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quinta-feira, 31 de julho de 2025

O Último Rodeio

 

O Último Rodeio (The Last Rodeo, EUA, 2025) – Nota 6,5
Direção – Jon Avnet
Elenco – Neal McDonough, Mykelti Williamson, Sarah Jones, Graham Harvey, Christopher McDonald, Ruvé McDonough.

Joe Wainwright (Neal McDonough) é um ex-campeão de rodeios que ao saber que o neto (Graham Harvey) precisa de uma cirurgia urgente, decide disputar novamente uma competição para tentar ganhar o dinheiro suficiente para pagar o hospital. 

Esse drama dirigido pelo veterano Jon Avnet, de bons filmes como “Tomates Verdes Fritos” e “As Duas Faces da Lei”, é um projeto pessoal do ator Neal McDonough, que normalmente interpreta vilões, mas que na vida real é um cristão que não aceita sequer beijar outras atrizes em cena. Por sinal, sua esposa Ruvé McDonough aparece em flashbacks interpretando a falecida mulher do personagem. 

O roteiro é bastante previsível, mas a proposta é mostrar a força de uma família unida ao enfrentar uma situação pesada. É uma mensagem que vai além da religião. Destaque também para as sequências dos rodeios.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Amadeus

 

Amadeus (Amadeus, EUA / França, 1984) – Nota 8
Direção – Milos Forman
Elenco – F. Murray Abraham, Tom Hulce, Elizabeth Berridge, Roy Dotrice, Simon Callow, Christine Ebersole, Jeffrey Jones, Charles Kay, Kenneth McMillan.

Após tentar o suicídio, o veterano compositor Antonio Salieri (F. Murray Abraham) é internado em uma instituição psiquiátrica. Um padre faz uma visita com o objetivo de Salieri se arrepender de seus pecados, porém o homem prefere contar com detalhes sua convivência e o ciúme que tinha do grande Mozart (Tom Hulce), além de alegar que ele foi o responsável pela morte do artista. 

Este premiado longa dirigido por Milos Forman tem a ousadia de contar a história de Mozart pelos olhos de seu rival vingativo que não aceitava ser um compositor medíocre. Salieri considerava Mozart grosseiro, não entendendo porque ele havia sido “presenteado” com um grande talento. O casamento de Mozart com Constanze (Elizabeth Berridge) é outro fato que aumentou o ódio de Salieri. 

O filme tem uma fantástica reconstituição de época, ótima música, pitadas de comédia, a risada espalhafatosa de Mozart e as grandes atuações da dupla principal.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Vitor ou Vitória? & S.O.B. - Bastidores de Hollywood

 

Vitor ou Vitória? (Victor/Victoria, EUA / Inglaterra, 1982) – Nota 7,5
Direção – Blake Edwards
Elenco – Julie Andrews, James Garner, Robert Preston, Lesley Ann Warren, Alex Karras, John Rhys Davies, Graham Stark.

Paris, 1934. Vitória (Julie Andrews) é um cantora desempregada que ao conhecer outro cantor sem emprego (Robert Preston), decidem criar um personagem para tentar fazer sucesso. Vitória se transforma no enigmático Conde Vitor e rapidamente fica famosa. Tudo se complica quando ela se apaixona por um gângster (James Garner), que é dono de uma boate e não sabe como contar a verdade. 

O diretor e roteirista Blake Edwards explora uma comédia de erros com figurino caprichado e ótimas sequências musicais por conta do talento de sua esposa, a grande atriz Julie Andrews. 

A química da protagonista com James Garner, o personagem cínico de Robert Preston, a caricata amante do criminoso vivida por Lesley Ann Warren e o garçom mal educado de Graham Stark ajudam a transformar o longa é uma competente diversão.

S.O.B. – Bastidores de Hollywood (S.O.B. EUA, 1981) – Nota 6,5
Direção – Blake Edwards
Elenco – Julie Andrews, William Holden, Richard Mulligan, Shelley Winters, Robert Preston, Marisa Berenson, Larry Hagman, Stuart Margolin, Loretta Switt, Robert Vaughn, Robert Webber, Jennifer Edwards, Rosana Arquette.

Felix Farmer (Richard Mulligan) é um diretor de cinema que após ver seu filme de grande orçamento fracassar, decide refilmar a mesma história introduzindo um sequência de nudez de sua esposa e também estrela Sally (Julie Andrews). 

Esse longa escrito e dirigido pelo especialista em comédias Blake Edwards é uma sátira aos bastidores de Hollywood através da pressão para fazer sucesso que sofrem diretores e elenco. O diretor vivido por Richard Mulligan é inspirado no próprio Blake Edwards, que por sinal era casado com a protagonista Julie Andrews, com quem faria o grande sucesso “Vitor ou Vitória” no ano seguinte. 

Destaque também para William Holden em seu último trabalho. Ele interpreta um sujeito beberrão semelhante a sua vida real e faleceria em 1981.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Uma Aventura na África

 

Uma Aventura na África (The African Queen, EUA, 1951) – Nota 10
Direção – John Huston
Elenco – Humphrey Bogart, Katharine Hepburn, Robert Morley, Peter Bull, Theodore Bikel.

Quando explode a Primeira Guerra Mundial, a missionária Rose (Katharine Hepburn) está em um local isolado da África. Seu irmão (Robert Morley), que é reverendo, termina assassinado. Sem ter como sair da região por terra, Rose contrata os serviços do beberrão Charlie (Humphrey Bogart), que é o capitão de um pequeno barco chamado African Queen. Charlie é surpreendido quando a missionária revela que deseja atacar outro navio para vingar a morte do irmão.

