Machuca (Machuca, Chile / Espanha / Inglaterra / França,
2004) – Nota 8
Direção – Andrés Wood
Elenco – Matias Quer, Ariel Mateluna, Manuela Martelli,
Aline Kuppenheim, Ernesto Malbran, Francisco Reyes, Federico Luppi.
Meados de 1973, Santiago, capital do Chile, está dividida
politicamente, com os pobres apoiando o governo socialista de Salvador Allende
e as classes média e alta protestando, pedindo a saída do presidente.
Neste
contexto, o garoto Gonzalo (Matias Quer) vive com os pais e a irmã adolescente
em um bairro de classe média alta e estuda em um colégio inglês para meninos
chamado Saint Patrick. Sem entender nada dos problemas políticos do país e da
divisão de classes, Gonzalo faz amizade com um novo aluno no colégio, o garoto
Pedro Machuca (Ariel Mateluna). Machuca, assim como alguns outros alunos,
ganharam bolsas de estudos oferecidas pelo padre McEnroe (Ernesto Malbran), que
via nas mudanças do país, a chance de ajudar os menos favorecidos. A
convivência com Machuca faz Gonzalo descobrir uma realidade completamente
diferente da sua.
Utilizando como pano de fundo os conflitos pré-golpe militar que ocorreu em setembro de 1973, o diretor Andrés Wood entrega um belíssimo
filme sobre descobertas, mentiras, preconceito e hipocrisia.
O personagem Gonzalo
sofre ao testemunhar o preconceito e a injustiça que a família de Machuca e
outros garotos pobres são obrigados a enfrentar. Gonzalo também se torna uma
espécie de cúmplice involuntário da mãe (Aline Kuppenheim), uma dona de casa
fútil que tem um caso com um velho argentino (Federico Luppi) e que o leva para
brincar na casa do amante enquanto o marido (Francisco Reyes) está trabalhando.
A sensibilidade da história contrasta com o trágico período que o Chile estava
começando a viver e que duraria mais de vinte e cinco anos.
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