Deus e o Diabo na Terra do Sol (Brasil, 1964) – Nota 7
Direção – Glauber Rocha
Elenco – Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos,
Maurício do Valle, Lídio Silva, Sonia dos Humildes.
No sertão nordestino, o vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey) se
revolta ao ser enganado por um fazendeiro e termina por matar o sujeito. Para
fugir da perseguição da polícia e dos capangas do fazendeiro, Manuel e sua
esposa Rosa (Yoná Magalhães) se juntam a um grupo de religiosos liderado por
Sebastião (Lídio Silva) e posteriormente ao bando de cangaceiros comandado por
Corisco (Othon Bastos), onde serão obrigados a enfrentar o assassino Antônio
das Mortes (Maurício do Valle), que fora enviado para matá-los.
Considerado
pelos críticos como a obra prima de Glauber Rocha, este trabalho me parece
superestimado, não que seja ruim, mas está longe de ser tão sensacional como
muitos comentam.
O ponto principal é o roteiro que não poupa críticas a
religião, a vida dura do povo do sertão utilizado como massa de manobra e aos
fazendeiros conhecidos como coronéis.
É interessante também enfatizar a
dualidade da trama, onde Deus e o Diabo se confundem, temos o religioso que domina
o povo, ao mesmo em que o violento cangaceiro protege seus homens.
O que me
desagradou foi o estilo teatral das interpretações, que se mostram discursivas
e exageradas, a narrativa lenta cheia de maneirismos, além das cenas de
violência quase amadoras.
É o primeiro filme de Glauber Rocha que assisto, não
tenho ainda como comparar com seus outros trabalhos, mas a princípio fiquei com
a impressão de que seu talento era muito melhor como roteirista do que diretor.
4 comentários:
esse filme é maravilhoso. beijos, pedrita
Pedrita - Gostei, mas nem tanto.
Bjos
Nem diria que o talento era como roteirista, mas como pensador de cinema. Sempre achei que Glauber encantava mais pelos pensamentos dele que pelas obras em si. Mas, no caso de Deus e o Diabo, tendo a discordar, gosto muito do filme. É autêntico em sua construção de ópera do sertão, então, a interpretação teatral que você aponta, cabe aqui. E há cenas muito bem construídas como a cena em que Manuel vai até o Beato, ou o beijo no sertão. Fora a cena final.
bjs
Amanda - Pode discordar, não tem problema algum. Realmente as ideias de Glauber neste filme são extremamente interessantes, mas como gosto pessoal, o estilo teatral das interpretações não me agradou.
Vou procurar assistir outros filmes de Glauber para entender melhor seu estilo.
Bjos
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