Direção –
William Friedkin
Elenco – Al
Pacino, Paul Sorvino, Karen Allen, Richard Cox, Don Scardino, Joe Spinell, Jay
Acovone.
Partes de corpos são encontrados no Rio Hudson em Nova York
e após a identificação, a polícia descobre que as vítimas eram homossexuais que
frequentavam casas noturnas voltadas para o público gay. Acreditando que os
crimes sejam obra de um serial killer, o departamento de polícia decide
infiltrar um detetive disfarçado de homossexual na comunidade gay e assim
tentar descobrir quem é o assassino.
Por ser parecido com as vítimas, o
escolhido é o detetive Steve Burns (Al Pacino), que aceita a difícil missão por
acreditar que possa subir na carreira caso consiga prender o assassino. O que parecia
ser apenas uma missão policial, acaba transformando a vida de Steve, que a
princípio sente-se incomodado a ser obrigado a frequentar inferninhos escuros
com homens mal encarados vestidos de couro. Após algum tempo, esta situação
passa a afetar sua relação com a namorada Nancy (Karen Allen) e até mesmo seu
trabalho como policial.
O polêmico diretor William Friedkin que fez fama com os
clássicos “Operação França” e “O Exorcista”, vinha de dois grandes fracassos. A
aventura “Comboio do Medo” e a comédia “Um Golpe Muito Louco” naufragaram e talvez por este motivo ele tentou dar um
choque na carreira utilizando um tema altamente controverso, mostrar
crimes dentro da comunidade gay novaiorquina.
O tema fez o filme ser bombardeado
de todos os lados, mesmo antes de ser lançado, com a comunidade gay alegando
preconceito e a crítica dizendo ao público que era um filme forte, que mostrava
um lado obscuro da sociedade. O resultado foi um fracasso de público e crítica
que afetou diretamente a carreira de Friedkin, que passou a ser visto como um
diretor complicado e a partir daí alternou filmes interessantes com bombas,
deixando de ser considerado um dos grandes de Hollywood.
Por outro lado,
merecidamente o filme ser tornou cult e está longe de ser a bomba que muitas
pessoas acreditavam que fosse na época. A grande sacada de Friedkin foi
misturar a investigação dos crimes com um drama pesado, utilizando cenas fortes
e um clima estranho para mostrar a descida ao inferno do personagem de Pacino,
que aos poucos vai desmoronando psicologicamente pelo contato com aquele mundo.
A interpretação de Pacino é um dos pontos altos do filme, com o ator encarando
um papel que pouquíssimos astros aceitariam.
Finalizando, vale destacar o
intrigante final em aberto, que deixa a solução a cargo da imaginação do
espectador.
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