sexta-feira, 30 de abril de 2010

Giuliano Gemma e o Western Spaghetti

O sucesso dos westens americanos foi tão grande no mundo, que gerou na Itália o sub-gênero chamado de "Western Spaghetti". Estes filmes geralmente eram protagonizados por algum ator americano do segundo escalão ou um italiano usando pseudônimo, inclusive pelos diretores e eram exagerados nas interpretações e nas cenas de tiroteio, onde o mocinho disparava uma quantidade enorme de balas e nunca era atingido.

Clint Eastwood em início de carreira, Lee Van Cleef e Eli Wallach foram alguns dos americanos que fizeram fama com estes filmes, mas o grande astro italiano foi Giuliano Gemma. Aqui eu cito quatro filmes estrelados por ele, sendo o principal "O Dólar Furado", primeiro grande sucesso de Gemma.

O Dólar Furado (Un Dollaro Bucato, Itália, 1965) – Nota 7
Direção – Calvin Jackson Padget (Giorgio Ferroni)
Elenco – Giuliano Gemma, Evelyn Stewart.
O soldado Gary (Giuliano Gemma) volta da guerra e resolve ajudar a população da sua cidade para matar o pistoleiro Black Jack, que assassinou várias pessoas no local. Apenas na hora do confronto ele descobrirá que o bandido é seu irmão. Este western spaghetti poderia ser apenas mais, porém se transformou num dos grandes clássicos do gênero. Neste filme Gemma usou ainda o pseudônimo de Montgomery Wood, mas com o sucesso do longa passou adotar seu verdadeiro nome nos trabalhos posteriores. O título do longa se refere a uma cena onde Gemma leva um tiro no coração mas acaba sendo salvo por uma moeda.

O Dia da Ira (Il Giorni Dell’ira, Itália, 1967) – Nota 6,5
Direção – Tonino Valeri
Elenco – Giuliano Gemma, Lee Van Cleef.
O desajeitado Scott (Giuliano Gemma) vive numa pequena cidade do velho oeste não sendo respeitado por ninguém, até que o caçador de recompensas Frank Talby (Lee Van Cleef) chega no local e os dois iniciam uma amizade. Frank está a caça de um foragido e quando sai da cidade para continuar a perseguição, leva Scott como seu aluno para ensiná-lo a se defender. Juntos enfrentarão ainda uma gangue de bandidos. Este é um dos bons faroestes italianos, que fez sucesso principalmente pela química entre o mocinho Gemma e o carrancudo Lee Van Cleef.

Dois Anjos da Pesada (Anche Gli Angeli Mangiano Fagioli, Itália, 1973) – Nota 6
Direção – E. B. Clucher (Enzo Barboni)
Elenco – Giuliano Gemma, Bud Spencer.
O lutador Charlie (Bud Spencer) e o vendedor de sorvetes Sonny (Giuliano Gemma) são amigos e acabam sendo confundidos com os assassinos de um importante gângster. Eles deixam a mentira tomar força e se fazem passar por gângsters também, o que irá gerar muitas confusões e divertidas brigas. O diretor Enzo Barboni foi o responsável por alguns filmes da dupla Bud Spencer e Terence Hill, mas aqui tem o astro Giuliano Gemma no lugar de Hill e cria uma engraçada cópia dos filmes americanos sobre a máfia. Este filme passou nos cinemas com a tradução original do título, chamada “Os Anjos Também Comem Feijão”.

O Último Samurai do Oeste (Il Bianco, Il Giallo, Il Nero, Itália, 1975) – Nota 5
Direção – Sergio Corbucci
Elenco – Giuliano Gemma, Tomas Millian, Eli Wallach.
No velho oeste o honesto advogado Black Jack Gideon (Eli Wallach) é obrigado a se juntar a um charmoso ladrão chamado Stetson (Giuliano Gemma) e ao japonês Sakura (Eli Wallach), para resgatar um pônei sagrado sequestrado por um bando de malfeitores. Enquanto o advogado procura justiça, Stetson pensa em lucrar e Sakura quer o pônei de volta. Esta estranha história que mistura faroeste e Kung Fu, copia em parte o clássico “Três Homens em Conflito”, desde o título original, até a disputa entre os três personagens principais.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um Dia de Fúria

Um Dia de Fúria (Falling Down, EUA, 1993) – Nota 8,5
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Michael Douglas, Robert Duvall, Barbara Hershey, Rachel Ticotin, Tuesday Weld, Frederic Forrest, Michael Paul Chan, Lois Smith, Raymond J. Barry, D. W. Moffett.

Num dia quente no meio de um terrível engarrafamento, o desempregado William Foster (Michael Douglas) abandona seu carro e resolve ir a casa da ex-esposa (Barbara Hershey) para ver a filha. A questão é o sujeito resolveu enfrentar todos os problemas do dia a dia sem medo e questionar coisas que parecem normais, mas que na realidade são grandes absurdos a que nos acostumamos. Isso irá gerar diversos conflitos que chamará a atenção da polícia, com o detetive Prendegarst (Robert Duvall) em seu último dia de trabalho tentando descobrir quem é o homem que surtou, ao mesmo tempo que precisa cuidar da esposa depressiva (Tuesday Weld).

Mesmo sendo difícil enquadrar este longa num gênero, no fundo ele é um drama extremamente inteligente ao mostrar a loucura que vivemos nas grandes cidades já há algum tempo, pois o filme já tem dezessete anos.

O personagem de Michael Douglas é o protótipo do perdedor, um sujeito de meia idade que perdeu o emprego burocrático de vários anos, não conseguiu manter a família e tem horário marcado para ver o filha, sendo triste até na aparência, vestindo camisa branca, calça social, grandes óculos e cabelo escovinha. A sua revolta nesta dia é violenta mas podemos compreender os motivos. As situações que ele passa com certeza irritariam qualquer um e mostram como as relações humanas estão cada vez mais complicadas, em virtude de dinheiro, preconceito e regras absurdas. Tenho certeza que todos já passaram por alguma das situações que ele enfrenta, como o dono de mercearia mal educado, que vê as pessoas como inimigas ou o atendente de fast food passivo-agressivo, que trata o cliente como idiota com um sorriso no rosto.

Percebo que principalmente na cultura americana a pressão para que a pessoa seja uma “vencedora” (bom emprego, esposa bonita, dinheiro, etc) vem desde a infância e isso ajuda a entender porque as vezes alguma pessoa com problemas psicológicos surta e ataca ex-companheiros de trabalho, principalmente os chefes ou casos mais extremos como o massacre de Columbine . Infelizmente esta cultura está cada mais forte aqui no Brasil, é só analisar o aumento da violência entre jovens.

No final, este filme é uma crítica profunda ao sistema em que vivemos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não Tenho Troco

Não Tenho Troco (Quick Change, EUA, 1990) – Nota 7,5
Direção – Bill Murray & Howard Franklin
Elenco – Bill Murray, Geena Davis, Randy Quaid, Jason Robards, Phillip Bosco, Phil Hartman, Kurtwood Smith, Jack Gilpin, Jamey Sheridan, Tony Shalhoub, Stanley Tucci, Victor Argo.