Este clássico dirigido por John Huston é sensacional pelas locações na África e as ótimas atuações de Humphrey Bogart e Katharine Hepburn, com ele interpretando um sujeito cínico que aos poucos muda o comportamento e ela que sempre foi durona, descobre também seu lado mais sensível. O que hoje é clichê quando dois personagens a princípio se odeiam e depois criam um laço, aqui funciona perfeitamente.

Outro grande destaque que transforma o filme em cult foi a aventura real que aconteceu nos bastidores. A dificuldade em transportar equipamentos, atores e equipe técnica pelo interior da África em estradas precárias e rios, as condições naturais como temperatura, chuvas e as doenças tropicais foram obstáculos enormes.

É um grande filme que todo cinéfilo precisa conferir.

domingo, 27 de julho de 2025

Adam Primeiro

 

Adam Primeiro (Adam the First, EUA, 2024) – Nota 7
Direção – Irving Franco
Elenco – Oakes Fegley, David Duchovny, T.R. Knight, Larru Pine, Eric Hanson, Kim Jackson Davis.

Adam (Oakes Fegley) é um adolescente que foi adotado quando criança por um casal (David Duchovny e Kim Jackson Davis) que vive em um trailer isolado na floresta. Uma determinada situação leva Adam a procurar seu pai biológico, dando início a uma viagem de descobertas sobre a vida. 

Este longa escrito e dirigido pelo desconhecido Irving Franco é mais profundo do que parece à primeira vista. Algumas sequências lembram um filme de fantasia, outras são violentas e os encontros do protagonista pelo caminho carregam simbolismos. 

O diretor mostra que o mundo e as pessoas são muito mais do que aparentam. O que parece mal também guarda dentro de si coisas boas e o que tenta demonstrar a bondade esconde seus defeitos.

Destaque para a atuação de Oakes Fegley e para a sensível sequência final. É um drama diferente que vale a pena ser visto por quem gosta do gênero.

sábado, 26 de julho de 2025

Ice Road: Vengeance

 

Ice Road: Vengeance (Ice Road: Vengeance, EUA / Austrália, 2025) – Nota 5
Direção – Jonathan Hensleigh
Elenco – Liam Neeson, Bingbing Fan, Marcus Thomas, Grace O’Sullivan, Saksham Sharma, Bernard Curry, Geoff Morrell.

O exímio motorista de caminhão Mike McCann (Liam Neeson) viaja para Kathmandu no Nepal com objetivo de jogar as cinzas de seu falecido irmão no Monte Evereste. O que seria uma viagem de despedida se transforma em pesadelo quando o ônibus turístico em que ele viaja é atacado por criminosos buscando um rapaz por causa de um conflito de terras. 

Esta sequência do filme de 2021 apresenta um festival de absurdos, desde a trama clichê de disputa por terras entre o rico corrupto e o pobre idealista, até as vergonhosas sequências de ação. É aquele tipo de filme que fica difícil curtir mesmo sendo fã de ação.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Vingança Final, Nova York: Terra de Ninguém & A Lei do Cão

 

Vingança Final (Fighting Back, EUA, 1982) – Nota 7
Direção – Lewis Teague
Elenco – Tom Skerritt, Michael Sarrazin, Yaphet Kotto, Patti LuPone, David Rasche.

Na Filadélfia, John D’Angelo (Tom Skerritt) é um pequeno comerciante que cansado da violência que tomou conta de sua região e que atingiu sua família, além da inoperância da polícia, decide montar um grupo de civis para caçar criminosos e fazer justiça com as próprias mãos.

Este esquecido longa dirigido por Lewis Teague, de filmes interessantes como “A Jóia do Nilo” e “Aliança Mortal”, é bastante semelhante ao clássico “Desejo de Matar” ao transformar um sujeito comum em vigilante. 

Vale citar que o filme foi produzido por Dino De Laurentiis, responsável por bancar o original “Desejo de Matar” e que vendeu os direitos de uma sequência para a Cannon e aparentemente se arrependeu decidindo produzir esta versão. 

O roteiro explora também a questão social na disputa do vigilante com um líder comunitário vivido por Yaphett Kotto e deixa a mensagem de que quando a justiça oficial se omite, alguém ou algum grupo toma o seu lugar.

Nova York, Terra de Ninguém (The Park Is Mine, EUA, 1985) – Nota 5,5
Direção – Steven Hilliard Stern
Elenco – Tommy Lee Jones, Helen Shaver, Yaphet Kotto, Lawrence Dane, Peter Dvorsky.

Mitch (Tommy Lee Jones) é um veterano do Vietnã que não consegue trabalho e que vaga por Nova York após sua esposa pedir divórcio. Quando um amigo que lutou na guerra comete suicídio, ele descobre que o sujeito planejava uma ação no Central Park para chamar a atenção das autoridades sobre os veteranos que sofrem no retorno para a sociedade. Mitch decide seguir o plano do amigo tomando “posse” de um pedaço do parque. 

Este curioso longa produzido para a tv tem a clara inspiração na premissa de “Rambo – Programado para Matar”, porém ao invés do foco somente na ação, o roteiro também explora o drama do protagonista e o descaso das autoridades com os veteranos do Vietnã. 

