sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cinema, Aspirinas e Urubus

Cinema, Aspirinas e Urubus (Brasil, 2005) – Nota 8
Direção – Marcelo Gomes
Elenco – Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes, Osvaldo Mil, Irandhir Santos.

Em 1942, em meio a Segunda Guerra Mundial, o alemão Johann (Peter Ketnath) viaja pelas cidades do sertão nordestino em um pequeno caminhão vendendo a novidade da medicina na época, aspirinas. Para vender o produto, a cada nova cidade que visita, Johann monta uma tela de cinema ao ar livre onde passa cenas da cidade de São Paulo para impressionar os humildes moradores e também propagandas do produto. 

Acostumado a dar caronas para diversas pessoas pelas estradas isoladas, Johann acaba contratando como ajudante o falante Ranulpho (João Miguel), um morador da região que deseja ir para Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor. A convivência entre os dois sujeitos de personalidades e culturas completamente diferentes, resulta em um inusitado laço de amizade. 

Este road movie no agreste brasileiro foi uma agradável surpresa, principalmente pela química entre a dupla de protagonistas e pelo triste retrato de uma região abandonada pelos governantes, fato que infelizmente mudou pouco setenta anos depois. 

O bom roteiro pontua a trama com as notícias da guerra através do rádio, o grande meio de comunicação da época. 

Outro ponto positivo são os personagens que surgem na tela, como o “coronel” vivido pos Oswaldo Mil e a jovem Jovelina interpretada com frescor pela ótima Hermila Guedes. 

É interessante notar a forma como são desenvolvidos os dois personagens principais. O alemão de Peter Ketnath trata todos com igualdade, sem preconceitos com os mais humildes, enquanto o personagem de João Miguel é crítico em relação as pessoas da sua região, de uma forma como se ele não fizesse parte daquilo. 

O resultado é um belíssimo filme. 

3 comentários:

Pedrita disse...

esse filme é nota dez. perfeito. inesquecível. beijos, pedrita

Gustavo disse...

Bonito filme. Foi a primeira vez que vi João Miguel e Hermila Guedes.

Hugo disse...

Pedrita - É um filme simples e belo.

Gustavo - Os dois conseguiram se firmar na carreira.

Abraço