segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Os Sete Samurais

Os Sete Samurais (Sichinin no Samurai, Japão, 1954) – Nota 10
Direção – Akira Kurosawa
Elenco – Takashi Shimura, Toshiro Mifune, Kamatari Fujiwara, Isao Kimura, Daisake Kato, Yoshio Inaba.

No Japão Feudal, uma comunidade de agricultores que já fora atacada por bandidos, se desespera quando percebe que o mesmo grupo voltará para roubar os alimentos assim que a colheita for finalizada. Sem saber o que fazer, os líderes da comunidade pedem a opinião de um ancião, que diz ver como única saída a contratação de ronins para defender a aldeia. 

Os ronins eram samurais desempregados, que não tinham um mestre e vagavam pelo país em busca de trabalho, sempre para defender alguém em troca de dinheiro. O problema é ainda maior porque a aldeia é extremamente miserável, não tendo dinheiro para pagar os samurais. Mesmo assim, um pequeno grupo de homens vai até a cidade tentar convencer alguns samurais para trabalhar em troca de comida. Após várias negativas, o veterano samurai Kambei (Takashi Shimura) aceita o trabalho e utiliza seu conhecimento e inteligência para fazer com que outros samurais também enfrentem o desafio. 

Este sensacional épico em preto e branco, com quase três horas e meia de duração, é para muitos críticos o melhor filme japonês de todos os tempos. O mestre Akira Kurosawa consegue manter a atenção do espectador mesmo com a longa duração, criando uma narrativa que pode ser dividida em três tempos: a primeira parte ao mostrar como o grupo de samurais é montado, a segunda parte apresenta o medo dos habitantes em relação aos samurais, fato que gera situações até engraçadas e finalizando com as batalhas entre samurais e bandidos, uma verdadeira guerra estratégica armada pelo personagem Kambei no perímetro da aldeia, tendo como clímax uma fantástica sequência de lutas em meio a chuva e a lama. 

O roteiro tem espaço ainda para uma história de amor proibida, que serve como exemplo de como os samurais eram considerados pela população como mercenários ou algo do gênero, fato que fica mais claro ainda na frase dita pelo personagem de Takashi Shimura na cena final do longa. 

Do ótimo elenco, vale destacar a dupla Takashi Shimura e Toshiro Mifune que em 1950 haviam trabalhado com Kurosawa em “Rashomon”. Enquanto Shimura faz o cérebro dos samurais, Mifune interpreta um samurai rebelde que carrega um passado traumático. 

Como curiosidade, o longa serviu de inspiração para o clássico western “Sete Homens e um Destino”, outro grande filme.

2 comentários:

Emerson disse...

Esse filme realmente é muito bom, não assisti muitos filmes japoneses, mas dos que eu assisti, achei o melhor.
"Sete Homens e um Destino" segue bem a risca o roteiro de "Os Sete Samurais", porém, não no mesmo nível!! Abraços!

Hugo disse...

Emerson - Os poucos filmes do cinema japonês que assisti são interessantes e os de Kurosawa são ótimos.

Abraço