O filme tem algumas soluções absurdas e as limitações das produções para tv dos anos oitenta. O destaque fica para a forte atuação de Tommy Lee Jones, que ainda não tinha a fama que conquistou com suas atuações posteriores.

A Lei do Cão (Canicule, França, 1984) – Nota 5
Direção – Yves Boisset
Elenco – Lee Marvin, Miou Miou, Jean Carmet, Victor Lanoux, David Bennent, Bernadette Lafont, Grace de Capitani, Tina Louise.

Jimmy Cobb (Lee Marvin) é um criminoso que sobrevive ao confronto com a polícia durante um assalto a um carro-forte em Marselha. Ele foge e consegue se esconder em uma fazenda, porém descobre que a família que vive no local é tão desonesta quanto ele. 

Esse estranho longa policial lembra as obras do gênero produzidas na Europa nos anos setenta. São personagens bizarros em meio a sequências que misturam violência e pitadas de erotismo. É difícil entender como o então veterano Lee Marvin aceitou participar desse projeto, que por sinal foi um dos seus últimos trabalhos. Ele faleceria em 1987.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

The Dry 2: Força da Natureza

 

The Dry 2: Força da Natureza (Force of Nature: The Dry 2, EUA / Austrália, 2025) – Nota 6,5
Direção – Robert Connolly
Elenco – Eric Bana, Anna Torv, Deborra Lee Furness, Robin McLeavy, Jacqueline McKenzie, Sisi Stringer, Lucy Ansell, Richard Roxburgh, Tony Briggs.

Uma caminhada corporativa em uma floresta no interior da Austrália termina com o desaparecimento de uma executiva (Anna Torv), que era informante do agente federal Falk (Eric Bana), que por seu lado investigava uma enorme fraude. Falk e sua parceira Cooper (Jacqueline McKenzie) seguem para a região com o objetivo de entender o que aconteceu e acompanhar as buscas. 

Esse longa é uma sequência de “The Dry” de 2020, em que o único personagem que volta é o protagonista vivido por Eric Bana. Assim como no primeiro filme, o personagem tem uma ligação do passado com a região em que ocorre a ação. 

O filme tem um bom ritmo e ótimas locações na floresta tropical, porém o roteiro deixa um pouco a desejar em algumas situações que não se encaixam ou que são resolvidas de forma fácil demais. É um filme que vai prender a atenção de quem gosta de locações selvagens.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Maldoror

 

Maldoror (Maldoror, Bélgica / França, 2024) – Nota 7
Direção – Fabrice du Welz
Elenco – Anthony Bajon, Alba Gaia Bellugi, Alexis Manenti, Sergi Lopez, Laurent Lucas, David Murgia, Béatrice Dalle, Lubna Azabal.

Bélgica, anos noventa. Paul Chartier (Anthony Bajon) é um jovem policial que fica obcecado com o caso de duas meninas que desapareceram. Investigando mesmo contra a vontade de seu superior, Paul encontra indícios de que os casos estejam ligados a uma rede tráfico de crianças e que pessoas influentes podem estar envolvidas. 

Inspirado em um caso real, este longa dirigido por Fabrice du Welz, de bons trabalhos como “King: Uma História de Vingança” e “Colt 45”, detalha a obsessão do protagonista em resolver o caso a todo custo. 

Por sinal, o personagem é inspirado em uma pessoa real que carrega um passado pesado que é detalhado aos poucos e que influenciará diretamente na sua vida pessoal e em suas atitudes como policial. 

Mesmo com duas horas e meia de duração, a narrativa prende a atenção através da tensão da investigação, de algumas sequências fortes e da atuação visceral de Anthony Bajon.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol

 

Caso Arquivado: Os Assassinatos do Tylenol (The Tylenol Murders. Israel / França / EUA, 2025) – Nota 7
Direção – Yotam Guendelman & Ari Pines
Documentário

Chicago, 1982. Em dois dias, sete pessoas morrem de forma fulminante. O que chama a atenção das autoridades é que três dessas pessoas eram da mesma família. Não demora para a perícia descobrir que as mortes foram causadas por pílulas do analgésico Tylenol que estavam misturadas com arsênico. A descoberta dá início a uma complexa investigação e também ao medo da população da região em relação ao medicamento. 

Essa minissérie documental em três episódios detalha um terrível caso que até hoje não tem uma solução. Entre as diversas pistas, o investigadores focaram em determinados momentos em dois suspeitos, mas jamais tiveram provas reais da culpa. 

Por outro lado, a indústria farmacêutica que fabricava o produto foi inocentada rapidamente utilizando uma forte estratégia de administração de crise e o marketing positivo, porém com uma nova morte semelhante em 1986, muitos voltaram para sua atenção para a empresa, que outra vez conseguiu manter seu nome sem grandes prejuízos. 

É um daqueles casos em que provavelmente jamais se chegará ao verdadeiro culpado.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Wildlike: Coração Selvagem

 

Wildlike: Coração Selvagem (Wildlike, EUA, 2014) – Nota 5,5
Direção – Frank Hall Green
Elenco – Ella Purnell, Brian Geraghty, Bruce Greenwood, Diane Farr, Nolan Gerard Funk, Joshua Leonard.

Após a morte do pai e o colapso da mãe que precisa se cuidar, a adolescente Mackenzie (Ella Purnell) é enviada para passar algum tempo com o tio (Brian Geraghty) no Alasca. Uma situação desagradável leva a garota a fugir. O acaso a leva a cruzar o caminho de um viúvo (Bruce Greenwood), que tenta se recuperar de sua perda viajando pela região inóspita. 

