sábado, 6 de outubro de 2012

Elefante Branco

Elefante Branco (Elefante Blanco, Argentina / Espanha, 2012) – Nota 7,5
Direção – Pablo Trapero
Elenco – Ricardo Darin, Jeremie Renier, Martina Gusman.

O padre Julian (Ricardo Darin) é o responsável por uma paróquia dentro de uma enorme favela na periferia de Buenos Aires. No local existe um velho edifício inacabado que fora construído décadas atrás com o objetivo de ser um grande hospital, mas o projeto foi abandonado e o esqueleto do prédio se transformou em moradia para dezenas de famílias e também local para jovens viciados se drogarem. Para auxiliá-lo na paróquia, Julian vai buscar o padre Nicolas (Jeremie Renier), um amigo belga que vive numa comunidade na Amazônia. Junto com a dupla, a assistente social Luciana (Martina Gusman) também tenta ajudar a população da favela, inclusive na construção de um conjunto habitacional. 

Dos bons diretores que surgiram no cinema argentino na última década, Pablo Trapero é com certeza o que mais procura mostrar o lado obscuro da sociedade do seu país. Nos ótimos “O Outro Lado da Lei” e “Abutres” ele criticou ferozmente a corrupção policial, sendo que no segundo ainda mexia na questão dos golpes contra as seguradoras. 

Nesta nova produção, Trapero vai fundo ao mostrar a vida dos excluídos com toda a corrupção e violência que os cercam. A favela argentina sofre dos mesmos problemas que vemos no Brasil, enquanto alguns poucos tentam melhorar as precárias condições de vida desta população, outros remam contra, aqui sobrando críticas para a Igreja Católica que lava as mãos com a situação, os políticos que desviam dinheiro público e a truculência da polícia. 

Trapero acerta ainda ao filmar vários planos-sequências que seguem os personagens pela ruas estreitas da favela e pelas escadas e corredores do gigantesco prédio abandonado, fato incomum no cinema atual marcado pelos cortes rápidos e pela velocidade da câmera. 

Vale destacar ainda a trilha sonora do inglês Michael Nyman e o elenco competente, com Ricardo Darin e Martina Gusman revivendo a parceira de “Abutres” e agora com a participação do belga Jeremie Renier, conhecido pelo papel do namorado drogado da protagonista no ótimo “O Silêncio de Lorna”.

4 comentários:

Amanda Aouad disse...

Esse está na minha lista para ver...

bjs

Hugo disse...

Amanda - É mais um bom filme argentino.

Bjos

Gonga disse...

Deixa que te diga que descordo ctg, sou fa do cinema argentino mas este pareceu-me ruim. Nao chegamos a conhecer basicamente ninguem da comunidade a nao ser os padres. Além disso esse amor torrido entre o padre bonitao e a assistente social era excusado.

1 abraço

Hugo disse...

Gonga - Os outros filmes de Trapero são melhores, mas mesmo assim gostei deste trabalho. A intenção do diretor era denunciar a situação de abandono que vive a população pobre daquele local, utilizando os padres e a assistente social como pessoas que tentam melhorar algo que parece não ter solução.

Abraço