O diretor Victor Salva tem como trabalho mais conhecido o terror "Olhos Famintos", que fez razoável sucesso, inclusive resultando em uma sequência. A carreira de Salva começou com outro filme de terror B chamado "Palhaço Assassino", produzido em 1989 por Roman Coppola (filho de Francis Ford Coppola), que tinha no elenco um ainda desconhecido Sam Rockwell.
Mais do que o filme, o que chamou a atenção foi a acusação de abuso sexual de um adolescente que participou do filme e que levou o diretor para a cadeia por um ano. Após cumprir a pena, de forma surpreendente Salva conseguiu uma nova chance no cinema e comandou o curioso suspense "Maus Companheiros" que tinha os canastrões Lance Henriksen e Eric Roberts como protagonistas. O filme reabriu de vez as portas do cinema para o diretor.
Nesta postagem comentou dois trabalhos posteriores do diretor, que tem como pontos em comum as histórias sobre superação com toques de fantasia.
Poder Além da Vida (Peaceful Warrior, Alemanha / EUA, 2006)
– Nota 5,5
Direção – Victor Salva
Elenco – Scott Mechlowicz, Nick Nolte, Amy Smart, Tim Dekay,
Ashton Holmes, Paul Wesley.
Dan Millman (Scott Mechlowicz) é um ginasta da equipe da
universidade de Berkeley que treina duro sonhando com a medalha de ouro
olímpica. Além das dificuldades do treinamento e da competição com outros
ginastas da equipe, com quem tem uma relação complicada, Dan não consegue
dormir direito e sofre com pesadelos. Numa certa noite, ele vai até uma simples
loja de conveniência em um posto de gasolina e fica surpreendido com uma
atitude do velho atendente que gosta de filosofar, a quem ele passa a chamar ironicamente
de Socrates (Nick Nolte). A curiosidade com as palavras do sujeito faz Dan
voltar várias noites ao local, criando uma estranha relação que influenciará
fortemente em suas decisões de vida.
Baseado em um livro escrito pelo
verdadeiro Dan Millman, este longa é enganador como um livro de autoajuda. A
história se diz inspirada em fatos reais, porém claramente utiliza detalhes da
vida do escritor para criar uma fábula repleta de frases de efeito e filosofia
barata saídas da boca de um personagem inusitado, o veterano interpretado por
Nick Nolte.
A enganação que cito é o sentimento que os livros de autoajuda
tentam criar nas pessoas que precisam de uma palavra amiga ou de um conselho e que
acabam acreditando ter descoberto a melhor forma de viver por causa de algumas
frases genéricas. O filme é a mesma coisa, deixa a impressão de ser bom, mas é totalmente
genérico, utilizando este tipo de frase, criando alguns momentos de crise e
outros de superação e brincando com o inexplicável, porém de uma forma mais
falsa do que uma nota de três reais.
Energia
Pura (Powder, EUA, 1995) – Nota 7
Direção –
Victor Salva
Elenco –
Mary Steenburgen, Sean Patrick Flanery, Lance Henriksen, Jeff Goldblum, Brandon
Smith, Ray Wise.
Numa
fazenda na área rural de uma cidade do oeste americano, o xerife Barnum (Lance
Henrkisen) encontra o velho proprietário morto e surpreendentemente um jovem
(Sean Patrick Flanery) morando no porão da casa. O jovem chamado Jeremy é neto
do falecido, que morou por toda vida escondido em seu quarto e em contato com o
mundo apenas através dos livros.
Jeremy é albino, não tem pelos no corpo e foi abandonado pelo pai após nascer por causa da morte da mãe durante o parto. Levado para um orfanato aos cuidados da assistente social Jessie (Mary Steenburgen), a princípio Jeremy sofre preconceito dos outros garotos por causa de sua aparência, porém um estranho dom que envolve eletricidade chama a atenção de um professor (Jeff Goldblum).
Jeremy é albino, não tem pelos no corpo e foi abandonado pelo pai após nascer por causa da morte da mãe durante o parto. Levado para um orfanato aos cuidados da assistente social Jessie (Mary Steenburgen), a princípio Jeremy sofre preconceito dos outros garotos por causa de sua aparência, porém um estranho dom que envolve eletricidade chama a atenção de um professor (Jeff Goldblum).
O sensível roteiro escrito pelo próprio
diretor Victor Salva mistura drama com pitadas de ficção para contar uma
história sobre preconceito. O medo em relação ao diferente é o ponto principal
da trama. Os destaques do elenco ficam para Sean Patrick Flanery como o estranho
protagonista e para a sempre competente Mary Steenburgen novamente interpretando uma personagem
sensível.
2 comentários:
Também acho Energia Pura um filme decente.
Cumps.
Gustavo - O outro filme é indicado apenas para os fãs de autoajuda.
Abraço
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