Esse longa explora um drama pesado na primeira meia-hora, para depois deixar a história um pouco mais leve, porém sem grande emoção. O filme se apoia muito nas belíssimas locações no Alasca e no sofrimento da protagonista, que a meu ver tem uma atuação fraca. Ela pouco fala e está sempre com o mesmo olhar. O peso da história passa a impressão da atuação ser mais profunda do que realmente é.

domingo, 20 de julho de 2025

Ad Vitam

 

Ad Vitam (Ad Vitam, França / Bélgica, 2025) – Nota 6
Direção – Rodolphe Lauga
Elenco – Guillaume Canet, Stephane Caillard, Nassim Lyes, Zita Hanrot, Alexis Manenti, Johan Heldenbergh, Fabrizio Rongione, Ken Samuels.

Franck (Guillaume Canet) tem sua esposa Leo (Stephane Caillard) raptada por um grupo criminoso que deseja algo que estaria em sua posse. Na sequência, a trama volta para nove anos atrás quando ele e Leo eram policiais novatos de uma esquadra de operações especiais. 

Este longa de ação explora uma trama de conspiração clássica em que o protagonista além de lutar para resgatar a esposa, precisa também provar sua inocência. São várias sequências de ação bem filmadas, algumas pitadas de drama e um festival de clichês que resultam numa razoável diversão descartável.

sábado, 19 de julho de 2025

Céu e Inferno

 

Céu e Inferno (Tengoku to Jigoku, Japão, 1963) – Nota 10
Direção – Akira Kurosawa
Elenco – Toshiro Mifune, Tatsuya Nakadai, Yutaka Sada, Kyoko Kagawa, Tatsuya Mihashi, Kenjiro Ishiyama, Takashi Shimura.

Gondô (Toshiro Mifune) é o principal executivo de uma indústria de sapatos que passa por um momento crucial na carreira ao ter de lidar com outros diretores que pretendem tomar o poder na empresa. 

Quando o filho de seu motorista é sequestrado por engano, já que o alvo seria seu filho, sua vida se transforma em um inferno. Ele enfrenta o dilema de pagar o resgate e perder a chance de comprar ações da empresa ou pensar nele mesmo e colocar a vida do garoto em risco. 

Este longa pouco lembrado do grande Akira Kurosawa é sensacional como drama na primeira hora que se passa toda na sala de estar da casa do executivo e continua no mesmo nível na segunda metade quando uma minuciosa investigação policial é colocada em prática. 

Além da longa sequência inicial, outras como a dentro do trem, a reunião dos policiais na delegacia e a busca pela casa do criminoso no alto da periferia de Tóquio são perfeitas. O único ponto um pouco abaixo é a motivação do criminoso que é simples, porém deixando no espectador a sensação de que o mal pode estar em qualquer local.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Voo Criminoso

 

Voo Criminoso (Helikopterranet, Suécia, 2024) – Nota 7
Direção – Daniel Espinosa, Jonas Alexander Arnby & Anna Zackrisson
Elenco – Mahmut Suvakci, Ardalan Esmaili, Vic Carmen Sonne, Dejan Milacic, Johanna Hedberg, Iskra Kostic.

Estocolmo, 2009. Um ladrão aposentado (Mahmut Suvakci) que tenta seguir uma vida correta perde dinheiro ao ser vítima de um golpe. Precisando recuperar o dinheiro, ele aceita a proposta de um ex-parceiro de crimes (Ardalan Esmaili), que planeja um ousado assalto a uma empresa de segurança utilizando um helicóptero. 

Esta minissérie em oito episódios detalha o segundo maior roubo da história da Suécia. Narrado pelo protagonista que se mostra arrependido, a minissérie intercala o planejamento do assalto com a vigilância da polícia que desconfia que o crime será cometido, mesmo sem saber quando e onde. 

O roteiro ainda explora as relações pessoais dos personagens e entrega como melhor episódio aquele em acontece o roubo. Mesmo sem um clímax, a série prende a atenção e vai agradar quem gosta de tramas sobre grandes roubos.


quinta-feira, 17 de julho de 2025

Shampoo & O Céu Pode Esperar

 

Shampoo (Shampoo, EUA, 1975) – Nota 6,5
Direção – Hal Ashby
Elenco – Warren Beatty, Julie Christie, Goldie Hawn, Lee Grant, Jack Warden, Tony Bill, Carrie Fisher.

Em 1968, dias antes de Richard Nixon ser eleito presidente, o cabeleireiro George (Warren Beatty) é o preferido de diversas mulheres em Beverly Hills, inclusive para ser amante. Tendo de lidar com o trabalho, com as várias mulheres e ainda escapar dos maridos, George vê aos poucos sua vida se transformar em uma loucura. 

Essa comédia fez sucesso por focar no tema do sexo livre e nas peripécias do protagonista vivido por um Warren Beatty no auge da carreira, além do belo e talentoso elenco feminino. Vale citar que Warren Beatty e Julie Christie formavam um casal na vida real e voltariam a trabalhar juntos no ainda mais divertido “O Céu Pode Esperar” em 1978.

O Céu Pode Esperar (Heaven Can Wait, EUA, 1978) – Nota 7
Direção – Warren Beatty & Buck Henry
Elenco – Warren Beatty, Julie Christie, Dyan Cannon, Jack Warden, James Mason, Vincent Gardenia, Charles Grodin.

