Direção –
Robert Redford
Elenco –
James McAvoy, Robin Wright, Kevin Kline, Tom Wilkinson, Evan Rachel Wood,
Justin Long, Danny Huston, Colm Meaney, James Badge Dale, Alexis Bledel, Norman
Reedus, Johnny Simmons, Toby Kebbell, Stephen Root, David Andrews, Chris Bauer,
Jim True Frost, Shea Whigham.
Quando o presidente Abraham Lincoln é assassinado em 1865, os
militares rapidamente prendem um grupo de homens acusados do crime e uma
mulher, Mary Surratt (Robin Wright), a dona da pensão onde os conspiradores se
encontravam. O advogado indicado para defender Mary é o senador sulista Reverdy
Johnson (Tom Wilkinson), que na primeira sessão percebe que a mulher está
praticamente condenada.
Como os conspiradores eram do sul dos Estados Unidos e
assassinaram Lincoln por causa da unificação do país, Reverdey acreditava que
sua defesa seria vista como um afronta ao governo e por isso Mary não teria
chances. Ele praticamente obriga o jovem advogado Frederick Aiken (James
McAvoy) a defender a mulher. Aiken era um herói da guerra e por este fato
poucos entendiam porque ele aceitou defender uma mulher acusada de conspirar
contra o país. Mesmo não acreditando em Mary de início, Aiken decide fazer seu
melhor e logo descobre que a verdade não é tão clara como parece, fato que
transforma sua luta em algo pessoal.
O astro Robert Redford sempre foi um
sujeito politicamente ativo, tendo abordado uma questão social no quase
esquecido “Rebelião em Milagro” e por outras duas vezes tocado em questões que mostram
uma América bem diferente do país que se conclama defensor da justiça. Em “Quiz
Show” ele dissecou um dos maiores escândalos da tv americana, fato ocorrido
numa época em que o público acreditava muito mais na tv do que nos dias atuais. Em 2007 ele abordou a política de guerra do presidente Bush no pouco visto
“Leões e Cordeiros”, que mesmo não sendo um grande filme, solta farpas contra o
governo, o exército e a mídia.
Neste “Conspiração Americana”, Redford foi
buscar a história nos bastidores de um dos fatos mais conhecidos do país, o
assassinato de Lincoln, porém seu foco estava voltado para o julgamento de
cartas marcadas comandado pelo governo, manipulado pelo Secretário de Defesa
vivido por Kevin Kline, que pode ser comparado com as atitudes de Bush durante
as invasões ao Iraque e Afeganistão. Nos dois casos existe um discurso
semelhante, utilizando frases como “defender a segurança do país” e “o fato
precisa servir de exemplo”, além do filme mostrar os presos detidos em péssimas
condições (igual Guantanamo), o julgamento militar e a atitude do personagem de
Aiken, que deseja defender as liberdades individuais que foram suprimidas no
caso dos suspeitos e também distorcidas nas ações do governo Bush.
O filme em si é
até frio em alguns momentos e com um excesso de diálogos, mas vale por colocar
em discussão a questão de quando a justiça na realidade se torna vingança.
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