Um Assalto de Fé (Brasil, 2011) – Nota 6,5
Direção – Cibele Amaral
Elenco – Alexandre Carlo, Lauro Montana, Cibele Amaral,
André Deca, Alessandro Santos, Falcão.
Galinha Preta (Alexandre Carlo) e Lapão (Lauro Montana) são
dois ladrões pé-de-chinelo que tentam se regenerar trabalhando como empacotadores em um supermercado. Quando Jeronimo (André Deca), um amigo da
dupla reaparece com um plano para assaltar uma igreja evangélica, os amigos
vêem a chance de ganhar uma bolada e mudar para Salvador. Jeronimo é um malando
que está infiltrado na igreja como tesoureiro e ainda namora a filha do pastor.
Para colocar o plano em ação, o bando convida a stripper Nildinha (Cibele
Amaral) que é evangélica e o motorista Japonês (Alessandro Santos). Como ocorre em todo filme sobre assalto, as coisas não sairão como o planejado.
Mesmo com uma produção quase amadora,
inclusive apresentando problemas na edição de som e muito criticado por tirar
sarro das igrejas evangélicas e dos pastores desonestos, o filme tem algumas
cenas divertidas principalmente na primeira parte, quando o grupo planeja o
assalto, mas infelizmente o ritmo cai na parte final, até a fraca sequência do
hospital.
Sou muito crítico quanto a religião, seja ela qual for, por isso
assisti ao filme sem a preocupação de que trama fosse ofensiva. A crítica vai
além das igrejas evangélicas, em algumas sequências sobra gozação para umbanda
e candomblé, mostrando um pai de santo afetado, sem contar a cena em que uma personagem
ainda cita a doutrina espírita que não tem ligação alguma com estas religiões. Eu vejo estas piadas como uma crítica ao enganadores da fé e também para aqueles
que acabam acreditando em qualquer coisa, por mais absurda que seja a pregação
ou o conselho.
O elenco quase todo desconhecido é encabeçado pela própria
diretora Cibele Amorim e pelo vocalista da banda Natirutis Alexandre Carlo, que
mesmo sem grande talento, criam personagens engraçados. Vale destacar ainda a participação do cantor brega Falcão como um cantor gospel picareta.
Dei meio ponto a mais
na nota pela inacreditável frase do pastor: “Jesus não é povo da areia, Jesus é
Jedi”. A melhor frase do filme.
Fé Demais Não Cheira Bem (Leap of Faith, EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Richard Pearce
Elenco –
Steve Martin, Debra Winger, Liam Neeson, Lolita Davidovich, Lukas Haas, Meat
Loaf, Philip Seymour Hoffman, M. C. Gainey, Troy Evans.
Jonas Nightengale (Steve Martin) é um pastor picareta que
viaja pelo interior dos Estados Unidos com um grupo de assistentes com o
objetivo de lucrar com a fé dos desesperados. Em cada nova cidade, seus
assistentes procuram conhecer as pessoas e listam aquelas com determinados
problemas. Este relatório é utilizado por Jane (Debra Winger) durante o culto, que
passa as informações para Jonas e este com sua habilidade de showman, faz a platéia
acreditar que ele tem o poder da cura ao apontar os problemas de determinada
pessoa. O golpe se complica em uma pequena cidade onde o xerife (Liam Neeson)
quer proibir o culto, sem contar que Jonas fica atraído pela bela e totalmente
descrente Marva (Lolita Davidovich).
O filme é uma sátira aos picaretas que se
aproveitam da fé das pessoas desesperadas, funcionando em boa parte da trama,
principalmente pela inspirada atuação de Steve Martin. O problema do roteiro
surge na parte final, quando um milagre verdadeiro ocorre e mexe com a
consciência dos envolvidos, fato escolhido provavelmente para amenizar a
crítica a este tipo de igreja e mostrar que todos podem mudar. Pela proposta
inicial que rende algumas boas risadas, este escorregão para o politicamente
correto não foi a melhor solução.
2 comentários:
O Fé Demais Não Cheira Bem vai para minha lista de filmes a ver.
Kleiton - É um filme divertido até certo ponto.
Abraço
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