Direção – Kathryn
Bigelow
Elenco –
Jessica Chastain, Jason Clarke, Kyle Chandler, Mark Strong, Jennifer Ehle, James
Gandolfini, Edgar Ramirez, Harold Perrineau, Fares Fares, Joel Edgerton, Mark
Duplass, Fredric Lehne, Stephen Dillane.
Após vencer o Oscar com “Guerra ao Terror”, a diretora
Kathryn Bigelow volta a mexer na ferida aberta com os atentados de 11 de
Setembro, para desta vez contar a história da caçada a Osama Bin Laden.
A
história começa em 2003, quando a agente da CIA Maya (Jessica Chastain) chega
ao Paquistão para trabalhar com outro agente, Dan (Jason Clarke), que capturou
um integrante da Al Qaeda e o está interrogando. Na verdade, Dan está
torturando o sujeito, fato que a princípio assusta a novata Maya, mas que ela não
deixa transparecer. O torturado acaba revelando o nome de Abu Ahmed, que passa
a ser considerado a ligação de Bin Laden com o mundo, porém o problema é que
ninguém sabe exatamente quem é este sujeito.
Nos oito anos seguintes, Maya se dedicará
a tentar descobrir quem é e onde está Abu Ahmed, numa investigação minuciosa,
onde aparecerão inúmeras pistas, sendo que várias delas não levarão a lugar
algum, muitos personagens surgirão e várias mortes ocorrerão até que ela
consiga chegar ao terrorista e consequentemente descobrir onde Bin Laden está
escondido.
Alguns críticos americanos consideraram que o filme faz apologia a
tortura, o que na minha visão é exatamente o contrário. As cenas de tortura
mostradas aqui são o espelho do que realmente ocorreu após 11 de Setembro. Os
escândalos de Abu Ghraib e Guantanamo confirmam as torturas, o que transforma a
escolha da diretora Kathryn Bigelow em um ato corajoso ao não jogar para
debaixo do tapete estes fatos, que nas mãos de outro cineasta poderiam ser
ignorados, dando ênfase apenas ao “heroísmo americano”.
O roteiro do jornalista
Mark Boal, vencedor o Oscar por “Guerra ao Terror”, está perfeito ao escancarar
a hipocrisia e as mentiras do governo americano, fato demonstrado com clareza
numa cena em que os agentes da CIA assistem na tv o Presidente Obama dizendo
que os Estados Unidos não utilizam a tortura.
Apesar dos muitos personagens, o
elenco tem como ponto principal a atuação de Jessica Chastain, que teve aqui
seu primeiro papel como protagonista e aproveitou a chance com uma bela
interpretação. Ela acerta na atuação desde a cena inicial, quando esconde o
constrangimento para mostrar ser uma profissional, depois durante o filme vemos
uma transformação da novata idealista e ambiciosa em alguém que procura vingança
e está obcecada em atingir seu objetivo, deixando completamente de lado sua
vida pessoal. A cena final é perfeita, ela mostra ao mesmo tempo a personagem
se emocionando em saber que conseguiu o que queria, mas percebendo que por
outro lado sua vida está vazia.
3 comentários:
Estou louco para ver esse filme. "Guerra ao Terror" não me agradou, infelizmente, mas esse longa tem tudo para inverter a minha opinião à respeito de sua diretora. Tá na minha lista para ser visto em breve.
abraço
marcelokeiser.blogspot.com.br
Gostei do filme e concordo sobre o destaque da protagonista.
abs
Marcelo - São dois filmes muitos bons, mas ainda considero "Guerra ao Terror" um pouco melhor.
Renato - A atriz aproveitou a chance.
Abraço
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