quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Era da Estupidez

A Era da Estupidez (The Age of Stupid, Inglaterra, 2009) – Nota 7
Direção – Franny Armstrong
Elenco – Pete Postlethwaite

Esta produção mistura ficção e documentário para novamente alertar o público sobre o perigo do aquecimento global. A diretora Franny Armstrong é uma ativista que comandou esta obra para ser utilizada como propaganda na luta contra a diminuição da emissão de gases na atmosfera. O documentário foi lançado pouco tempo antes do Congresso da ONU sobre Mudança de Clima que seria realizado em Copenhagen na Dinamarca em 2009. 

O filme coloca o ator Pete Postlethwaite (falecido em 2011) em 2055 quando a Terra foi devastada pela natureza, com seu personagem vivendo num prédio futurista que se tornou um arquivo mundial com imagens do que foi o planeta antes da tragédia. Ele utiliza um painel para ver imagens da atualidade que mostram depoimentos de vários personagens ligados ao meio ambiente, tanto para o bem, quanto para o mal. Neste ponto surge o documentário real, onde conheceremos os personagens. 

O primeiro é um velho guia turístico francês que vive aos pés do pico Mont Blanc e que vê o gelo do local diminuir ano após ano. Temos um cientista que perdeu tudo com a passagem do Furação Katrina por New Orleans e que por ironia do destino, fez toda sua carreira como funcionário da Shell, umas das petrolíferas que mais prejudicam o meio ambiente. Conhecemos ainda as ideias distorcidas de um empresário indiano dono de uma empresa aérea que ele considera popular. Em contrapartida, é triste ver a luta de um especialista em energia eólica que vê seu sonho de implantar energia limpa e renovável desmoronar na Inglaterra por culpa de parte da população de uma região que não quer perder a bela vista, que no pensamento deles seria estragada pelas hélices e os balões da estrutura do projeto. Além disso, o documentário foca ainda a vida de crianças iraquianas refugiadas na Jordânia e a destruição causada pela Shell com a conivência do governo nigeriano no interior do país. 

Para muitos, o documentário pode parecer alarmante e exagerado, mas analisando com os pés no chão, a apresentação está bem próxima da realidade, deixando claro que as tragédias pontuais que ocorrem hoje são culpa do homem e que estas situações podem ocorrer numa escala maior e bem mais perigosa se a forma como as empresas, os governos e as pessoas comuns não mudarem hoje o pensamento e as atitudes. 

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