Um sujeito vestido de palhaço (Bill Murray) entra em um banco e anuncia um assalto. Ele faz várias pessoas de refém e durante a negociação com o polícia faz exigências absurdas para despistar e espertamente consegue escapar junto com seus dois parceiros (Geena Davis e Randy Quaid). Este é o início de um trama simples e extremamente engraçada, principalmente pelas confusões que o trio terá de enfrentar durante a fuga, que mostrará ser mais difícil atravessar a cidade para chegar ao aeroporto do que roubar o banco.

Lembrei deste filme depois de ler a triste notícia de que o atror Randy Quaid foi preso junto com sua esposa após deixar de pagar a conta num hotel onde se hospedava. Este ator que ficou marcado por papéis em comédia, geralmente fazendo o sujeito meio bobalhão, poucas vezes teve chance de trabalhar em drama, mas mostrou que poderia ter sido melhor aproveitado quando fez pequenos papéis em “Brokeback Montauin” e “O Expresso da Meia-Noite”. Espero que consigra resolver seus problemas e retomar a carreira.

Como curiosidade, este filme é a única experiência de Bill Murray na direção.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sexy Beast

Sexy Beast (Sexy Beast, Inglaterra, 2001) – Nota 6,5
Direção – Jonathan Glazer
Elenco – Ray Winstone, Ben Kingsley, Ian McShane, Amanda Redman, James Fox, Cavan Kendall, Julianne White, Álvaro Monje.

O ex-gângster Gail (Ray Winstone) deixou a vida de crimes para trás e se mudou com a esposa Deedee (Amanda Redman) para a Espanha, junto com outro ex-companheiro de crimes e a esposa. Sua nova vida perde a tranquilidade quando ele recebe a visita do violento Don Logan (Ben Kingsley) que faz de tudo para levá-lo de volta a Londres para um último trabalho. A princípio Don tenta convencer o ex-amigo na conversa, mas aos poucos o papo se transforma em ameaça, deixando a impressão de que Gail nçao tem saída, a não ser aceitar a proposta.

A história é simples, mas o filme ganha força nas interpretações de Ray Winstone e de um sinistro Ben Kingsley, que inclusive foi indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante por este papel.

Consta que Kingsley disse ter se baseado no seu avô para criar o personagem e se isto for verdade é provável que até hoje ele tenha pesadelos com o sujeito.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Marca da Pantera

A Marca da Pantera (Cat People, EUA, 1982) – Nota 7,5
Direção – Paul Schrader
Elenco – Nastassja Kinski, Malcolm McDowell, John Heard, Annette O’Toole, Ruby Dee, Ed Begley Jr, Scott Paulin, John Larroquette.

Após vários anos, a bela jovem Irena (Nastassja Kinski) reencontra seu irmão Paul (Malcolm McDowell) e descobre que os dois fazem parte de uma raça que se transforma em pantera quando fazem sexo e matam seus parceiros. O estranho Paul deseja a irmã e diz que ela só poderá ter relações com ele, assim como seus pais que também eram irmãos. Irena é virgem e está apaixonado pelo diretor do zoológico Oliver (John Heard), mas tem medo de consumar seu amor e matar o namorado.

Este misto de suspense e terror tem um clima sensual estranho, principalmente pelo contraste entre a beleza de Kinski e o personagem assustador de McDowell.

O longa é uma refilmagem do clássico de suspense dos anos quarenta “Sangue de Pantera”, dirigido com muito mais sugestão do que terror por Jacques Tourneur.

domingo, 25 de abril de 2010

Terra de Ninguém

Terra de Ninguém (No Man’s Land, Bélgica, 2001) – Nota 8
Direção – Danis Tanovic
Elenco – Branko Djuric, Rene Bitorajac, Filip Sovagovic, Georgis Siatidis, Simon Callow, Katrin Cartlidge.

Durante a Guerra dos Balcãs dois soldados, o bósnio Ciki (Branko Djuric) e o sérvio Nino (Rene Bitorajac) ficam presos na mesma trincheira no meio do campo de batalha juntos com outro soldado bósnio dado como morto, Cera (Filip Sovagovic), que acorda deitado sobre uma mina terrestre, não podendo se mexer para não explodir o local. Os soldados chamam a atenção de seus grupos para tentar se salvarem e conseguem que um tanque das tropas de ONU venha ao local, mas a resolução do problema não será nada fácil.

Este drama de guerra vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro de 2001 toca em temas como a intolerância entre os povos em virtude da etnia e da religião. Sobre esta guerra por exemplo, o filme mostra os dois soldados discutindo sobre quem começou o conflito e eles nunca chegam a um acordo, a única verdade que eles acreditam é que o outro é o inimigo. Neste caso o pior ainda é que bósnios, sérvios, croatas, macedônios, eslovênios e montenegrinos viveram décadas sob o mesmo governo ditador e muitos esperavam apenas o momento da explosão de uma guerra para poder matar seu vizinho.

Outro detalhe do filme é a total ineficiência das tropas da ONU, também mostrada em outros filmes como “Hotel Ruanda”, não por culpa dos soldados, mas sim dos comandantes que colocam a política acima do ser humano, além da influência dos países ricos que se importam apenas com o valor que irão lucrar.

sábado, 24 de abril de 2010

Detroit Rock City

Detroit Rock City (Detroit Rock City, EUA, 1999) – Nota 7
Direção – Adam Rifkin
Elenco – Edward Furlong, Sam Huntington, James DeBello, Giuseppe Andrews, Melanie Linskey, Natasha Lyonne, Lin Shaye, Shannon Tweed, Emmanuelle Chriqui.

Em 1978 quatro adolescentes (Edward Furlong, Sam Huntington, James DeBello e Giuseppe Andrews) vivem em Cleveland e são fãs obcecados pela banda Kiss, inclusive tendo um banda cover dos ídolos chamada Mistery. Quando o sonho dos quatro garotos de ver um show ao vivo do Kiss em Detroit está para se realizar, após eles terem ganho quatro ingressos num concurso de uma rádio, a mãe religiosa (Lyn Shaye) de um deles descobre e por achar que o Kiss era coisa do diabo, queima os ingressos. Mesmo assim os quatro decidem viajar até Detroit e encontrar alguma forma de assistir ao show, este é o início de um engraçado road movie com um trilha sonora repleta de sucessos do Kiss e do rock da época.

Recomendo está simpática para comédia principalmente para todos que gostam de rock, que com certeza irão se divertir com as piadas e as confusões que os garotos se metem para conseguir realizar o sonho de ver o Kiss ao vivo.

