quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Tudo Sobre Minha Mãe

Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre Mi Madre, Espanha / França, 1999) – Nota 7,5
Direção – Pedro Almodovar
Elenco – Cecilia Roth, Marisa Paredes, Candela Peña, Antonia San Juan, Penelope Cruz, Rosa Maria Sardá, Fernando Fernan Gomez, Fernando Guillen, Eloy Azorin. 

Manuela (Cecilia Roth) é mãe do jovem Esteban (Eloy Azorin), que deseja ser escritor e por este motivo registra tudo sobre seu relacionamento com a mãe. Quando eles vão assistir a uma peça de teatro no aniversário de Esteban, um acidente ocorre quando o garoto deseja pegar o autógrafo da atriz principal da peça, Huma Rojo (Marisa Paredes) e ele acaba falecendo. 

Sem saber o que fazer da vida, Manuela decide ir embora de Madrid e voltar para Barcelona, onde tenta reencontrar o pai do seu filho. Manuela acaba reencontrando um amigo, o travesti Agrado (Antonia San Juan) e se envolve na vida da freira Rosa (Penelope Cruz), que passa por um momento difícil. Além disso, Manuela também se aproxima da atriz Huma e descobrirá que o sucesso na carreira não é garantia de felicidade. 

Não sou fã de novelas, considero um tipo de programa ultrapassado que tem objetivos comerciais no pior sentido possível, que são conseguir audiência, vender produtos e ditar moda, sem contar que os dramas são exagerados e na maioria das vezes difundem a ideia de que o mundo é dividido entre o bem e o mal, sem meio termo. 

Comentei este fato para citar que o cinema de Almodovar bebe na fonte dos dramalhões das novelas, porém sua habilidade em desenvolver personagens, muitas vezes bizarros e sintetizar interessantes histórias de vida em pouco menos de duas horas é digna de aplausos. 

A trama de “Tudo Sobre Minha Mãe” seria uma novela das piores nas mãos de um canal de tv, porém Almodovar consegue entreter o público de cinema mostrando gravidez indesejada, conflitos entre mãe e filha, drogas, doenças e tragédias de uma forma peculiar e original. 

Neste filme vale ainda destacar as belas atuações de Marisa Paredes, da argentina Cecilia Roth e de Antonia San Juan interpretando um travesti. 

4 comentários:

Gonga disse...

Concordo ctg, um tipico filme de almodovar com as suas frikys personagens

Gilberto Carlos disse...

Ola, Hugo. Recebi o selo Programa de incentivo à leitura e o concedo a você. Vá lá no Gilberto Cinema e confira. Abraços.

Amanda Aouad disse...

Tudo Sobre Minha Mãe foi o primeiro filme de Almodovar que assisti. Então, tenho um carinho especial, hehe. É bem a cara dele mesmo, com sua visão de mundo particular.

P.S. Agora não seja tão cruel com as telenovelas, algumas tem qualidades e nem todas seguem o maniqueísmo clássico de bem e mal, ou o melodrama mais exacerbado. E não deixa de ser uma fonte cultural do país, com suas peculiaridades e problemas, verdade, mas também com algumas qualidades. Não acho que só sirva para vender produtos, ainda que este seja o objetivo principal de qualquer forma industrial, inclusive dos filmes. Ou vai dizer que a base das bilheterias de Hollywood não é a venda de produtos?

bjs

Hugo disse...

Gonga - Totalmente Almodovar.

Gilberto - Obrigado pela lembrança, passarei no seu blog para pegar o selo.

Amanda - Não tive a intenção, mas acredito que fiz você ficar brava...rs

Concordo que as produções de Hollywood também buscam o lucro na venda de produtos e quinquilharias, mas vejo uma diferença fundamental em relação as novelas.

Um filme por mais comercial que seja, é uma sessão em torno de duas horas. É um tempo curto para "fazer a cabeça" do espectador. Enquanto isso as novelas martelam seus dogmas na cabeça do espectador seis dias por semana.

Além disso, no Brasil um filme de sucesso chega a 500 mil espectadores em média, alguns casos extraordinários chegam a um milhão. Já as novelas tem milhões de espectadores diariamente.

Por isso eu entendo que as novelas no Brasil influenciam muito mais as pessoas do que o cinema, quase sempre de uma forma ruim.

Abraço