Os Sete Samurais (Sichinin no Samurai, Japão, 1954) – Nota 10
Direção – Akira Kurosawa
Elenco – Takashi Shimura, Toshiro Mifune, Kamatari Fujiwara,
Isao Kimura, Daisake Kato, Yoshio Inaba.
No Japão Feudal, uma comunidade de agricultores que já fora
atacada por bandidos, se desespera quando percebe que o mesmo grupo voltará
para roubar os alimentos assim que a colheita for finalizada. Sem saber o que
fazer, os líderes da comunidade pedem a opinião de um ancião, que diz ver como
única saída a contratação de ronins para defender a aldeia.
Os ronins eram
samurais desempregados, que não tinham um mestre e vagavam pelo país em busca
de trabalho, sempre para defender alguém em troca de dinheiro. O problema é
ainda maior porque a aldeia é extremamente miserável, não tendo dinheiro para
pagar os samurais. Mesmo assim, um pequeno grupo de homens vai até a cidade tentar
convencer alguns samurais para trabalhar em troca de comida. Após várias
negativas, o veterano samurai Kambei (Takashi Shimura) aceita o trabalho e
utiliza seu conhecimento e inteligência para fazer com que outros samurais
também enfrentem o desafio.
Este sensacional épico em preto e branco, com quase
três horas e meia de duração, é para muitos críticos o melhor filme japonês de
todos os tempos. O mestre Akira Kurosawa consegue manter a atenção do espectador
mesmo com a longa duração, criando uma narrativa que pode ser dividida em três
tempos: a primeira parte ao mostrar como o grupo de samurais é montado, a
segunda parte apresenta o medo dos habitantes em relação aos samurais, fato que gera
situações até engraçadas e finalizando com as batalhas entre
samurais e bandidos, uma verdadeira guerra estratégica armada pelo personagem Kambei
no perímetro da aldeia, tendo como clímax uma fantástica sequência de lutas em
meio a chuva e a lama.
O roteiro tem espaço ainda para uma história de amor
proibida, que serve como exemplo de como os samurais eram considerados pela
população como mercenários ou algo do gênero, fato que fica mais claro ainda na frase
dita pelo personagem de Takashi Shimura na cena final do longa.
Do ótimo
elenco, vale destacar a dupla Takashi Shimura e Toshiro Mifune que em 1950
haviam trabalhado com Kurosawa em “Rashomon”. Enquanto Shimura faz o cérebro
dos samurais, Mifune interpreta um samurai rebelde que carrega um passado
traumático.
Como curiosidade, o longa serviu de inspiração para o clássico
western “Sete Homens e um Destino”, outro grande filme.
2 comentários:
Esse filme realmente é muito bom, não assisti muitos filmes japoneses, mas dos que eu assisti, achei o melhor.
"Sete Homens e um Destino" segue bem a risca o roteiro de "Os Sete Samurais", porém, não no mesmo nível!! Abraços!
Emerson - Os poucos filmes do cinema japonês que assisti são interessantes e os de Kurosawa são ótimos.
Abraço
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