Como curiosidade, o título do filme é o mesmo de umas músicas mais famosas do Kiss.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Meu Nome é Radio

Meu Nome é Radio (Radio, EUA, 2003) – Nota 7
Direção – Michael Tollin
Elenco – Cuba Gooding Jr, Ed Harris, Alfre Woodard, S. Epatha Merkerson, Brent Sexton, Chris Mulkey, Debra Mulkey, Debra Winger, Sarah Drew.

Este sensível drama conta a história real da amizade criada nos anos setenta entre um treinador de futebol americano (Ed Harris) e um jovem com problemas mentais chamado Radio (Cuba Gooding Jr). Tudo começa quando o treinador percebe que todos os dias aquele jovem passa ao lado do campo e fica assistindo ao treino, porém quando alguém se aproxima ele foge, até que um dia o treinador consegue se aproximar do jovem e inicia uma relação quase de pai e filho.

O filme fala principalmente sobre exclusão, sendo que o personagem do treinador irá sofrer por ter “adotado” o garoto, tendo problemas em casa e principalmente no colégio, mas o resultado final é uma grande lição de vida.

Não é um grande filme, mas vale pela mensagem e pela sensível história de amizade.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Linha de Passe

Linha de Passe (Brasil, 2008) – Nota 8
Direção – Walter Salles & Daniela Thomas
Elenco – Sandra Corveloni, João Baldasserini, Vinicius de Oliveira, José Geraldo Rodrigues, Kaique Jesus Santos.

Este bom drama social conta a história de Cleuza (Sandra Corveloni) e seus quatro filhos. Viúva, morando em um bairro pobre da periferira de São Paulo e tendo de trabalhar como doméstica, precisa enfrentar além dos obstáculos do dia a dia, a falta de dinheiro, a difícil relação com os filhos e uma nova gravidez.

Cada filho também precisa enfrentar seus problemas e as dificuldades da vida em relação ao trabalho e aos relacionamentos. Denis (João Baldasserini) é motoboy, solteiro, mas tem uma filha que precisa ajudar a sustentar e como ganha pouco fica tentado a entrar para o crime. Dario (Vinicius de Oliveira, o garoto de “Central do Brasil”) tenta há muito tempo ser jogador de futebol, mas como acabou de completar dezoito anos, vê seu sonho cada vez mais distante. Dinho (José Geraldo Rodrigues) é o evangélico, que após uma adolescência difícil se entregou a religião e resolveu mudar o rumo de sua vida, tentando ser diferente do que realmente é. O filho mais novo é Reginaldo (Kaique Jesus Santos), único dos irmãos que tem a pele negra, sendo fruto de um relacionamento da mãe com um motorista de ônibus. Em virtude do silêncio da mãe sobre quem é seu pai, Reginaldo vive obcecado em encontrá-lo, com isso viaja de ônibus todos os dias na esperança reconhecer seu pai e ser aceito por ele.

Este emaranhado de pequenas histórias dentro da mesma família é conduzido com sensibilidade e realismo pela dupla Walter Salles/Daniela Thomas, que mostra com clareza a vida de uma família pobre e quase sem perspectivas de futuro numa metrópole como São Paulo. Todo o elenco está bem, mas na minha opinião a grande surpresa é o garoto Kaique Jesus Santos que consegue passar todo o sentimento de abandono, mesmo tendo uma família ele sente que não pertence a ela, além da obsessão em encontrar o pai.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Maldição do Lago

A Maldição do Lago (Strandsvakaren, Suécia, 2004) – Nota 7,5
Direção – Mikael Hafstrom
Elenco – Rebecka Hemse, Jesper Salen, Jenny Ulving, Peter Eggers, Daniel Larsson, Rebecca Ferguson, Anders Ekborg.

Um tradicional colégio nos arredores de Estocolmo na Suécia está prestes a completar 100 anos e uma aluna, Sara (Rebecka Hemse) está pesquisando para escrever sobre uma história que ocorreu no local há muitos anos. A história diz que o caseiro do colégio assassinou três jovens e se suicidou num lago, porém o corpo deste nunca foi encontrado. Este acontecimento parece estar ligado ao recente suicídio de outra aluna que pulou de uma torre no local na frente de muitos estudantes. A pesquisa de Sara irá descobrir fatos que foram encobertos pela direção da escola, em virtude do envolvimento de um aluno de uma família tradicional. Ao mesmo o pai da garota suicida que está preso em um sanatório, foge e pode estar à procura de vingança.

O roteiro deixa algumas pontas mal resolvidas, porém o clima de suspense dentro do colégio prende a atenção e as cenas de perseguição e mortes são bem filmadas. A história lembra filmes como os da série “Pânico” e mostra que o diretor Hafstrom apesar de beber na fonte dos filmes americanos, tem estilo próprio. Por sinal uma curiosidade sobre Hafstrom, ele dirigiu o razoável suspense “1408” em Hollywood, mas seu grande filme foi feito antes, em 2003 ele dirigiu “Raízes do Mal” (“Ondskan”), também tendo um colégio como cenário e mostrando situações que também aparecem aqui, como a discriminação entre alunos de classes sociais distintas, misturada com a falta de sensibilidade de quem comanda o colégio, o que gera revolta e violência entre os alunos. Nos dois filmes fiquei com a impressão de que Hafstrom passou por estas situações nos colégios onde estudou e resolveu criticar este sistema em seus filmes.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Frost/Nixon

Frost/Nixon (Frost/Nixon, França / EUA / Inglaterra, 2008) – Nota 8
Direção – Ron Howard
Elenco – Frank Langella, Michael Sheen, Kevin Bacon, Sam Rockwell, Matthew Macfadyen, Oliver Platt, Rebecca Hall, Toby Jones.

Logo em seguida a renúncia do Presidente Americano Richard Nixon (Frank Langella) em 1974, o apresentador inglês David Frost (Michael Sheen) tem a idéia de conseguir uma entrevista e fazer Nixon confessar seus crimes na TV. Depois de sua idéia ser recusada por todas as grandes redes de TV, Frost ao lado de alguns amigos resolve bancar o projeto e paga uma pequena fortuna a Nixon para conseguir marcar a entrevista Porém apenas após três anos, já em 1977 a entrevista acontecerá.

Durante quatro dias são gravados quatro programas que mudarão a vida dos dois envolvidos. Os dois tem idéias diferentes quanto a entrevista e no desenrolar da mesma acabam sendo surpreendidos. Enquanto Frost que era um apresentador de talk show acreditava que seria fácil usar sua experiência para fazer Nixon falar tudo e com isso conseguiria a fama que tanto almejava, seu adversário era uma raposa ainda mais esperta, que tinha o objetivo de volta a vida política e usaria esta entrevista para limpar seu nome.

Nos três primeiros dias de gravação Nixon conseguiu o que queria, ele engoliu Frost com respostas longas e evasivas, tentando se mostrar sereno e articulado, porém um estranho fato e o possível fracasso, fez com que Frost mudasse a estratégia no último dia para tentar arrancar de Nixon a confissão.

