Publico agora a parte final da lista de adaptações ruins baseadas em Stephen King.
O amigo Clênio do blog
"Um Filme Por Dia" citou que "O Apanhador de Sonhos" merece estar na lista, porém como é este filme foi uma grande produção, com elenco de astros e dirigida por Lawrence Kasdan que tem uma boa carreira, deixarei para comentá-lo em uma postagem posterior.
Meu foco aqui está principalmente em produções B baseadas em King.
Comboio do Terror (Maximum Overdrive, EUA, 1986) – Nota 4
Direção –
Stephen King
Elenco –
Emilio Estevez, Laura Harrington, Pat Hingle, Yeardley Smith.
Após um cometa passar pela Terra, as máquinas enlouquecem e
começam a funcionar sozinhas atacando os seres humanos. Um grupo de pessoas
consegue se esconder num mercadinho em um posto de gasolina no meio da estrada,
porém além de se defender das máquinas, precisam também conseguir se unir para
tentar sobreviver.
Este filme absurdo é provavelmente a pior adaptação de uma
história de Stephen King para o cinema, tendo sido ainda a única aventura do
escritor na direção e pelo resultado acredito que o próprio King tenha aceitado
que o filme é ruim. O roteiro usa como gancho a passagem real do Cometa Haley
pelo planeta no mesmo ano da produção, mas isso não ajuda em nada a realização.
É curioso ver todo tipo de objeto atacando as pessoas, inclusive alguns
caminhões que ficam rodeando o local onde elas estão escondidas. Numa década em
que os filmes de terror estavam no auge, este longa ficou marcado apenas pela
presença de King na direção.
A Criatura do Cemitério (Graveyard
Shift, EUA, 1990) – Nota 4
Direção – Ralph S. Singleton
Elenco –
David Andrews, Kelly Wolf, Brad Dourif, Stephen Macht, Andrew Divoff, Vic
Polizos.
John (Davei Andrews) é contratado para trabalhar numa
decadente tecelagem e logo é obrigado pelo supervisor (Stephen Macht)
a fazer hora extra no turno da noite junto com outros funcionários para limpar
os porões da fábrica. Assim que os funcionários vão desbravando o abandonado
subsolo do local, eles passam a ser atacados por estranhas criaturas.
Este
longa é com certeza uma das mais fracas adaptações de Stephen King, começando
pela tradução do título, que no original seria o “Turno da Noite”, porém a
distribuidora tentando lucrar na cola de “O Cemitério Maldito”, inseriu um
cemitério no título que sequer existe na trama. O início do longa tem até um
clima estranho quando os personagens começam a andar pelo subsolo da fábrica,
mas logo o roteiro confuso e os personagens pessimamente desenvolvidos colocam
tudo a perder. Talvez o único destaque do elenco seja a participação do
sinistro Brad Dourif, figura carimbado do cinema de terror, interpretando um
exterminador de ratos.
Às Vezes Eles Voltam (Sometimes They Come Back, EUA, 1991) –
Nota 6
Direção –
Tom McLoughlin
Elenco –
Tim Matheson, Brooke Adams, Robert Rusler, Nicholas Sadler, Bentley Mitchum,
William Sanderson, Robert Hy Gorman, Chris Demetral.
O professor Jim Norman (Tim Matheson) volta para sua cidade
natal com a esposa Sally (Brooke Adams) e um filho pequeno Scott (Robert Hy
Gorman) após enfrentar problemas emocionais na escola onde trabalhava em
Chicago. Jim acredita que voltando ao local onde passou a infância, ele possa
superar o trauma do assassinato do irmão ocorrido quando os dois eram crianças.
Trabalhando numa nova escola, a princípio Jim precisa encarar a dificuldade
normal de lidar com uma classe de adolescentes, porém sua vida fica ainda mais
difícil quando ele começa a ter pesadelos sobre o passado e os assassinos de
seu irmão que estavam mortos voltam do além para acertar as contas.
Esta produção para tv ao mesmo tempo em que cria um
interessante clima de suspense e desespero na vida do professor, falha no
roteiro que apresenta inúmeros furos e situações mal explicadas. A premissa
tinha potencial para um filme melhor, inclusive envolvendo temas como vida após
a morte e a defesa da família.
Tommyknockers
– Tranquem as Portas (The Tommyknockers, EUA, 1993) – Nota 4
Direção –
John Power
Elenco –
Jimmy Smits, Marg Helgenberger, John Ashton, Traci Lords, E. G. Marshall,
Robert Carradine, Annie Corley, Joanna Cassidy, Cliff De Young, Allyce Beasley
Na pequena cidade de Haven, Roberta (Marg Helgenberger)
encontra algo não identificado enterrado em seu quintal e com a ajuda de outras pessoas
começa a cavar. Logo, os moradores da cidade passam a agir de forma estranha,
sem saber que estão sendo possuídos por uma espécie de entidade. O escritor
alcoólatra Jim Gardner (Jimmy Smits) é um dos poucos que não é afetado pelo
problema, podendo ser a chave para entender o que está ocorrendo.
Este suspense
produzido para a tv é outra fraquíssima adaptação de Stephen King. Apesar de
algumas cenas de suspense bem filmadas e o elenco de rostos conhecidos, o
roteiro é pobre, além de estar preso as limitações das produções para tv.
Sonâmbulos
(Sleepwalkers, EUA, 1992) – Nota 5
Direção –
Mick Garris
Elenco –
Brian Krause, Madchen Amick, Alice Krige, Cindy Pickett, Lyman Ward, Ron
Perlman.
Mary (Alice Krige) e seu jovem filho Charles (Brian Krause)
são os últimos de uma raça que conseguem se transformar fisicamente quando
precisam atacar alguém para conseguir alimentos. Os alimentos são o sangue de
garotas virgens. Eles vivem se escondendo e sempre procurando uma próxima
vítima. Quando mudam para uma nova cidade, Charles se envolve com a bela Tanya
(Madchen Amick) e fica dividido entre utilizar a jovem como alimento ou seguir
com o romance, fato que o fará entrar em conflito com sua mãe.
O longa tem uma história clássica de amor impossível misturada com uma trama de horror, o que é basicamente interessante, porém a
realização não é das melhores. O diretor Mick Garris é especialista em
trabalhos para tv, tendo inclusive comandando a boa minissérie “A Dança da
Morte”, também baseada em King, mas aqui nesta incursão ao cinema a parceria não
funcionou. Para piorar, o elenco é muito ruim. Brian Krause e Alice Krige são
canastrões e a bela Madchen Amick que apareceu na série “Twin Peaks” também é
muito fraca.
O filme vale apenas por duas curiosidades. A primeira é que Cindy
Pickett e Lyman Ward que interpretam os pais da personagem de Madchen Amick,
anos antes foram também os país de Ferris Bueller no clássico “Curtindo a Vida
Adoidado”. E a segunda é a participação
de diretores como Joe Dante, John Landis e Clive Barker que aparecem em pontas
no filme.