Violência Máxima (The Football Factory, Inglaterra,
2004) – Nota 7
Direção –
Nick Love
Elenco –
Danny Dyer, Frank Harper, Tamer Hassan, Roland Manookian, Neil Maskell.
Tommy Johnson (Danny Dyer) é um jovem trabalhador, assim
como seu amigo Rod (Neil Maskell), porém aos finais de semana eles participam
de um grupo de hooligans torcedores do Chelsea, que na verdade desejam apenas
extravasar suas frustrações e descarregar adrenalina em violentas brigas com os
rivais. Entre os líderes do grupo está o veterano Bright (Frank Harper), um
sujeito com mais de quarenta anos, casado, pai de dois filhos e extremamente
violento. Tommy começa a ter pesadelos com as brigas que participa, uma espécie
de premonição de que algo ruim irá acontecer, porém mesmo assim ele não
consegue se afastar do grupo.
Um dos pontos principais do filme é mostrar que a
ação dos hooligans não tem ligação alguma com o futebol dentro do campo, a
questão de serem torcedores é apenas um gancho para o objetvo que é a
violência. Em momento algum vemos cenas dentro de um estádio, as violentas
brigas são mostradas em becos e ruas isoladas, onde os baderneiros podem se
destruir, uma situação bem real, já que a Inglaterra praticamente erradicou a
violência dentro do estádios, qualquer ato neste sentido leva o sujeito para
cadeia, o que diminuiu as brigas e as transferiu apenas para a rua.
O roteiro
traça bem o perfil dos envolvidos nestes grupos, aqui com destaque para o
violento Bright, que é o grande exemplo dos hooligans que agiam principalmente
nos anos oitenta e foram perdendo espaço com a repressão policial das décadas
seguintes.
Como curiosidade, o ator principal Danny Dyer é o protagonista de
uma série documental chamada “The Real Football Factory”, onde ele viajou por
vários países mostrando a ação das torcidas organizadas, inclusive no Brasil.
Awaydays
(Awaydays, Inglaterra, 2009) – Nota 6,5
Direção –
Pat Holden
Elenco –
Nicky Bell, Liam Boyle, Stephen Graham, Oliver Lee, Ian Puleston Davies.
Liverpool, 1979, Carty (Nicky Bell) é um jovem de classe média
que deseja entrar para um grupo de hooligans conhecidos como “The Pack”. Carty
faz amizade com Elvis (Liam Boyle), um jovem pobre que faz parte do grupo de
arruaceiros, mas que divide com Carty o gosto pela música e pela arte. Após
muito insistir, Elvis aceita apresentar Carty ao líder dos hooligans, o
veterano Godden (Stephen Graham), dando início a uma jornada do jovem ao mundo
da violência.
Baseado num livro de Kevin Sampson, este longa procura retratar
uma época em que o punk rock estava em alta na Inglaterra e os hooligans agiam
livremente no país, porém diferente de outros longas que seguiam o mesmo tema,
este cria uma estranha relação entre os dois jovens protagonistas, situação que
vai além das brigas de rua.
O filme perde pontos por ser irregular,
principalmente nas sequências de sofrimento do personagem Elvis e nas fracas
interpretações. Até mesmo o competente Stephen Graham repete o papel de sujeito
violento, muito parecido com seu trabalho em “This Is England”.
Vale destacar a
ótima trilha sonora com músicas de grupos da época, como The Rascals e Joe
Divison.
Os créditos finais são em memória de um sujeito com sobrenome Sampson,
assim como o escritor, que teria falecido nos anos oitenta com vinte anos de
idade. Não consegui encontrar a informação na internet, mas acredito que seja
algum parente do escritor e que pode ter falecido em virtude das brigas de hooligans.
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