O filme é baseado numa peça que conta a história deste embate que colocou milhões de americanos na frente da TV para ver o que o ex-presidente tinha a dizer e por sinal este foi último grande momento da carreira pública de Nixon.

O fato mostrado aqui é muito mais importante para os americanos que para o resto do mundo, mas o longa merece ser visto pelas grandes interpretações de Frank Langella e Michael Sheen, como sujeitos bem diferentes que acabaram ligados pelo destino e por alguns outros fatores como dinheiro, poder e fama, numa entrevista que virou história.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Cavaleiro Solitário & A Marca da Forca



O grande Clint Eastwood tem uma magnífica carreira e alguns dos seus grandes filmes foram westerns. Ele inclusive iniciou sua carreira na tv americana trabalhando no seriado "Rawhide" e depois ficou famoso com a "Trilógia dos Dólares" de Sergio Leone.

Nesta postagem eu cito dois westerns menores estrelados por ele, um ainda nos anos sessenta e outro nos anos oitenta, este também dirigido por Eastwood.

O Cavaleiro Solitário (Pale Rider, EUA, 1985) – Nota 7
Direção – Clint Eastwood
Elenco – Clint Eastwood, Michael Moriarty, Carrie Snodgress, Chris Penn, Richard Dysart, Richard Kiel, Sydney Penny, Charles Hallahan.

Num cidade do velho oeste um banqueiro (Richard Dysart) tenta expulsar garimpeiros de suas terras, que acabam sendo defendidos por um estranho que por usar um crucifixo começa a ser chamado de “O Pregador” (Clint Eastwood). Bom faroeste, com Eastwood novamente interpretando o justiceiro sem nome, numa tentativa de reviver um gênero que estava em baixa no anos oitenta. O filme não fez grande sucesso, mas Eastwood não desistiu e em 1992 chegou ao auge com o hoje clássico “Os Imperdoáveis”.

A Marca da Forca (Hang ‘Em High, EUA, 1968) – Nota 7
Direção – Ted Post
Elenco – Clint Eastwood, Inger Stevens, Ed Begley, Pat Hingle, Ben Johnson, Charles McGraw, James MacArthur, Bruce Dern, Dennis Hopper, L. Q. Jones.

O solitário Jed Cooper (Clint Eastwood) é confundido com um assassino e acaba sendo enforcado por um grupo de vigilantes liderado pelo Capitão Wilson (Ed Begley), sem julgamento algum. Porém eles não perceberam que Jed estava vivo quando foi deixado. Com a ajuda de um xerife (Ben Johnson) que o encontra, Jed é levado para a cidade e após se recuperar sai a caça de seus agressores.

Este foi o primeiro faroeste americano protagonizado por Clint Eastwood, que vinha do sucesso da “Trilogia dos Dólares” de Sergio Leone e novamente interpretou um sujeito solitário, aqui em busca de vingança. Um nota triste sobre o elenco é que a bela atriz Inger Stevens se suicidou aos trinta cinco anos, apenas dois anos após este filme.

domingo, 18 de abril de 2010

O Defensor - Protegendo o Inimigo

O Defensor – Protegendo o Inimigo (The Defender, EUA, 2004) – Nota 7
Direção – Dolph Lundgreen
Elenco – Dolph Lundgreen, Jerry Springer, Shakara Ledard, Thomas Lockyer, Caroline Lee Johnson, Gerald Kyd.

O ex-soldado Lance Rockford (Dolph Lundgreen) é hoje líder dos seguranças da Casa Branca e sua equipe acaba sendo encarregada de escoltar a Secretária de Estado, Mrs. Jones (Caroline Lee Johnson) num encontro secreto em um hotel no interior da Romênia. A príncípio o local do encontro é conhecido apenas pela sua equipe, pelo presidente americano (Jerry Springer) e o alto escalão do governo, mas como segredos existem para serem contados, um grupo de mercenários tenta invadir o hotel para matar a Secretaria de Estado e seu convidado secreto.

Lógico que não é um grande filme, mas me surpreendi com a boa direção do brutamontes Dolph Lundgreen, que cria ótimas cenas de ação com grande quantidade de tiroteios e lutas bem filmadas, utiliza um roteiro que se não é um primor, segue a cartilha dos filmes de ação e amarra bem as pontas no final. Além disto é curioso ver o apresentador Jerry Springer (o Ratinho da TV americana) no papel o Presidente dos EUA.

Para quem procura um filme de ação simples e direto, este é uma boa pedida.

sábado, 17 de abril de 2010

Maratona da Morte

Maratona da Morte (Marathon Man, EUA, 1976) – Nota 7,5
Direção – John Schlesinger
Elenco – Dustin Hoffman, Laurence Olivier, Roy Scheider, William Devane, Marthe Keller, Fritz Weaver. Richard Bright.

O estudante de história e também corredor Thomas “Babe” Levy (Dustin Hoffman leva sua vida tranquilamente até a chegada de seu irmão Henry (Roy Scheider), que é um espião mas nunca contou nada sobre seu trabalho para o irmão caçula. A visita de Henry tem ligação com um esquema de tráfico internacional de diamantes liderado pelo dentista alemão Christian Szell (Laurence Olivier), um criminoso nazista que vive escondido utilizando um nome falso. Por causa da investigação do irmão, Babe acaba se transformando em alvo nesta trama e ainda terá de lidar com uma misteriosa mulher (Marthe Keller).

Este bom thriller fez sucesso na época e deixou uma cena clássica, com o personagem de Hoffman sendo torturado por Laurence Olivier num cadeira de dentista, com este perguntando seguidamente “It’s Safe? “ (“É Seguro?’) e Hoffman não tendo a mínima idéia do que responder.

Além do ótimo elenco, outro destaque é a direção do inglês John Schlesinger, que fez também o clássico “Perdidos na Noite” e o drama político “A Traição do Falcão”.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

As Loucuras de Dick e Jane

As Loucuras de Dick e Jane (Fun with Dick and Jane, EUA, 2005) – Nota 6
Direção – Dean Parisot
Elenco – Jim Carrey, Téa Leoni, Alec Baldwin, Richard Jenkins, Angie Harmon, John Michael Higgins, Richard Burgi, Carlos Jacott.

Comédia sobre um casal (Jim Carrey e Téa Leoni) que tem um ótimo padrão de vida até que perdem seus empregos e sua vida desmorona. Um pouco de graça aparece quando eles resolvem ser tornar assaltantes, mas sem grande talento.

Comédia apenas razoável que desperdiça o talento de Carrey e Leoni, que acabam criando personagens histéricos em um filme que faz muito barulho, mas arranca poucas risadas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Verônica

Verônica (Brasil, 2008) – Nota 7
Direção – Maurício Farias
Elenco – Andréa Beltrão, Marco Ricca, Matheus de Sá, Giulio Lopes, Ailton Graça, Flávio Miglliaccio, Thogun, Patricia Selonk.