Um jogador de futebol americano (Warren Beatty) morre em um acidente de carro, porém chegando ao Paraíso ele é informando que houve um erro na data de sua morte, sendo assim ele deve voltar para a Terra, mas como seu corpo foi cremado, ele retorna na pele de um industrial que foi assassinado pela esposa (Dyan Cannon) e o amante (Charles Grodin), que ficam atônitos com a volta do falecido.

Essa divertida comédia que brinca com a discussão se existe hora marcada para a morte e explora as confusões criadas entre o falecido que volta à vida e o casal de criminosos é uma refilmagem de um longa de 1943, que teve ainda uma nova versão em 2001 com Chris Rock no papel principal.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Tribal

 

Tribal (Tribal, EUA, 2023) – Nota 8
Direção – Brandon e Louis Borrego
Documentário

Este doloroso documentário foca nos depoimentos de três soldados que lutaram no Iraque e que sofrem com as consequências da violência que participaram e também do que foram testemunhas durante o conflito. 

A narrativa intercala os depoimentos de uma forma quase cronológica, começando pelos relatos sobre porque eles se alistaram, em seguida detalhes assustadores dos combates, os ferimentos, histórias de colegas que morreram nessas batalhas e por fim as consequências em suas vidas e na de outros soldados que sofrem e alguns não suportaram enfrentar a dor ao tentar retomar uma vida normal. 

É uma tema que já foi abordado em diversos filmes e documentários, porém poucas vezes com tanto realismo nos detalhes como o que  esses três soldados desnudam tudo que sofreram e ainda sofrem por causa da guerra.

terça-feira, 15 de julho de 2025

O Jogador

 

O Jogador (The Gambler, EUA, 1974) – Nota 7
Direção – Karel Reisz
Elenco – James Caan, Paul Sorvino, Lauren Hutton, Morris Carnovsky, Jacqueline Brookes, Burt Young, Carmine Caridi, M. Emmet Walsh, James Woods, Allan Rich, Stuart Margolin.

Axel (James Caan) é um professor universitário viciado em apostas. Ao ficar devendo quarenta mil dólares para um bookmaker (Paul Sorvino) que é seu amigo e que tenta segurar o problema com seus chefes, Axel entra numa sequência de escolhas ainda piores para tentar salvar sua pele. 

Este longa que foi refilmado com Mark Wahlberg em 2014 sem grande sucesso tem a cara dos anos setenta no estilo da narrativa, reforçado pela locações na decadente Nova York da época. 

O protagonista vivido por James Caan se desloca entre a casa dos pais ricos, o mundo intelectual da universidade e a marginalidade das apostas de uma forma autodestrutiva, em que o prazer de apostar é mais forte que o medo das consequências. 

Destaque para o elenco de apoio, com o sempre marcante Paul Sorvino e as participações pequenas de coadjuvantes conhecidos da época como Burt Young que interpretou Paulie na franquia “Rocky”, M. Emmet Walsh de vários filmes e um jovem James Woods vivendo o funcionário arrogante de um banco. 

Para quem gosta de dramas com pitadas de violência no contexto do submundo dos anos setenta, este longa é uma boa opção.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

The Last Passport

 

The Last Passport (The Last Passport, EUA, 2009) – Nota 5,5
Direção – Kent Smith & David Temple
Elenco – Jimmy Hager. Kendrick Foxx, Ted Johnson, Rachel St. Gelais.

George (Jimmy Hager) é um viúvo que vai até uma agência do governo de uma pequena cidade para renovar seu passaporte. Enquanto espera ser atendido, George conversa com diversas pessoas sobre os mais variados assuntos. 

Este drama independente tem uma premissa simples, mas também com bastante potencial. O protagonista que gosta de conversar, também é um ótimo ouvinte que pontua suas opiniões sobre diversos assuntos e principalmente sobre as atitudes de cada pessoa. 

O grande problema é que a maioria das atuações são amadoras e algumas situações que tentam ser engraçadas na verdade são patéticas. É uma boa ideia com um desenvolvimento que deixa a desejar.

domingo, 13 de julho de 2025

O Palhaço no Milharal

 

O Palhaço no Milharal (Clown in a Cornfield, EUA / Luxemburgo / Inglaterra / Canadá, 2025) – Nota 5,5
Direção – Eli Craig
Elenco – Katie Douglas, Aaron Abrams, Carson MacCormac, Vincent Muller, Kevin Durand, Will Sasso, Cassandra Potenza, Verity Marks, Ayo Solanke, Alexandre Martin Deakin.

Após a morte da mãe, a adolescente Quinn (Katie Douglas) muda com o pai (Aaron Abrams) para uma cidade do interior. Rapidamente ela faz amizade com a turma mais popular do colégio, que se diverte fazendo vídeos falsos de ataques de um palhaço chamado Frendo, que era o símbolo de uma fábrica de xarope de milho na cidade. A brincadeira se transforma em pesadelo quando assassinatos cometidos por alguém vestido de Frendo começam a ocorrer. 

Esta produção é claramente inspirada nos filmes de terror adolescente dos anos oitenta, porém com estilo atual do gore com sangue espirrando para todos os lados e personagens irritantes. O roteiro tenta fazer piadas em relação as músicas antigas e coisas como o telefone de discagem e carro com embreagem manual, sem grande sucesso. 

