Amor (Amour, França / Alemanha / Áustria, 2012) – Nota 8,5
Direção – Michael Haneke
Elenco –
Jean Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Hupert, Alexandre Tharaud,
William Shimell.
O austríaco Michael Haneke é um dos cineastas mais originais
surgidos nos últimos vinte anos. Ele que tinha uma carreira na tv desde os anos
setenta, chamou atenção de crítica e público em 1997 com o assustador “Violência
Gratuita”. A partir daí seguiu uma carreira consistente com filmes marcantes
como “A Fita Branca”, “Caché” e “A Professora de Piano”. Uma de suas marcas são
as cenas silenciosas, onde pequenos detalhes como um gesto ou olhar tem
importância crucial para entender o contexto.
Neste novo longa que venceu a
Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Filme Estrangeiro, Haneke situa praticamente
toda a história dentro de um velho apartamento em Paris onde vive o casal de
idosos Georges (Jean Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), dois músicos
aposentados. O casal que vive junto há décadas, vê seu mundo virar de ponta
cabeça quando Anne sofre um derrame que a deixa com sequelas. A esperança de
melhora que surge logo após o problema, se transforma em agonia e tristeza com
o passar do tempo, com Georges fazendo de tudo para dar algum conforto a
esposa, que infelizmente definha aos poucos.
O roteiro do próprio Haneke mostra
uma realidade que todos temos de medo de enfrentar, as doenças que podem surgir
com a velhice e como isso afeta os parceiros. Aqui mesmo tendo como
protagonistas um casal que se ama e se respeita, as dificuldades enfrentadas
pelo marido são dolorosas, não apenas a questão de ver a mulher amada sofrendo,
mas também a difícil relação com a filha (Isabelle Hupert), que questiona o
tratamento mesmo sem saber o que poderia fazer de diferente. Outra cena
marcante é a discussão com a enfermeira, que nos faz pensar como muitas pessoas
acreditam que ser profissional é mais importante do que pensar no lado humano.
Não se pode deixar de destacar o ótimo casal principal. Os octogenários Jean
Louis Trintignant e Emmanuelle Riva tem grandes atuações, inclusive com Riva sendo
indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Por outro lado, Trintignant que foi um dos
maiores atores franceses dos anos sessenta e setenta, estava afastado das telas
há quase uma década.
O resultado é um realista e doloroso drama.
2 comentários:
Ah, esse filme... Tenho que assistir... *.*
Eu acho que esse poster consegue expressar muito da angustia dos personagens. E seu texto só reforça ainda mais a sensibilidade do filme. :)
Bjs ;)
Ana - É angustiante por ser realista.
Bjos
Postar um comentário