A professora Verônica (Andréa Beltrão) trabalha numa escola pública no Rio de Janeiro e passa por dificuldades após a separação do casamento com o policial Paulo (Marco Ricca). Cansada da profissão, num certo dia mesmo estando nervosa, ela aceita ficar cuidando de um aluno, o menino Leandro (Matheus de Sá), em virtude dos pais não terem vindo busca-lo. Depois de algumas horas, ela resolve levar o menino para a casa, porém chegando na comunidade onde ele mora, descobre que os pais foram assassinados por traficantes e que agora estes procuram o menino, em virtude dele possuir um pen drive onde o pai copiou arquivos sobre uma filmagem de uma transação entre traficantes e policiais.

Este é o início do pesadelo de Verônica, que precisa fugir dos traficantes e da polícia, ainda sem saber se pode confiar no ex-marido.

O longa é um interessante misto de drama com trillher, sendo um filhote do clássico “Glória”, dirigido por John Cassavetes em 1980 e refilmado por Sidney Lumet com Sharon Stone no papel principal.

As cenas de suspense são boas e a protagonista Andréa Beltrão esta bem no papel da professora decidida. Um detalhe fraco ao meu ver é a participação do garoto Matheus de Sá como o aluno Leandro.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Leões e Cordeiros

Leões e Cordeiros (Lions for Lambs, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – Robert Redford
Elenco – Robert Redford, Meryl Streep, Tom Cruise, Michael Peña, Andrew Garfield, Peter Berg, Kevin Dunn, Derek Luke.

O filme é dividido em três pequenas histórias com personagens que não se cruzam, mas estão ligados.

O primeiro cenário mostra uma veterana jornalista (Meryl Streep) que se acha independente, sendo convidada a entrevistar um jovem e carismático senador republicano (Tom Cruise), que pretende presentea-la com um furo de reportagem sobre uma nova tática de guerra que estaria sendo usada naquele momento no Afeganistão pelos soldados americanos. O comandante responsável pela ação (Peter Berg), mesmo com dúvidas, envia um pequeno pelotão para tomar uma montanha cheia de rebeldes talibãs e entre os soldados está uma dupla de jovens (o latino Michael Peña e o negro Derek Luke) que entraram para o exército como voluntários, pensando que estariam fazendo a sua parte para mudar o mundo. Ao mesmo tempo em uma universidade, um veterano professor (Robert Redford) que lecionou para os dois soldados, tenta persuadir outro estudante (Andrew Garfield) que ele considera ter grande potencial a voltar a assistir suas aulas e se interessar pelos estudos.

Os ótimos diálogos levam o espectador a analisar sobre como a mídia manipula as notícias, em virtude de ter o famoso “rabo preso” com políticos e poderosos e as consequências destas notícias distorcidas na cabeça de quem ouve, no caso do filmes dos estudantes, além de mostrar ainda aquele tipo jornalista que tenta manter a integridade mas é obrigado a aceitar as regras ou ser excluído do processo.

O elenco é otimo, com destaque principalmente para o embate de idéias entre a jornalista Meryl Streep e o polícito ambicioso e sem escrúpulos vivido por Tom Cruise.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Velocidade Máxima




Velocidade Máxima (Speed, EUA, 1994) – Nota 8
Direção – Jan de Bont
Elenco – Keanu Reeves, Dennis Hopper, Sandra Bullock, Jeff Daniels, Joe Morton, Alan Ruck, Glenn Plummer, Richard Lineback, Beth Grant.

Um psicopata (Dennis Hopper) coloca uma bomba em um ônibus que circula por Los Angeles e avisa a polícia que se o veículo trafegar a menos de 80 km/h a bomba explodirá. O policial Jack Traven (Keanu Reeves) é encarregado do caso e consegue entrar no veículo em movimento, porém após uma uma confusão, o motorista acaba ferido e Jack coloca a passageira Annie (Sandra Bullock) para dirigir o ônibus em meio ao tráfego carregado da cidade e sem diminuir a velocidade.

A trama é original e dá margem a cenas de ação competentes pelas ruas e auto-estradas de Los Angeles, onde o personagem de Reeves precisa ao mesmo tempo manter o ônibus circulando e tentar desarmar a bomba. O longa é ótimo como filme de ação e deixava a impressão de que o diretor holandês Jan de Bont era um craque no gênero, o que acabou não se cumprindo. Ele fez ainda o ótimo “Twister” e os fracos “A Casa Amaldiçoada” e “Tomb Raider – A Origem da Vida”.

Velocidade Máxima 2 (Speed 2 – Cruise Control, EUA, 1997) – Nota 5,5
Direção – Jan de Bont
Elenco – Sandra Bullock, Jason Patric, Willem Dafoe, Temuera Morrison, Brian McCardie, Joe Morton, Glenn Plummer, Michael G. Hagerty, Colleen Camp, Lois Chiles, Enrique Murciano.

A atrapalhada Annie (Sandra Bullock) agora namora o policial Alex Shaw (Jason Patric). Depois de uma perseguição confusa que acabou em briga entre o casal, eles resolvem viajar em um cruzeiro para o Caribe com o intuito de melhorarem a relação. O que seria alegria se transforma em perigo quando um sujeito, John Geiger (Willem Dafoe totalmente canastrão), toma o controle do navio e ameaça afundar o transatlântico.

O que o longa original tinha de ação e emoção pelas auto-estradas de Los Angeles, aqui se torna exagerado na maioria das cenas, principalmente no final extremamente forçado, além do péssimo roteiro com diálogos ridículos. O resultado do longa deixou claro porque Keanu Reeves pulou fora do projeto e acredito que Sandra Bullock aceitou o papel apenas pelo cachê. Jason Patric até tenta segurar a trama nas cenas de ação, mas acaba sendo pouco para este longa desnecessário e equivocado.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Mansão da Meia-Noite

A Mansão da Meia-Noite (House of the Long Shadows, EUA, 1983) – Nota 6
Direção – Pete Walker
Elenco – Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing, John Carradine, Desi Arnaz Jr, Sheila Keith, Richard Todd, Julie Peasgood.

O escritor Kenneth Magee (Desi Arnaz Jr) faz uma aposta com seu editor (Richard Todd) de que conseguirá escrever uma história de terror ao estilo clássico e para isso diz que precisa apenas de um local para usar como inspiração. O editor então indica uma mansão que se diz amaldiçoada. O escritor aceita o desafio e logo que chega a mansão é recebido por Mary Norton (Julie Peasgood), que parece estar morta e aos poucos vai encontrando vários personagens que se apresentam como da família Grisbane. O que começa estranho, fica ainda pior quando mortes começam a acontecer no local.

Apesar do filme ter sido feito na década de oitenta, a história e o clima é totalmente clássico, copiando as obras de terror dirigidas por Roger Corman nos anos sessenta. Além do estilo, o outro grande destaque do longa é o elenco, que reuniu quatro atores que foram ícones do gênero terror, todos de uma mesma geração.

