Direção – Carlos Reichenbach
Elenco – Carlos Alberto Riccelli, Beth Goulart, Ingra
Liberato, Vanessa Goulart, Luciana Brasil, Kaio César, Luiz Damasceno, Thomaz
Jorge.
O filme começa com a empresária Ana Paula (Beth Goulart)
chegando à cidade de Dois Córregos com o seu advogado (Luiz Damasceno) e a
polícia para fazer a reintegração de posse de um velho sítio da família. A ação
acontece tranquilamente, porém Ana Paula passa a recordar seu passado quando
chega ao local.
A partir daí, o filme volta para o final dos anos sessenta no
auge da ditadura militar, quando em flashback a jovem Ana Paula (Vanessa
Goulart, sobrinha de Beth na vida real) e sua amiga Lydia (a pianista Luciana
Brasil) viajaram de trem de São Paulo até Dois Córregos para conhecer o tio de
Ana Paula, Hermes (Carlos Alberto Riccelli) que está escondido no sítio por ser
comunista e por estar sendo procurado pela polícia e exército. No local vive
também a governanta Teresa (Ingra Liberato), que é amante de um violento
militar casado (Kaio César). Durante quatro dias, as três mulheres e o
comunista Hermes trocarão experiências e segredos.
O diretor gaúcho Carlos Reichenbach,
que faleceu em 2012, foi um dos grandes nomes do cinema brasileiro, tendo
participação de mais de cinquenta filmes em várias funções. Além de diretor,
Reichenbach foi produtor, ator e fotógrafo, tendo deixado como marca
principalmente em seus últimos trabalhos, criar personagens da classe
trabalhadora em filmes com forte crítica social. Foi assim nos interessantes
“Garotas do ABC" e “Falsa Loura”, seu longa derradeiro.
Aqui em “Dois Córregos”, ele utiliza a questão da ditadura para contar uma
história sobre descobertas e também sobre como muitas pessoas tiveram a vida
destruída, precisando abandonar família e amigos para sobreviver.
A atuação de
Carlos Alberto Riccelli é perfeita como o sujeito que sofre por estar longe dos
filhos e que precisa fazer escolhas extremamente difíceis, inclusive se
arrependendo de decisões passados. A bela Ingra Liberato também está bem como
uma mulher fria e sofrida. Em contrapartida, as duas jovens vividas por Vanessa
Goulart e pela pianista Luciana Brasil não convencem, com a escolha da segunda
sendo entendida apenas porque a personagem também é pianista.
No geral é um
filme simples e sensível, sobre personagens que sofrem por suas escolhas.
2 comentários:
Interessante, nunca vi, seu texto deu vontade de conferir.
bjs
Amanda - É um drama bem interessante. A carreira de Reichenbach merece destaque.
Bjos
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