terça-feira, 1 de outubro de 2013

Cinturão Vermelho

Cinturão Vermelho (Redbelt, EUA, 2008) – Nota 7,5
Direção – David Mamet
Elenco – Chiwetel Ejiofor, Tim Allen, Alice Braga, Emily Mortimer, Jose Pablo Cantillo, Max Martini, Rodrigo Santoro, Ricky Jay, David Paymer, Joe Mantegna, Cathy Cahlin Ryan, Cyril Takayama, Randy Couture, John Machado, Rebecca Pidgeon, Jennifer Grey, Ray “Boom Boom” Mancini, Ed O’Neill, Matt Malloy, Vincent Guastaferro.

Mike Terry (Chiwetel Ejiofor) é o dono de uma academia de jiu-jitsu em Los Angeles que passa por dificuldades financeiras. Sua esposa é a brasileira Sondra (Alice Braga), que tem um negócio de confecção de roupas e que cobra o marido que não se preocupa com dinheiro. Mike não aceita lutar profissionalmente, prefere passar seu conhecimento da luta para os alunos, seguindo sempre seus preceitos de forma inflexível. 

Quando por acaso Mike salva o famoso ator Chet Frank (Tim Allen) que estava tomando uma surra em um bar, sua vida parece mudar. Chet convida Mike para auxiliar nas cenas de ação de seu novo filme, enquanto a esposa do ator (Rebecca Pidgeon) oferece uma sociedade no negócio de Sondra. O que parecia ser uma chance na vida de Mike, logo se transforma num emaranhado de mentiras. 

Consta que o diretor e roteirista David Mamet é praticante do jiu-jitsu e com o crescimento deste tipo de luta, juntamente com o MMA, ele decidiu escrever esta trama que chega a ser rocambolesca, mas que no fundo tem o objetivo de mostrar que o jiu-jitsu nasceu como uma filosofia de vida, bem diferente do lucrativo negócio que se transformou. 

O personagem de Ejiofor pode ser comparado como o sujeito que nos dias atuais tenta sobreviver vendendo discos de vinil, mantendo a integridade daquilo que considera correto, porém é mal visto pela sociedade, como uma peça de museu que serve apenas para relembrar um tempo que passou. O personagem é discriminado pelos irmãos da esposa (Rodrigo Santoro e John Machado) que são profissionais da luta, onde vitória ou derrota não significam nada, o que vale é o lucro. 

O elenco recheado de famosos é muito bom, com destaque para advogada traumatizada de Emily Mortimer e o policial atormentado vivido pelo desconhecido Max Martini. Alice Braga tem um papel importante e Rodrigo Santoro aparece pouco.

Como curiosidade, em uma cena o personagem de Randy Couture (que além de ator também é lutador) declara que o boxe está morto e que o MMA é a realidade. A afirmação tem toda a razão, até os anos noventa o boxe era a atração principal para quem gosta de esportes violentos, tendo sido superado pelo MMA na última década, esporte que se tornou o preferido deste público e que junto trouxe as apostas milionárias e as lutas arranjadas, fatos que sempre marcaram da pior forma possível o boxe e hoje marcam o MMA. 

O filme deixa algumas pontas em aberto na complicada trama, mas o roteiro crítico quanto a ganância e a simbólica sequência final transformam o trabalho de Mamet em um interessante longa, mas profundo do que aparenta. 

3 comentários:

Suzane Weck disse...

Ola Hugo,não vi este filme ainda,mas depois de ler tua resenha achei bem interessante e já esta na minha lista dos que TENHO de ver até o fim do mes.Meu abraço.SU

Gilberto Carlos disse...

Gostei desse filme, especialmente pelas participações dos brasileiros Alice Braga e Rodrigo Santoro.

Hugo disse...

Suzane - Valeu pela visita.

Gilberto - O papel de Alice Braga é ainda mais importante do que Santoro.

Abraço