O único que ainda está vivo e continua na ativa com quase noventa anos é Christopher Lee. Após este longa, Vincent Price ainda fez alguns bons filmes como “Edward Mãos de Tesoura” e “As Baleias de Agosto”, já Peter Cushing e John Carradine trabalharam apenas em alguns filmes pequenos apenas antes de falecer. Todos deixaram um legado e tanto para o gênero terror.

domingo, 11 de abril de 2010

Tigerland - A Caminho da Guerra

Tigerland – A Caminho da Guerra (Tigerland, EUA, 2000) – Nota 7
Direção – Joel Schumacher
Elenco – Colin Farrell, Matthew Davis, Clifton Collins Jr, Cole Hauser, Thomas Guiry, Shea Whigham, Russell Richardson, Nick Searcy, James MacDonald, Afemo Omilani, Michael Shannon.

Em 1971 um grupo de recrutas é enviado para um pesado e desumano treinamento em Fort Polk, Louisiana. A história tem como protagonistas o idealista Jim Paxton (Matthew Davis), que acredita que a experiência na guerra será válida até para escrever um livro e o rebelde Roland Bozz (Colin Farrell), que tem a idéia de ser expulso do exército para não ir ao Vietnã, inclusive ajudando outros recrutas que querem ser dispensados. O duro treinamento e o pensamento dos oficiais que vêem os soldados apenas como armas faz os dois jovens lutarem contra o sistema.

Apesar de bem feito, com bom elenco, interessantes conflitos entre os recrutas e da parte do cruel treinamento lembrar o superior “Nascido Para Matar”, o longa acaba não trazendo nada de novo para o tema.

No final fica a impressão de que é um registro tardio de um tema explorado a exaustão pelo cinema.

sábado, 10 de abril de 2010

O Signo da Cidade

O Signo da Cidade (Brasil, 2007) – Nota 6
Direção – Carlos Alberto Riccelli
Elenco – Bruna Lombardi, Malvino Salvador, Juca de Oliveira, Graziela Moretto, Luís Miranda, Denise Fraga, Eva Wilma, Fernando Alves Pinto, Sidney Santiago, Kim Riccelli, Thiago Pinheiro, Ana Rosa, Christina Mutarelli, Irene Stefânia, Zé Carlos Machado, Selma Egrei, Wandy Doratiotto.

Em São Paulo a astróloga Teca (Bruna Lombardi) atende clientes em seu apartamento para ler o futuro e ainda tem um programa de rádio onde recebe ligações de ouvintes que contam seus problemas procurando um conselho. Ela é a personagem principal deste longa que tenta copiar a fórmula de sucessos como “Crash”, onde diversos personagens interagem muitas vezes sem se conhecer mas influenciado para o bem ou para o mal na vida do próximo.

Apesar da premissa interessante, eu gosto muito deste tipo de história, o roteiro não ajuda. Escrita pela estrela Bruna Lombardi, fica a impressão de que faltou experiência para desenvolver melhor os personagens, principalmente os mais jovens. Como o depressivo Luís (Thiago Pinheiro), sua namorada drogada (Sidney Santiago) e Gabriel (Kim Riccelli) que perde o rumo quando sua mãe morre. Até mesmo o romance entre Bruna Lombardi e Malvino Salvador tem toda a cara de clichê. Como destaque temos os personagens do enfermeiro Sombra (Luís Miranda de “Jean Charles”) e o moribundo pai da atriz principal vivido por Juca de Oliveira, com certeza os dois mais realistas da trama.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Quarteto Fantástico de Roger Corman

Quarteto Fantástico (The Fantastic Four, EUA, 1994) – Nota 5
Direção – Oley Sassone
Elenco – Alex Hyde White, Rebecca Staab, Jay Underwood, Michael Bailey Smith, Ian Trigger, Joseph Culp, George Gaynes, Kat Green.

O sucesso do “Batman” de Tim Burton em 1989 abriu as portas para que os produtores começassem a pensar nas adaptações de quadrinhos para o cinema, porém durante os anos noventa a maioria das produções do gênero fracassaram.

Um dos casos mais curiosos é esta produção de Roger Corman que nunca chegou aos cinemas. Diz a lenda que uma produtora alemã comprou os direitos da Marvel para a adaptação do Quarteto Fantástico mas não conseguiu levar o projeto adiante, porém havia um cláusula onde a produtora deveria pagar cinco milhões de dólares para Marvel caso o filme não fosse feito. Desesperada, ela procurou o produtor Roger Corman e liberou um milhão e meio de dólares (um fortuna para Corman) para que ele fizesse o filme o mais rápido possível. Resultado, o filme foi feito em um mês.

Para quem não sabe, Corman é o Papa dos filmes B, tendo produzido quase quatrocentos longas praticamente todos com custos baixíssimos. Ele ainda é o responsável por dar chance no cinema para gente como Jack Nicholson, Joe Dante, Jonathan Demme, entre tantos outros diretores e atores, além de ter feito diversos filmes de terror, clássicos do cinema B nos anos sessenta, quase sempre com Vincent Price no papel principal.

Mas voltando ao filme, Corman passou a direção a um dos seus tantos pupilos, um sujeito chamado Oley Sassone, que hoje dirige episódios de seriados, para comandar o longa. Assim que o filme terminou e foi mostrado para a Marvel, a empresa percebeu a bomba que estaria ligada ao seus personagens e usou seu poder de veto para destruir todas as cópias e não deixar que o filme fosse lançado nos cinemas, mas como sempre existe alguém mais esperto, esta pessoa desconhecida guardou uma cópia do filme em VHS e com a explosão da internet colocou o filme na rede. E graças a este desconhecido muitas pessoas conheceram esta obra que tem a cara de Corman, repleta de efeitos especiais toscos, elenco canastrão e até pitadas de comédia.

A história começa quando Reed Richards (Alex Hyde White) e Victor Von Doom (Joseph Culp) esperam a passagem do cometa Colossus pela Terra para captar sua energia, porém algo dá errado e Victor aparentemente morre. Dez anos depois, Reed tem nova chance com a volta do cometa e desta vez ele convoca o astronauta Ben Grimm (Michael Bailey Smith) e os irmãos Johnny e Susan Storm (Jay Underwood e Rebecca Staab) para viajarem num foguete com o intuito de alcançar o cometa, porém a viagem é sabotada pelo Joalheiro (Ian Trigger) e quando a nave volta para a Terra todos os quatro desenvolveram um dom especial. Além disso eles terão de enfrentar o Dr. Doom, na realidade Victor Von Doom que não morreu e pretende destruir Nova Iorque.

