Nesta postagem, eu comento quatro filmes que fogem deste lugar comum. Estes filmes contam história pós-guerra, focando em criminosos nazistas foragidos e são baseados em livros, sendo que três deles misturam realidade com ficção e o quarto descreve a historia real de uma famosa missão secreta.
O Homem que Capturou Eichmann (The Man Who Captured
Eichmann, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – William A. Graham
Elenco – Robert Duvall, Arliss Howard, Jeffrey Tambor, Jack
Laufer, Nicolas Surovy, Joel Brooks, Sam Robards, Rusty Schwimmer.
Buenos Aires, 1960, por ironia do destino, o criminoso de
guerra Adolf Eichmann (Robert Duvall), que vive no país utilizando um nome
falso, é reconhecido por um cego, que foi prisioneiro de guerra e que diz
jamais ter esquecido da voz e do cheiro de seu algoz. A pista sobre o paradeiro
de Eichamnn chega ao Mossad, o serviço secreto de Israel, que envia um agente
(Nicolas Surovy) para investigar o caso. O agente confirma que o sujeito é
mesmo Eichmann, que vive nos arredores de Buenos Aires com a esposa e os três
filhos. Sabendo que o governo argentino deu abrigo a muitos nazistas que
fugiram da Europa após a guerra e jamais negociaria uma extradição, o Mossad decide investir em um ousado plano,
enviar um grupo de agentes para sequestrar Eichmann e levá-lo a Israel para ser
julgado.
Este filme produzido para tv é baseado na famosa história real
descrita no livro de Peter Malkim (Arliss Howard), um agente do Mossad que
participou da ação e que conta em detalhes seus diálogos com Eichmann durante o cativeiro. O
criminoso é mostrado como um sujeito inteligente, pai de família carinhoso e
extremamente disciplinado, que não demonstra remorso e diz ter apenas cumprido
ordens dos superiores nazistas. Eichmann foi o responsável pela logística do
transporte de prisioneiros para os campos de concentração.
Ao mesmo tempo em
que o filme tem uma história por si só interessante e uma ótima atuação de
Robert Duvall, a narrativa é irregular e fria, falta emoção até mesmo nas
sequências do sequestro e na fuga na parte final.
Os Meninos do Brasil (The Boys from Brazil, Inglaterra /
EUA, 1978) – Nota 7
Direção – Franklin J. Schaffner
Elenco – Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason, Lilli
Palmer, Uta Hagen, Denholm Elliott, Steve Guttenberg, Rosemary Harris, John
Dehner, John Rubinstein, Anne Meara, Bruno Ganz.
Barry Kohler (Steve Guttenberg) é um jovem caçador de
nazistas que localiza o temido médico Joseph Mengele (Gregory Peck) vivendo
escondido no Paraguai e trabalhando em uma experiência secreta. Antes de ser
assassinado, Kohler consegue avisar Ezra Lierberman (Laurence Olivier), outro
caçador de nazistas. A partir daí, Lieberman segue a pista e descobre que
Mengele trabalha em um antigo plano do Partido Nazista, que tem como objetivo
criar diversos clones de Hitler.
Esta fantasiosa trama baseada em um famoso
livro de Ira Levin, chegou a fazer algum sucesso nos cinemas e se tornou uma
obra cult. A narrativa que segue a investigação feita pelo personagem de
Laurence Olivier e as sinistras cenas com o criminoso nazista interpretado por
Gregory Peck, lembram um pouco os filmes de terror e suspense dos anos setenta. Por sinal, a participação destes dois grandes atores, além de bons coadjuvantes
como James Mason, Lilli Palmer e Denholm Elliott, ajudam o espectador aceitar a
história.
É curioso que analisando como cinema, hoje o filme envelheceu, enquanto a questão da clonagem e as experiências com células que eram consideradas
coisas de maluco, agora são temas atuais da ciência.
A Nação do
Medo (Fatherland, EUA, 1994) – Nota 6
Direção –
Christopher Menaul
Elenco –
Rutger Hauer, Miranda Richardson, Peter Vaughan, Michael Keaton, John Woodvine,
Jean Marsh, John Shrapnel.
O que teria
acontecido no mundo se a Alemanha de Hitler tivesse vencido a Segunda Guerra?
Este longa produzido pela HBO e baseado em um livro de Robert Harris tenta
responder esta pergunta.
Estamos em 1964, a Europa inteira está sob o domínio
nazista e por este motivo o Holocausto ainda é desconhecido do resto do mundo.
A União Soviética ainda tenta lutar contra a Alemanha, porém sem grande força.
Neste contexto, a Alemanha e os Estados Unidos estão prestes a assinar um
tratado de paz em Berlim, que comemoraria também os setenta e cinco anos de
Hitler. O acordo pode ir por água abaixo, quando um policial da SS (Rutger
Hauer) investiga o assassinato de um oficial nazista e cruza o caminho de uma
jornalista americana (Miranda Richardson), que foi procurada por outro nazista
do alto escalão que deseja revelar ao mundo as atrocidades de Hitler.
A trama
fantasiosa a princípio desperta curiosidade, assim como a produção caprichada,
mas infelizmente o filme é irregular e as poucas cenas de suspense são fracas,
assim como o clímax.
O holandês Rutger Hauer é um bom ator, teve um
interessante início de carreira nos anos setenta em seu país e se tornou quase
um astro mundial nos anos oitenta em Hollywood, porém a partir dos anos noventa
se tornou um operário padrão do cinema, alternando poucos papéis em bons filmes
e muitos trabalhos em longas inexpressivos.
O Dossiê de
Odessa (The Odessa File, Inglaterra / Alemanha Ocidental, 1974) – Nota 7
Direção –
Ronald Neame
Elenco –
Jon Voight, Mary Tamin, Maximilian Schell, Maria Schell, Derek Jacobi
Em 1963, no
mesmo dia em que o presidente Kennedy foi assassinado, o jornalista Peter
Miller (Jon Voight) está em Hamburgo na Alemanha, quando presencia uma
ambulância e uma viatura de polícia em alta velocidade. Com faro pela notícia,
Miller segue a viatura e descobre que um velho judeu cometeu suicídio. No
local, ele encontra um diário onde o morto conta sua vida como prisioneiro
nazista em Riga na Letônia e como foi testemunha do massacre comandado pelo
oficial nazista Roschmann (Maximiliam Schell). Curioso, Miller decide procurar
Roschmann e aos poucos descobre pistas sobre uma organização conhecida como
Odessa, composta por ex-oficiais nazistas, ao mesmo tempo em que passa a ser
perseguido.
Baseado em uma obra de Frederick Forsyth, este longa mistura ficção com realidade para criar a trama, resultando num drama de espionagem morno em alguns momentos, mas com uma história
forte.
Como informação, o criminoso nazista Roschmann realmente existiu e ficou conhecido como o “Açougueiro de Riga”, por ter comandando um dos maiores massacres
da Segunda Guerra. Na época do lançamento do filme, Roschmann era um fugitivo e
apenas em 1977 foi descoberto seu paradeiro, quando faleceu em Assunção no
Paraguai e seu corpo foi reconhecido por um sobrevivente do Holocausto.
2 comentários:
não vi esses filmes. beijos, pedrita
Pedrita - São filmes medianos.
Bjos
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