domingo, 2 de novembro de 2014

A Morte do Demônio (1981 & 2013)


A Morte do Demônio (Evil Dead, EUA, 1981) – Nota 7,5
Direção – Sam Raimi
Elenco – Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Hal Delrich, Betsy Baker, Sarah York.

Cinco amigos vão passar o final de semana em uma cabana isolada na floresta para se divertirem. No local, eles encontram um livro antigo intitulado “Livro dos Mortos” e uma antiga gravação. A curiosidade faz com que os jovens decidam ouvir a gravação, que se mostra uma tradução do livro que parece escrito em latim. O que eles imaginavam ser uma brincadeira, na verdade era uma forma de libertar os espíritos que vivem na floresta e que em seguida passam a possuir um a um os jovens, dando início ao terror. 

Produzido com pouquíssimo dinheiro pelos amigos Sam Raimi, Bruce Campbell e Robert Tapert, este longa se transformou em cult no circuito independente e chegou a ser proibido em vários países por causa do tema e da violência. Aqui no Brasil, o filme chegou apenas em 1987 quando do lançamento da sequência “Uma Noite Alucinante”, que fez grande sucesso e na minha opinião é o melhor da série. 

O clima assustador, a câmera causando claustrofobia ao explorar a cabana e as cenas de violência, algumas insanas que beiram a comédia, são os grandes trunfos do longa. Mesmo sem grandes recursos, fica claro o talento criativo de Raimi, que seria comprovado em trabalhos posteriores. 

O longa segue a linha de terror B ao estilo de obras como “O Massacre da Serra da Elétrica” e os trabalhos de Wes Craven, porém praticamente criou um novo gênero, o de terror em cabanas isoladas. 

A Morte do Demônio (Evil Dead, EUA, 2013) – Nota 6
Direção – Fede Alvarez
Elenco – Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas, Elizabeth Blackmore.

Cinco amigos decidem passar alguns dias em uma cabana isolada com o objetivo de ajudar Mia (Jane Levy), que está tentando abandonar as drogas. Um dos rapazes encontra um estranho livro, lê algumas passagens e desperta um demônio que se apossa do corpo do Mia. 

Esta refilmagem do clássico cult de terror B dirigido por Sam Raimi no início dos anos oitenta deixa de lado os sustos para ir direto ao gore. A obra de Raimi misturava sangue com possessão demoníaca e claustrofobia ao explorar com a câmera todos os espaços da cabana, inclusive com pitadas involuntárias de humor a cargo do personagem do canastrão Bruce Campbell, fato elevado ao quadrado na sequência “Uma Noite Alucinante”, por sinal o melhor filme da série. 

A obra do uruguaio Fede Alvarez foca o público adolescente atual, que em sua maioria não está interessada em sustos ou sugestão, preferindo as mutilações e o jorrar de sangue. Acredito que o sangue na tela precisa estar ligado a uma boa trama, quando reciclam uma história ou escrevem um roteiro apenas como desculpa para criar cenas violentas e nojentas, sinto que estou perdendo tempo em frente à tela. Por exemplo, mesmo com muitos exageros nos roteiros, a série “Jogos Mortais” prendia a atenção pelo carisma do vilão e as reviravoltas absurdas, enquanto a maioria dos filmes gore focam no sangue pelo sangue. A nota seis vale pelo ótimo prólogo e a interessante primeira meia hora enquanto a história não descamba para a carnificina.

2 comentários:

Gustavo H.R. disse...

De fato, a versão de Raimi foi pioneira e influente, mas acho-o tosca demais pra ser assustadora. E concordo que o remake seja puro gore, e isso tampouco acho atraente. Em suma, tô de fora do culto dessa marca.

Cumps.

Hugo disse...

Gustavo - Também não sou fã do gore, mas gosto do original de Raimi, mesmo sendo tosco como vc citou.

Abraço