Fiquei indeciso quanto a nota, mas acredito que merece um cinco pela inacreditável história por trás do longa e pela curiosidade de comparar esta produção paupérrima com as milionárias adaptações atuais da Marvel.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Espelhos do Medo

Espelhos do Medo (Mirrors, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Alexandre Aja
Elenco – Kiefer Sutherland, Paula Patton, Amy Smart, Mary Beth Peil, John Shrapnel, Jason Flemyng, Julian Glover, Cameron Boyce, Erica Gluck.

O ex-policial Ben Carson (Kiefer Sutherland) começa a trabalhar num prédio que abrigava um enorme loja de departamentos e que foi destruída num incêndio. Ele tenta se recuperar do vício na bebida após ter sido afastado da policial em virtude de ter matado outro policial por acidente. Logo no primeiro dia ele percebe que existe algo estranho com os espelhos do local e começa a ter visões, que em seguida irão também aterrorizar sua família, formada por um casal de filhos e sua esposa Amy (Paula Patton).

O ponto de partida é curioso ao mostrar que existe algum mal escondido atrás dos espelhos, porém o desenrolar da trama é confuso e o roteiro cheio de furos, com personagens mal aproveitados e que desaparecem no meio da trama, como o do policial vivido por Jason Flemyng.

A história acaba bebendo na fonte de filmes como “O Chamado” e “Água Negra”, tendo alguns momentos de sustos, mas no geral deixando a desejar.

O diretor Alexandre Aja fez um trabalho bem melhor em “Viagem Maldita”, que era uma refilmagem de “Quadrilha de Sádicos”, clássico do terror B de Wes Craven.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Caos

Caos (Chaos, EUA / Canadá / Inglaterra, 2005) – Nota 7,5
Direção – Tony Giglio
Elenco – Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes, Henry Czerny, Justine Waddell, Nicholas Lea, Jessica Steen, John Cassini, Damon Johnson, Paul Perri.

O indisciplinado Quentin Connors (Jason Statham) está afastado da polícia devido aos seus atos, porém é chamado para ajudar numa investigação que tentará prender o assaltante de bancos Lorenz (Wesley Snipes). Além dos problemas de um caso complicado como este, Quentin terá de se acertar com um novo parceiro, o jovem Shane Dekker (Ryan Phillippe), policial extremamente honesto, que não aprova as atitudes do veterano e utiliza a Teoria do Caos para tentar resolver o caso.

Apesar de parecer um história cheia de clichês, o roteiro tem um bom suspense misturado com competentes cenas de ação e uma interessante reviravolta final, além da curiosa utilização da Teoria do Caos no desenrolar do longa.

Outro ponto que vai agradar aos fãs de filmes de ação é a presença de dois astros do gênero, o quase veterano Wesley Snipes, que na época foi condenado por sonegação de impostos e passou um tempo na cadeia e Jason Statham, presença constante nos filmes de ação dos últimos anos.

Uma boa diversão sem compromisso.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Território Restrito

Território Restrito (Crossing Over, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – Wayne Kramer
Elenco – Harrison Ford, Ray Liotta, Ashley Judd, Jim Sturgess, Cliff Curtis, Alice Braga, Alice Eve, Summer Bishil, Jacqueline Obradors, Justin Chon.

O policial do departamente do imigração Max Brogan (Harrison Ford) é um sujeito solitário e extremamente humano que trabalha em Los Angeles com o parceiro de origem árabe, Hamid Baraheri (Cliff Curtis) e juntos lideram batidas em fábricas que utilizam imigrantes ilegais como funcionários. Numa destas batidas ele prende a jovem Mireya (a brasileira Alice Braga), que suplica para que ele busque seu filho e leve de volta para a casa dos avós no México. Já a advogada Denise (Ashley Judd) luta pelos direitos dos ilegais e precisa defender a jovem Taslima (Summer Bishil), que por escrever um texto sobre 11 de Setembro acabou presa como suspeita de terrorismo. Denise é casada com o canalha Cole (Ray Liotta), supervisor de imigração que analisa os pedidos de Green Card para ilegais e que num certo dia se envolve num acidente de carro com a bela australiana Claire (Alice Eve). Aproveitando a chance, ele chantageia a garota em troca de um possível ok no Green Card da jovem por favores sexuais. Por final, temos o inglês Gavin (Jim Sturgess), músico que tenta usar sua origem judaica para conseguir o visto de permanência no país.

O filme pode não ser brilhante, mas é competente ao mostrar diversas situações que são conseqüências da imigração. Preconceito, corrupção e injustiça são os ingredientes desta difícil situação no mundo atual e sendo ainda mais complicada nos EUA, em virtude das leis que endureceram muito a vida dos imigrantes após os atentados de 11 de setembro, aumentando e muito o preconceito con os ilegais no país. Outro detalhe triste que se percebe no filme é que o preconceito também existe entre os próprios ilegais, geralmente conflitos de todas as formas.

O elenco dá conta do recado e o destaque vai para Harrison Ford num papel contido, de alguém que não acredita no sistema e a beleza da desconhecida Alice Eve. A brasileira Alice Braga tem um papel muito pequeno, mas ao mesmo tempo importante para a trama.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Legalmente Loira

Legalmente Loira (Legally Blonde, EUA, 2001) – Nota 6,5
Direção – Robert Luketic
Elenco – Reese Witherspoon, Luke Wilson, Selma Blair, Matthew Davis, Victor Garber, Jennifer Coolidge, Holland Taylor, Ali Larter, Jessica Caufiel, Linda Cardellini, Alanna Ubach, Raquel Welch.

A jovem Elle Woods (Reese Whiterspoon) é a típica patrícinha do colégio e namora com o também o rico Warner (Matthew Davis), com quem ela planeja se casar. Porém pouco antes da formatura, Warner dispensa a garota dizendo que ela não está a sua altura, que é apenas fútil e como ele estudará em Harvard a trocou por outra jovem mais inteligente, Vivian (Selma Blair). Apesar de sua futilidade, Elle não aceita a situação e resolve mostrar ao ex-namorado do que é capaz, usa sua esperteza e seu dinheiro para conseguir ser aceita em Harvard e estudar direito.

A princípio o filme parece ser apenas mais uma comédia boba, mas por trás das personagem perua de Witherspoon, o roteiro tem uma história que tenta mostrar que a capacidade da pessoa não está ligado ao modo de se vestir ou de onde ela veio, misturando esta pequena lição com algumas piadas engraçadas. Uma inofensiva diversão.

Legalmente Loira 2 (Legally Blonde II: Red, White & Blonde, EUA, 2003) – Nota 5,5
Direção – Charles Herman Wurmfeld
Elenco – Reese Witherspoon, Sally Field, Regina King, Jennifer Coolidge, Bruce McGill, Dana Ivey, Mary Lynn Rajskub, Jessica Cauffiel, Alanna Ubach, Stanley Anderson, Bob Newhart, Luke Wilson.

