segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dramas Sobre Criminosos da Segunda Guerra

Um dos temas mais explorados na história do cinema é a Segunda Guerra Mundial, na maioria das vezes em filme sobre combates, batalhas, heroísmos e massacres.

Nesta postagem, eu comento quatro filmes que fogem deste lugar comum. Estes filmes contam história pós-guerra, focando em criminosos nazistas foragidos e são baseados em livros, sendo que três deles misturam realidade com ficção e o quarto descreve a historia real de uma famosa missão secreta.

O Homem que Capturou Eichmann (The Man Who Captured Eichmann, EUA, 1996) – Nota 6,5
Direção – William A. Graham
Elenco – Robert Duvall, Arliss Howard, Jeffrey Tambor, Jack Laufer, Nicolas Surovy, Joel Brooks, Sam Robards, Rusty Schwimmer.

Buenos Aires, 1960, por ironia do destino, o criminoso de guerra Adolf Eichmann (Robert Duvall), que vive no país utilizando um nome falso, é reconhecido por um cego, que foi prisioneiro de guerra e que diz jamais ter esquecido da voz e do cheiro de seu algoz. A pista sobre o paradeiro de Eichamnn chega ao Mossad, o serviço secreto de Israel, que envia um agente (Nicolas Surovy) para investigar o caso. O agente confirma que o sujeito é mesmo Eichmann, que vive nos arredores de Buenos Aires com a esposa e os três filhos. Sabendo que o governo argentino deu abrigo a muitos nazistas que fugiram da Europa após a guerra e jamais negociaria uma extradição, o Mossad decide investir em um ousado plano, enviar um grupo de agentes para sequestrar Eichmann e levá-lo a Israel para ser julgado. 

Este filme produzido para tv é baseado na famosa história real descrita no livro de Peter Malkim (Arliss Howard), um agente do Mossad que participou da ação e que conta em detalhes seus diálogos com Eichmann durante o cativeiro. O criminoso é mostrado como um sujeito inteligente, pai de família carinhoso e extremamente disciplinado, que não demonstra remorso e diz ter apenas cumprido ordens dos superiores nazistas. Eichmann foi o responsável pela logística do transporte de prisioneiros para os campos de concentração. 

Ao mesmo tempo em que o filme tem uma história por si só interessante e uma ótima atuação de Robert Duvall, a narrativa é irregular e fria, falta emoção até mesmo nas sequências do sequestro e na fuga na parte final. 

Os Meninos do Brasil (The Boys from Brazil, Inglaterra / EUA, 1978) – Nota 7
Direção – Franklin J. Schaffner
Elenco – Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason, Lilli Palmer, Uta Hagen, Denholm Elliott, Steve Guttenberg, Rosemary Harris, John Dehner, John Rubinstein, Anne Meara, Bruno Ganz.

Barry Kohler (Steve Guttenberg) é um jovem caçador de nazistas que localiza o temido médico Joseph Mengele (Gregory Peck) vivendo escondido no Paraguai e trabalhando em uma experiência secreta. Antes de ser assassinado, Kohler consegue avisar Ezra Lierberman (Laurence Olivier), outro caçador de nazistas. A partir daí, Lieberman segue a pista e descobre que Mengele trabalha em um antigo plano do Partido Nazista, que tem como objetivo criar diversos clones de Hitler. 

Esta fantasiosa trama baseada em um famoso livro de Ira Levin, chegou a fazer algum sucesso nos cinemas e se tornou uma obra cult. A narrativa que segue a investigação feita pelo personagem de Laurence Olivier e as sinistras cenas com o criminoso nazista interpretado por Gregory Peck, lembram um pouco os filmes de terror e suspense dos anos setenta. Por sinal, a participação destes dois grandes atores, além de bons coadjuvantes como James Mason, Lilli Palmer e Denholm Elliott, ajudam o espectador aceitar a história. 

É curioso que analisando como cinema, hoje o filme envelheceu, enquanto a questão da clonagem e as experiências com células que eram consideradas coisas de maluco, agora são temas atuais da ciência.

A Nação do Medo (Fatherland, EUA, 1994) – Nota 6
Direção – Christopher Menaul
Elenco – Rutger Hauer, Miranda Richardson, Peter Vaughan, Michael Keaton, John Woodvine, Jean Marsh, John Shrapnel.

O que teria acontecido no mundo se a Alemanha de Hitler tivesse vencido a Segunda Guerra? Este longa produzido pela HBO e baseado em um livro de Robert Harris tenta responder esta pergunta. 

Estamos em 1964, a Europa inteira está sob o domínio nazista e por este motivo o Holocausto ainda é desconhecido do resto do mundo. A União Soviética ainda tenta lutar contra a Alemanha, porém sem grande força. Neste contexto, a Alemanha e os Estados Unidos estão prestes a assinar um tratado de paz em Berlim, que comemoraria também os setenta e cinco anos de Hitler. O acordo pode ir por água abaixo, quando um policial da SS (Rutger Hauer) investiga o assassinato de um oficial nazista e cruza o caminho de uma jornalista americana (Miranda Richardson), que foi procurada por outro nazista do alto escalão que deseja revelar ao mundo as atrocidades de Hitler. 

A trama fantasiosa a princípio desperta curiosidade, assim como a produção caprichada, mas infelizmente o filme é irregular e as poucas cenas de suspense são fracas, assim como o clímax. 

O holandês Rutger Hauer é um bom ator, teve um interessante início de carreira nos anos setenta em seu país e se tornou quase um astro mundial nos anos oitenta em Hollywood, porém a partir dos anos noventa se tornou um operário padrão do cinema, alternando poucos papéis em bons filmes e muitos trabalhos em longas inexpressivos. 

O Dossiê de Odessa (The Odessa File, Inglaterra / Alemanha Ocidental, 1974) – Nota 7
Direção – Ronald Neame
Elenco – Jon Voight, Mary Tamin, Maximilian Schell, Maria Schell, Derek Jacobi

Em 1963, no mesmo dia em que o presidente Kennedy foi assassinado, o jornalista Peter Miller (Jon Voight) está em Hamburgo na Alemanha, quando presencia uma ambulância e uma viatura de polícia em alta velocidade. Com faro pela notícia, Miller segue a viatura e descobre que um velho judeu cometeu suicídio. No local, ele encontra um diário onde o morto conta sua vida como prisioneiro nazista em Riga na Letônia e como foi testemunha do massacre comandado pelo oficial nazista Roschmann (Maximiliam Schell). Curioso, Miller decide procurar Roschmann e aos poucos descobre pistas sobre uma organização conhecida como Odessa, composta por ex-oficiais nazistas, ao mesmo tempo em que passa a ser perseguido. 

Baseado em uma obra de Frederick Forsyth, este longa mistura ficção com realidade para criar a trama, resultando num drama de espionagem morno em alguns momentos, mas com uma história forte. 

Como informação, o criminoso nazista Roschmann realmente existiu e ficou conhecido como o “Açougueiro de Riga”, por ter comandando um dos maiores massacres da Segunda Guerra. Na época do lançamento do filme, Roschmann era um fugitivo e apenas em 1977 foi descoberto seu paradeiro, quando faleceu em Assunção no Paraguai e seu corpo foi reconhecido por um sobrevivente do Holocausto.

2 comentários:

Pedrita disse...

não vi esses filmes. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - São filmes medianos.

Bjos