A melhor sacada e também extremamente absurda é a explicação para os acontecimentos que começam durante a festa em uma fazenda. É um filme que prende a atenção, faz barulho, mas é completamente descartável.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Long Gone Heroes & Encruzilhada

 

Long Gone Heroes (Long Gone Heroes, EUA, 2025) – Nota 6,5
Direção – John Swab
Elenco – Frank Grillo, Josh Hutcherson, Beau Knapp, Melissa Leo, Andy Garcia, Mekhi Phifer, Juan Pabla Raba, George Carroll, Eden Brolin, Wendy Moniz.

Um ex-agente de operações especiais (Frank Grillo) é procurado para uma nova missão clandestina por sua antiga chefe (Melissa Leo), que também é viúva de seu irmão e que teve sua filha (Eden Brolin) sequestrada na Venezuela. Ele deixa a aposentadoria de lado e reúne seus companheiros para resgatar a sobrinha. 

Este longa tem uma clássica trama de filme B sobre mercenários enfrentando criminosos e assassinos em meio a uma ditadura. As sequências de ação são competentes, os diálogos são cínicos e os personagens típicos deste tipo de longa. Melissa Leo e Andy Garcia tem pequenas participações, com seus nomes sendo utilizados mais como chamariz. É um filme que vai agradar quem gosta de ação sem compromisso.

Encruzilhada (Intersections ou Collision, França, 2013) – Nota 6
Direção – David Marconi
Elenco – Frank Grillo, Jaimie Alexander, Roschdy Zem, Marie Josée Croze, Moussa Makri, Charlie Brewley.

Um casal em lua de mel (Frank Grillo e Jaimie Alexander) se envolve em um terrível acidente de automóvel com um ônibus e outro veículo no meio deserto do Marrocos após tentar escapar de um perseguidor. A colisão causa a morte de algumas pessoas, com a situação ficando ainda mais complicada quando descobrimos que cada sobrevivente esconde um segredo criminoso. 

Esta curiosa produção francesa tem uma interessante locação no deserto durante boa parte da complexa trama repleta de personagens marginais. O roteiro tem furos, mas as sequências de ação são competentes e a narrativa prende a atenção com as reviravoltas.

Tuesday - O Último Abraço

 

Tuesday – O Último Abraço (Tuesday, Inglaterra / EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Daina Oniunas Pusic
Elenco – Julia Louis Dreyfus, Lola Petticrew, Leah Harvey, Arinzé Kene.

Tuesday (Lola Petticrew) é uma jovem que sofre com uma doença terminal. Sua mãe Zora (Julia Louis Dreyfus) tenta deixar a filha o mais confortável possível, mesmo sabendo que o destino está praticamente selado. Tudo fica muito estranho quando um pássaro gigante faz contato com a filha e também com a mãe, dando início a conversas sobre vida, morte e destino. 

Este longa é mais uma produção da A4 que tenta fazer sucesso com a originalidade e a estranheza. Filmes sobre doenças normalmente exploram clichês, algo que a diretora estreante e também roteirista Daina Oniunas Pusic tenta driblar explorando a fantasia. 

Eu considero o resultado mais bizarro do que interessante, piorando com a narrativa lenta e situações que não convencem. É uma pena ver a ótima Julia Louis Dreyfus em um filme onde seu talento cômico que também funciona para aliviar dramas aparece apenas na primeira cena na loja de penhores.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

O Risco de uma Decisão

 

O Risco de uma Decisão (Bite the Bullet, EUA, 1975) – Nota 6,5
Direção – Richard Brooks
Elenco – Gene Hackman, James Coburn, Candice Bergen, Ben Johnson, Ian Bannen, Jan Michael Vincent, Robert Donner, Jean Wiles, Dabney Coleman, Sally Kirkland.

No início do século XX, diversos cowboys (Gene Hackman, James Coburn e Ben Johnson, entre outros) e uma mulher (Candice Bergen) disputam uma longa corrida pelo oeste americano. Enfrentando obstáculos naturais e seus próprios problemas, cara participante tem sua motivação em busca da vitória e do prêmio em dinheiro. 

Este curiosos longa é um western diferente, daqueles que se passam em um período em que a civilização avançava através da ferrovia e da criação de pequenas cidades. Não espere sequências clássicas do gênero, durante grande parte do filme o roteiro fica nos dramas, em pequenos conflitos e na luta do homem versus natureza, para apenas na parte final a ação vir à tona de forma razoável. Os destaques ficam para as locações áridas e para o ótimo elenco.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

O Rei da Comédia

 

O Rei da Comédia (The King of Comedy, EUA, 1982) – Nota 7,5
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Robert De Niro, Jerry Lewis, Diahnne Abbott, Sandra Bernhard, Ed Herlihy, Tony Randall, Shelley Hack.

Rupert Pupkin (Robert De Niro) é um sujeito perturbado que sonha em se tornar comediante. Ao cruzar o caminho de seu ídolo, o apresentador de tv Jerry Langford (Jerry Lewis) e ter seu desejo de aparecer no programa ser ignorado, Rupert decide sequestrar o sujeito. 

Este é o filme mais estranho da carreira da Martin Scorsese, produzido em uma fase em que o diretor teve alguns fracassos de bilheteria. Realmente não tinha como esperar que um filme com essa temática fizesse sucesso, mesmo sendo bom para quem curte obras incomuns. 

É um daqueles filmes em que as atitudes do bizarro protagonista saltam da comédia para o constrangimento. O roteiro escrito pelo praticamente desconhecido e hoje falecido Paul D. Zimmerman é uma amostra do que se tornaria o mundo das celebridades atual. 

