que tinha nas mãos. Li a biografia escrita por Fernando Morais e, na verdade, o que mais me incomoda é a visão maniqueísta, sem apontar os pontos positivos de sua trajetória. Mas, acho um filme convincente. Teve pouca bilheteria e na Netflix tem tido muitas críticas negativas, mas teve algum destaque, principalmente na mídia, tanto que é indicado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (espero que não vença).
bjs
Não vi o filme e nem penso em assistir.
Mas li e tenho o livro que é muito bom, debochado e desbocado.
Acho um absurdo lei de incentivo a cultura para esse tipo de coisas.
Deveria ser usado para criar bibliotecas, escolas de teatros, etc.
Pedrita e Amanda - Mesmo considerando o filme isoladamente, eu não gostei. Este estilo exagerado não me agrada.
Liliane - Perfeito, uma lei deste tipo deveria ser utilizado para escolas de teatro, bibliotecas e cultura em colégios, não para artistas lucrarem.
Bjos
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