sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Produções B Filmadas na Amazônia

A Amazônia já serviu de cenário para diversos filmes como "Amazônia em Chamas", "O Curandeiro das Selvas", "Anaconda" e "Brincando nos Campos do Senhor".

Nesta postagem eu comento sobre cinco produções B filmadas na região, todos longas esquecidos ou pouco conhecidos pelo público.

A Floresta de Esmeraldas (The Emerald Forest, Inglaterra, 1985) – Nota 7
Direção – John Boorman
Elenco – Powers Boothe, Meg Foster, Charley Boorman, Dira Paes, Estee Chandler, Eduardo Conde, Átila Iório, Gracindo Júnior.

O engenheiro Bill Markham (Powrs Boothe) trabalha na construção de uma hidrelétrica na Amazônia quando seu filho Tommy é sequestrado por índios. Durante dez anos, Bill procura seu filho visitando tribos isoladas em lugares remotos da Amazônia. O destino faz com que ele encontre seu filho já adolescente (Charley Boorman), vivendo agora como um índio loiro adotado pelo chefe da tribo. Tommy se nega a voltar com o pai, pois seu povo está em guerra como outra tribo extremamente violenta e canibal. 

A trama fantasiosa foi detonada pela crítica e transformou o filme no maior fracasso da carreira do diretor inglês John Boorman (“Excalibur”, “Inferno no Pacífico”). Uma das críticas principais também foi pela escolha de seu filho Charley Boorman para o papel do jovem índio. Apesar da trama fora do normal, o filme é interessante, o roteiro trabalha a clássica relação conflituosa entre pai e filho, lembrando um pouco a história de “Tarzan”. Outros pontos positivos são a fotografia que explora as belezas da floresta amazônica e as boas cenas de ação e violência. Vale destacar os vários brasileiros em papéis de coadjuvante, inclusive uma ainda adolescente Dira Paes. 

Selva Viva (Where the River Runs Black, EUA, 1986) – Nota 6
Direção – Christopher Cain
Elenco – Charles Durning, Peter Horton, Chico Diaz, Alessandro Rabelo, Ajay Naidu, Castulo Guerra, Dana Delany, Conchata Ferrell, Divana Brandão.

O menino Lazaro (Alessandro Rabelo) tem sua mãe assassinada por garimpeiros e é jogado no rio, porém é salvo por um boto. Em seguida, o garoto é levado para um orfanato em Belém que é comandado pelo velho padre O’Reilly (Charles Durning). O padre sabe que o garoto é fruto da relação de outro padre (Peter Horton) com uma mulher da região (Divana Brandão). Mesmo muito jovem, Lazaro deseja se vingar dos assassinos da mãe e voltar para selva. 

Com um bom elenco de americanos e com apoio do brasileiro Chico Diaz, está produção explora bem os cenários de Belém do Pará e da Amazônia para contar uma história que utiliza partes de lendas como a do boto e da mulher-águia. 

O diretor Christopher Cain era promissor nos anos oitenta, tendo feito bons filmes como “A Força da Inocência”, porém se perdeu nos anos noventa em produção fracas.  

O Rio da Morte (River of Death, EUA, 1989) – Nota 5
Direção – Steve Carver
Elenco – Michael Dudikoff, Donald Pleasence, Robert Vaughn, Herbert Lom, L. Q. Jones, Cynthia Earland, Sarah Maur Thorp.

O mercenário Hamilton (Michael Dudikoff) lidera uma expedição pelo rio Amazonas em busca de uma cidade perdida. Enfrentando perigos como o rio selvagem, nativos e animais, o grupo ainda cruza com um cientista nazista (Robert Vaughn) que faz experiências com os nativos. 

Esta produção com uma trama absurda estrelada pelo eterno “American Ninja” Michael Dudikoff chega a ser divertida, tanto pelas cenas de ação feitas com poucos recursos, quanto pelo elenco de veteranos vilões. Além de Vaughn (“Os Agentes da UNCLE”), o filme tem ainda Donald Pleasence (o dr. Loomis do clássico “Halloween”) como um sujeito ganancioso, Herbert Lom (o comandante Dreyffus do original “A Pantera Cor-de-Rosa”) como um coronel e L. Q. Jones (vilão em vários westerns) como outro aventureiro.   