O apresentador vivido pelo grande Jerry Lewis é hilário na frente das câmeras e amargurado na vida real, enquanto o maluco criado por Robert De Niro é o sujeito sem talento que sonha em ficar famoso a qualquer custo. Muitos citam que este longa foi a inspiração de Todd Phillips para o “Coringa” com Joaquin Phoenix.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Bleeding Love

 

Bleeding Love (Bleeding Love, EUA, 2023) – Nota 5
Direção – Emma Westenberg
Elenco – Ewan McGregor, Clara McGregor, Travis Hammer, Kim Zimmer, Vera Bulder.

Pai (Ewan McGregor) e filha (Clara McGregor) viajam de carro pelo Novo México. Ele utiliza a viagem para tentar ajudar a filha que teve problemas com drogas e também para repensar sua própria vida. 

Este road movie foi um tentativa do astro Ewan McGregor em alavancar a carreira da filha Clara, que interpreta uma personagem irritante em uma história clichê sobre relacionamento familiar. Nem a escolha habitual deste tipo de filme em fazer os protagonistas cruzarem o caminho de personagens curiosos funciona. É uma narrativa chata que em momento algum empolga.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Núpcias do Escândalo

 

Núpcias do Escândalo (The Philadelphia Story, EUA, 1940) – Nota 8
Direção – George Cukor
Elenco – Cary Grant, Katharine Hepburn, James Stewart, Ruth Hussey, Roland Young, John Howard.

Dexter (Cary Grant) e Tracy (Katharine) tiveram um casamento conturbado e se divorciaram. Dois anos depois, Tracy está prestes a casar novamente quando Dexter, que é jornalista, recebe a missão de fazer uma entrevista com ela. No mesmo dia, Mike (James Stewart) e Liz (Ruth Hussey), que são amigos da noiva, aparecem em sua casa e se envolvem na inusitada situação. 

Este longa produzido há oitenta e cinco anos continua extremamente atual no conteúdo ao focar nos problemas de relacionamento entre casais, entre amigos e no jornalismo de fofoca que vasculha a vida de ricos e famosos em busca de escândalos. 

A questão do divórcio e de um segundo casamento era uma tema polêmico para época, algo que ajudou no sucesso do longa. As ótimas atuações Cary Grant, Katherine Hepburn e James Stewart são outro ponto alto, valorizados pelos diálogos afiados do roteiro.

domingo, 6 de julho de 2025

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa

 

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, EUA, 1977) – Nota 8
Direção – Woody Allen
Elenco – Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Paul Simon, Shelley Duvall, Colleen Dewhurst, Christopher Walken, Janet Margolin

Alvy Singer (Woody Allen) é um comediante que um ano após se separar da aspirante a cantora Annie (Diane Keaton), tenta entender porque o relacionamento não deu certo. Através de flashbacks, o espectador verá as idas e vindas e os altos e baixos do relacionamento. 

Considerado por muitos como o melhor filme de Woody Allen, este “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” foi o primeiro trabalho em que ele mostrou sua crítica ao estilo de vida das pessoas em Nova York, aos pseudointelectuais e as dificuldades dos relacionamentos através de discussões, traições e terapias. 

O casal de protagonistas está longe de ser agradável, eles são pessoas repletas de defeitos, uma escolha que Woody Allen voltaria a fazer na maioria de seus filmes posteriores.

sábado, 5 de julho de 2025

Confinado

 

Confinado (Locked, EUA / Canadá, 2025) – Nota 5,5
Direção – David Yarovesky
Elenco – Bill Skarsgard, Anthony Hopkins, Ashley Cartwright, Michael Eklund, Navid Charkhi.

Eddie (Bill Skarsgard) é um ladrão que precisa de dinheiro para pagar o conserto de sua van. Em um estacionamento, ele decide entrar em um carro de luxo em busca de algo de valor, porém é surpreendido ao perceber que está trancado no automóvel. Uma voz (Anthony Hopkins) surge pelo computador do carro dando início a um jogo em que o desconhecido é o juiz, enquanto Eddie é o acusado. 

Este longa é uma refilmagem de uma produção argentina de 2019 chamada “4x4” que foi dirigida e roteirizada pela dupla Mariano Cohn e Gaston Duprat. A trama é ao mesmo tempo inusitada e previsível, bebendo na fonte de obras diversas como a franquia “Jogos Mortais” e longas como “Por um Fio” e “Celular – Um Grito de Socorro”, em que um personagem misterioso transforma o “culpado” em alvo de sua vingança. 

O filme tem algumas coisas interessantes como mostrar o outro lado da Los Angeles atual repleta de drogados e pessoas nas ruas, além de criar uma discussão entre os dois personagens principais sobre de quem é a culpa disso tudo. 

O problema é que o roteiro tenta transformar o criminoso em vítima, colocando em cena o amor dele pela filha pequena, mesmo ele sendo pai ausente e irresponsável. O ritmo agitado e parte final é repleta de furos, resultando em um diversão totalmente esquecível.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Beneath the Fold

 

Beneath the Fold (Beneath the Fold, EUA, 2024) – Nota 6,5
Direção – Neil Thomas Kirny
Elenco – Scott Cohen, Frederick Weller, Jelani Alladin, Jamie Lee, Nick Dillenburg, Dacey Else, Max Garfin.