Aqui a patricinha Elle Woods (Reese Witherspoon) já é uma advogada, trabalha em uma grande firma e está prestes a casar com Emmet (Luke Wilson). Em certo momento descobre que uma empresa de cosméticos faz testes com animais e resolve processá-la, porém os sócios da firma de advocacia não aceitam a idéia e a dispensam do emprego. Por um acaso ela consegue trabalho em Washington com a congressista Victoria Rudd (Sally Field) e em meio a confusões no congresso, consegue dar início a um processo contra a empresa de cosméticos.

O filme segue a mesma linha do original, com Witherspoon conseguindo resolver as situações com seu modo diferente e engraçado, porém o resultado é inferior.

domingo, 4 de abril de 2010

A Maldição de Samantha

A Maldição de Samantha (Deadly Friend, EUA, 1986) – Nota 6,5
Direção – Wes Craven
Elenco – Matthew Laborteaux, Kristy Swanson, Michael Sharrett, Anne Twomey, Anne Ramsey, Richard Marcus.

O adolescente Paul Conway (Matthew Laborteaux) se muda com a família para uma pequena cidade e leva consigo o robô “Bee Bee”, que ele mesmo criou. Na nova cidade ele faz amizade com Tom (Michael Sharrett) e começa a namorar a bela Samantha (Kristy Swanson). Tudo vai bem até que a vizinha ranzinza (a mal encarada e falecida Anne Ramsey de “Os Goonies”) destrói seu robô e além disso o pai alcoólatra de Samantha não aceita o novo amor da filha e resolve espancar a garota que acaba quase morta. Como Paul não se conforma com a situação da namorada, seqüestra a jovem de dentro do hospital com ajuda de seu amigo e consegue salvá-la criando uma espécie de Frankenstein feminina, misturando partes do robô no corpo da garota, que acorda diferente e com uma força incomum, começando assim sua vingança contra aqueles que a maltrataram.

Este filme de Wes Craven foi feito no auge do gênero terror nos anos oitenta e tem uma história de filme B, numa produção sem muitos recursos mas feita com a criatividade de sempre presente nas obras de Craven.

O elenco tem como destaque a bela Kristy Swanson, que não chegou a ser uma estrela mas até hoje é figura conhecida no cinema e em seriados de TV. Já o ator Matthew Laborteaux fez ainda alguns trabalhos mas desapareceu pelo caminho.

sábado, 3 de abril de 2010

O Terceiro Tiro

O Terceiro Tiro (The Trouble with Harry, EUA, 1955) – Nota 7,5
Direção – Alfred Hitchcock
Elenco – John Forsythe, Edmund Gwen, Shirley MacLaine, Mildred Natwick, Mildred Dunnock, Jerry Mathers, Royal Dano.

Ontem o cinema perdeu o veterano ator John Forsythe aos noventa e dois anos. Seu papel de maior destaque foi o do patriarca do seriado "Dinastia", além de ter feito a voz do personagem Bosley no seriado "As Panteras". No cinema ele trabalhou em diversos filmes, como "Justiça para Todos" com Al Pacino e o clássico "À Sangue Frio".

Este "O Terceiro Tiro" se passa numa pequena cidade de New England, onde o velho Albert (Edmund Gwen) sai para caçar coelhos na floresta e após efetuar três disparos encontra um homem morto. No mesmo momento aparece o garoto Arnie, filho da jovem Jennifer (Shirley MacLaine ainda bem garota) que acredita também ter matado o homem, mesmo usando uma espingarda de plástico. Preocupados, os três resolvem enterrar o sujeito, porém uma senhora (Mildrer Natwick) acaba também vendo o homem morto. Esta senhora por um outro motivo também acredita que ela pode ter sido a culpada pela morte do homem. Este é o início de uma confusão que ainda terá a participação de Sam (John Forsythe), o interesse romântico de Jennifer, que ajudará a enterrar e desenterrar o corpo por três vezes, sempre para confirmar se uma destas pessoas realmente matou o sujeito.

Apesar de hoje ser um filme quase esquecido de Hitchcock, o longa é um primor do humor negro, onde os personagens estão mais preocupados em provar que não são os culpados pela morte do homem, do que descobrir quem é o sujeito.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, EUA, 1956) – Nota 10
Direção – Cecil B. DeMille
Elenco – Charlton Heston, Yul Brynner, Anne Baxter, Edward G. Robinson, Yvonne DeCarlo, John Derek, Debra Paget, John Derek, Cedric Hardwicke, Nina Foch, Martha Scott, Judith Anderson, Vincent Price, John Carradine.

Tenho certeza que muitas pessoas discordam da minha nota, tanto pelo história clássica que pode parecer ultrapassada para o cinema, quanto pelo filme ser antigo e pelas quase quatro horas de duração, mas o resultado é um longa completo.

O filme conta a história de Moisés (Charlton Heston), que quando bebê foi abandonado em uma cesta no Rio Nilo em virtude de ser o primogênito de uma família e que por uma lei do faraó todos estes bebês deveriam morrer. Encontrado por uma rainha egipcia, ele acaba sendo criando por ela até a fase adulta, quando recebe um chamado de Deus para guiar o povo hebreu que era escravo no Egito para a Terra Prometida. Liderando o povo hebreu, ele enfrentará diversos desafios, como fugir dos soldados do Faraó Ramsés II (Yul Brynner) abrindo o Mar Vermelho, além de receber os Dez Mandamentos e ter de passa-los para seu povo.

A grandiosidade do filme está desde a duração até a quantidade de extras usados nas filmagens, por sinal grandiosidade era algo que o diretor Cecil B. DeMille gostava e trazia em seus filmes desde os anos vinte, como na primeira versão de “Os Dez Mandamentos”.

Charlton Heston está perfeito como Moisés, ele encarnou no cinema figura míticas como Ben-Hur e El Cid sempre com competência. Os coadjuvantes também são ótimos, o grande Yul Brynner faz um Ramsés II vingativo, a bela Anne Baxter interpreta sua esposa e do grande Edward G. Robinson também tem um papel de destaque.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Broken

Broken (Broken, EUA, 2006) – Nota 5
Direção – Alan White
Elenco – Heather Graham, Jeremy Sisto, Tess Harper, Randall Batinkoff, Michael Goorjian, Linda Hamilton, Jake Busey.

Uma aspirante a cantora chamada Hope (Heather Graham) sai de Cleveland e vai tentar inciar sua carreira em Los Angeles. Chegando lá ela conhece Will (Jeremy Sisto), com quem se envolve e entra no mundo das drogas pesadas.

O filme conta em flashbacks a chegada de Hope na cidade e como ela foi se afundando nas drogas, enquanto nos dias atuais ela trabalha como garçonete noturna em uma lanchonete e tenta esquecer o ex-amor.

Quanto ao elenco, novamente Jeremy Sisto (atualmente trabalhando em “Law and Order”) interpreta um personagem perturbado, assim como fazia na série “A Sete Palmos” e a bela Heather Graham interpretando bem o papel da garota cheia de sonhos que se transforma numa mulher sem rumo, mas que ainda acredita que vai conseguir sucesso.