Direção – Pablo Trapero
Elenco – Ricardo Darin, Jeremie Renier, Martina Gusman.
O padre Julian (Ricardo Darin) é o responsável por uma
paróquia dentro de uma enorme favela na periferia de Buenos Aires. No local
existe um velho edifício inacabado que fora construído décadas atrás com o
objetivo de ser um grande hospital, mas o projeto foi abandonado e o esqueleto
do prédio se transformou em moradia para dezenas de famílias e também local
para jovens viciados se drogarem. Para auxiliá-lo na paróquia, Julian vai
buscar o padre Nicolas (Jeremie Renier), um amigo belga que vive numa
comunidade na Amazônia. Junto com a dupla, a assistente social Luciana (Martina
Gusman) também tenta ajudar a população da favela, inclusive na construção de
um conjunto habitacional.
Dos bons diretores que surgiram no cinema argentino na
última década, Pablo Trapero é com certeza o que mais procura mostrar o lado
obscuro da sociedade do seu país. Nos ótimos “O Outro Lado da Lei” e “Abutres”
ele criticou ferozmente a corrupção policial, sendo que no segundo ainda mexia
na questão dos golpes contra as seguradoras.
Nesta nova produção, Trapero vai
fundo ao mostrar a vida dos excluídos com toda a corrupção e violência que os
cercam. A favela argentina sofre dos mesmos problemas que vemos no Brasil,
enquanto alguns poucos tentam melhorar as precárias condições de vida desta
população, outros remam contra, aqui sobrando críticas para a Igreja Católica
que lava as mãos com a situação, os políticos que desviam dinheiro público e a
truculência da polícia.
Trapero acerta ainda ao filmar vários planos-sequências
que seguem os personagens pela ruas estreitas da favela e pelas escadas e
corredores do gigantesco prédio abandonado, fato incomum no cinema atual marcado
pelos cortes rápidos e pela velocidade da câmera.
Vale destacar ainda a trilha
sonora do inglês Michael Nyman e o elenco competente, com Ricardo Darin e
Martina Gusman revivendo a parceira de “Abutres” e agora com a participação do
belga Jeremie Renier, conhecido pelo papel do namorado drogado da protagonista
no ótimo “O Silêncio de Lorna”.
4 comentários:
Esse está na minha lista para ver...
bjs
Amanda - É mais um bom filme argentino.
Bjos
Deixa que te diga que descordo ctg, sou fa do cinema argentino mas este pareceu-me ruim. Nao chegamos a conhecer basicamente ninguem da comunidade a nao ser os padres. Além disso esse amor torrido entre o padre bonitao e a assistente social era excusado.
1 abraço
Gonga - Os outros filmes de Trapero são melhores, mas mesmo assim gostei deste trabalho. A intenção do diretor era denunciar a situação de abandono que vive a população pobre daquele local, utilizando os padres e a assistente social como pessoas que tentam melhorar algo que parece não ter solução.
Abraço
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