Nova York, 2009. Em meio a crise econômica causada pelo estouro da chamada “Bolha Imobiliária”, um jornal em papel passa também por uma grande crise com o início da migração das notícias para a internet. Com orçamento apertado e sem saber exatamente como enfrentar a nova realidade, um grupo de jornalistas trabalha tentando manter a empresa funcionando. 

Este longa independente é praticamente um teatro filmado em preto e branco dentro de um sala de um decadente jornal onde os personagens discutem sobre as notícias que valem ou não a pena serem exploradas e divulgadas. 

O clima é de desesperança e final de uma era, em que o jornal em papel com as noticias do dia anterior estava dando lugar a história em tempo real. 

Não chega a ser um filme profundo, o foco é sobre essa mudança e em parte também sobre como a maioria dos jornalistas ignoram qualquer sentimento ou consequência da divulgação das notícias na vida dos envolvidos.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O Esquema Fenício

 

O Esquema Fenício (The Phoenician Scheme, EUA / Alemanha, 2025) – Nota 6
Direção – Wes Anderson
Elenco – Benicio Del Toro, Mia Threapleton, Michael Cera, Riz Ahmed, Tom Hanks, Bryan Cranston. Willem Dafoe, Mathieu Amalric, Jeffrey Wright, Scarlett Johansson, Bill Murray, Benedict Cumberbatch, Alex Jennings, Rupert Friend, F. Murray Abraham, Donald Sumpter, Charlotte Gainsbourg.

Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro) é um industrial que sobreviveu a algumas tentativas de assassinato e por esse motivo decide se aproximar de sua filha Liesl (Mia Threapleton), que é uma noviça prestes a se tornar freira. Zsa-Zsa escolhe também a filha para ser sua herdeira, ao mesmo tempo em que busca financiamento para uma megaconstrução que pretende realizar. 

O cinema de Wes Anderson repleto de cores, personagens excêntricos e histórias bizarras já renderam grandes filmes como “O Grande Hotel Budapeste” e “Moonrise Kingdom”, mas também outros no máximo razoáveis como “A Crônica Francesa” e “Asteroid City”. 

A produção é caprichada, mas em momento algum o espectador consegue se conectar com a trama que mais parece uma desculpa para o diretor desfilar seu estilo. A relação entre pai e filha é rasa, assim com a jornada em busca de dinheiro, mesmo cruzando o caminho de vários personagens impagáveis interpretados pelo elenco repleto de famosos. 

É um filme indicado para quem gosta do estilo do diretor.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

The 4:30 Movie

 

The 4:30 Movie (The 4:30 Movie, EUA, 2024) – Nota 6
Direção – Kevin Smith
Elenco – Austin Zajur, Nicholas Cirillo, Reed Northrup, Siena Agudong, Ken Jeong, Kate Micucci, Sam Richardson, Genesis Rodriguez, Jeff Anderson, Justin Long, Jennifer Schwalbach Smith, Harley Quinn Smith, Jason Mewes, Jason Biggs, Diedrich Bader, Logic, Rachel Dratch, Jason Lee, Adam Pally, Rosario Dawson.

New Jersey, 1986. Três adolescentes planejam passar o sábado assistindo três filmes em uma sala de cinema pagando somente um ingresso cada, com um dos filmes sendo com censura para dezoito anos. Um dos garotos ainda espera levar para uma das sessões a garota por quem está apaixonado. 

Este é um filme autobiográfico de Kevin Smith, diretor especialista em cultura pop dos anos oitenta, que sempre explora sua memória afetiva em seus trabalhos. Está longe de ser um dos seus melhores filmes, mesmo assim a ambientação em uma época bem diferente dos dias atuais é bastante divertida para quem viveu os anos oitenta. Sem internet e celulares, os jovens viviam o dia a dia enfrentando situações reais aprendendo a lidar com sentimentos, desejos e frustrações. 

Além da temática, o destaque fica para as diversas participações do habituais parceiros de Kevin Smith como Jason Mewes, Justin Long, Jason Lee e Rosario Dawson, além do impagável gerente do cinema interpretado por Ken Jeong e os trailers falsos de três filmes com a cara dos anos oitenta.

terça-feira, 1 de julho de 2025

O Canhoneiro do Yang-Tsé

 

O Canhoneiro do Yang-Tsé (The Sand Pebbles, EUA, 1996) – Nota 7,5
Direção – Robert Wise
Elenco – Steve McQueen, Richard Attenborough, Richard Crenna, Candice Bergen, Mako, Marayat Andriane, Larry Gates, Simon Oakland, Gavin McLeod.

China, 1926. O engenheiro naval Jake (Steve McQueen) presta serviços em um navio de guerra americano em meio as tensões com a China. Essa disputa se alastra entre os próprios marinheiros, sendo alguns deles chineses, ficando ainda pior quando French (Richard Attenborough), que é amigo de Jake, se envolve com uma jovem chinesa. 

Este longa baseado em um famoso livro segue o estilo clássico da Hollywood dos anos cinquenta e sessenta. Tem um longa duração de três horas, belíssima fotografia, boas interpretações, uma trama bastante interessante com a questão da revolução chinesa que dava sinais que aconteceria e também uma narrativa que hoje se mostra cansativa para o público atual. 

Destaque para as atuações do quarteto principal, com o astro Steve McQueen, o futuro diretor Richard Attenborough, uma jovem Candice Bergen e o competente Richard Crenna, famoso pelo papel do Coronel Trautman em “Rambo”.