800 Léguas Abaixo do Amazonas (Eight Hundred Leagues Down the Amazon, EUA / Peru, 1993) – Nota 4
Direção – Luis Llosa
Elenco – Daphne Zuniga, Tom Verica, Barry Bostwick, Adam Baldwin

John Garral (Barry Bostwick) é um fazendeiro que vive nas margens do Rio Amazonas no lado peruano, mas que não pode entrar no Brasil por ter sido condenado por um crime que não cometeu. Quando sua filha (Daphne Zuniga) vai se casar com o aristocrata Manoel (Tom Verica), Garral decide enfrentar o perigoso rio para participar do enlace. Garral precisa ainda escapar de um caçador de recompensas (Adam Baldwin) que deseja capturá-lo. 

Baseado na obra de Julio Verne, esta produção dirigida pelo peruano Luis Llosa foi um dos trabalhos que sabe-se lá porque chamaram a atenção de Hollywood e abriram as portas para a carreira internacional do diretor. Ele já havia comandado bombas como “Caçador do Futuro” com David Carradine e “O Assassino do Presidente” como Erik Estrada. Aqui o nível é o mesmo, com um elenco recheado de canastrões americanos e algumas cenas que chegam até a ser engraçadas. O gosto por filmar na Amazônia fez Llosa comandar também o clássico trash “Anaconda”. 

Bem-Vindo À Selva (The Rundown, EUA, 2003) – Nota 4
Direção – Peter Berg
Elenco – Dwayne “The Rock” Johnson, Seann William Scott, Rosario Dawson, Christopher Walken, Ewen Bremner, Jon Gries, William Lucking, Ernie Reyes Jr.

Beck (Dwayne Johnson) é contratado por um milionário para buscar o filho Travis (Seann Wiliam Scott) que foi para o Brasil à procura de um tesouro que estaria escondido num lendário local conhecido como Eldorado. Beck não demora para encontrar Travis, que por seu lado faz a cabeça do sujeito com a história da fortuna e consegue transformar o caçador de recompensas em seu parceiro. Além dos perigos naturais, a dupla terá de enfrentar também o mercenário Hatcher (Christopher Walken) que deseja encontrar o tesouro. 

Mesmo assistindo sem se preocupar com as falhas, a trama ou as atuações, fica difícil encarar esta aventura exagerada que mostra uma selva brasileira totalmente estranha e o povo falando espanhol. Para piorar, não vejo graça alguma em Seann William Scott, enquanto The Rock tenta salvar o dia dando porrada. O ponto positivo é o sempre competente Christopher Walken se divertindo como o vilão. 

5 comentários:

Marcelo Keiser disse...

Não podemos esquecer "Anaconda"! Um típico caso de algo que é ruim, mas bom demais para ser esquecido.... rsrsrs

abraço

Amanda Aouad disse...

Que medo, viu? rs. Mas, se teve até um 7, vou tentar superar o preconceito um dia.

bjs

Hugo disse...

Marcelo - Citei "Anaconda" no início do post e considero melhor que a lista que comentei.

Amanda - A Floresta de Esmeraldas é um filme interessante, mesmo tendo uma trama absurda.

Abraço

Marcelo Keiser disse...

Ups... a citação passou batida rsrs. Desculpa! Em si tratando de filmes de cobra, com certeza foi um dos melhores que eu vi até hoje (o primeiro, pois o segundo já não me agradou muito).

abraço

Hugo disse...

Marcelo - Fique tranquilo. Filmes de terror com animais exóticos geralmente são absurdos, mas mesmo assim "Anaconda" é bem divertido.

A parte 2 é muito ruim, inclusive comentei no blog junto com outras bombas.

Ao que parece, Anaconda já está na parte 5. Virou aquilo tipo de franquia em que os filmes são lançados direto em dvd.

Abraço