Azul É a Cor Mais Quente (La Vie d’Adele – Chapitres 1 et 2,
França / Bélgica / Espanha, 2012) – Nota 8
Direção – Abdllatif Kechiche
Elenco – Lea Seydoux, Adele Exarchopoulos, Salim Kechiouche,
Aurelie Recoing, Catherine Salee.
A adolescente Adele (Adele Exarchopoulos) estuda literatura no
colégio com o objetivo de se tornar professora. Levando uma vida de adolescente
comum ao lado dos pais e dos amigos, Adele se envolve com um garoto
e rapidamente descobre que a relação não a satisfaz. Num determinado dia, após uma situação constrangedora, Adele
sai com um amigo de colégio que a leva para um bar gay, local onde ela conhece
Emma (Lea Seydoux), uma jovem um pouco mais velha que estuda artes e tem os cabelos
azuis. A atração mútua se transforma numa relação apaixonada e fortemente sexual.
Chamado de pornográfico por alguns e de obra-prima por outros, considero que
este longa fica no meio do caminho entre os dois termos, na realidade é um
ótimo drama sobre amor e as descobertas da juventude intercaladas por cenas de
sexo quentes que beiram o explícito, ao mesmo tempo sendo sequências
extremamente realistas e interpretadas com uma entrega total das atrizes.
O
desenvolvimento das personagens é um dos pontos altos, tendo a um pouco mais experiente
Lea Seydoux interpretando a jovem intelectual totalmente segura com sua
sexualidade, enquanto a quase novata Adele Exarchopoulos é a garota insegura,
sensível e que esconde seu fogo por trás do rosto angelical.
A narrativa segue
alguns anos na vida das garotas, principalmente focando em Adele, mostrando sua
passagem da adolescência para a vida adulta, porém o diretor tunisiano Kechiche
deixa algumas situações de lado, fazendo o espectador imaginar o que ocorreu. Por
exemplo, não vemos o momento em que Adele conta para sua família que está
apaixonada por uma garota, apenas ficando implícito no desenrolar da trama que
houve um rompimento.
O título original é “A Vida de Adele – Capítulos 1 e 2”, o
que demonstra que o diretor pensava em uma sequência, porém pipocaram na
imprensa noticias de que as atrizes disseram que jamais voltariam a trabalhar
com Kechiche, dizendo que a relação com o sujeito foi muito ruim, até mesmo a
palavra abuso foi citada. Pela fortes sequências de sexo fica claro que no
mínimo o diretor é um voyeur e que com certeza pressionou as atrizes ao extremo.
O resultado é um ótimo drama, que além das cenas de sexo, tem outras boas
sequências como a da discussão sobre preconceito na escola que termina em briga,
as cenas no banco do parque e as várias outras em que a bela Adele mostra sua
insegurança, seja ao tropeçar nas palavras ou desabar em lágrimas.
4 comentários:
Um filme bom e ousado nos seus noventa minutos, mas depois torna-se maçante!
Marcelo - Mesmo sendo lento, principalmente na segunda metade, a história é interessante e ousada como você citou.
Abraço
Também acho exagero chamar de obra-prima, mas é um belo filme mesmo.
bjs
Amanda - É uma história de vida e amor bem próxima da realidade.
Bjos
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