domingo, 26 de agosto de 2012

Bob Roberts & Promessas de um Cara de Pau


Nesta postagem comento dois filmes bem diferentes entre si, porém tendo como tema principal a eleição para presidente dos Estados Unidos. 

Bob Roberts (Bob Roberts, EUA, 1992) – Nota 7,5
Direção – Tim Robbins
Elenco – Tim Robbins, Giancarlo Esposito, Gore Vidal, Ray Wise, Alan Rickman, Susan Sarandon, James Spader, Pamela Reed, Fred Ward, Peter Gallagher, John Cusack, Helen Hunt, Bob Balaban, Brian Murray, Harry Lennix, David Straithairn, Tom Atkins, Lynne Thigpen, Jack Black, Fisher Stevens, Jeremy Piven.

O ator Tim Robbins é um sujeito engajado politicamente que participa de várias ações ao lado de sua esposa, a também atriz Susan Sarandon. Ele estreou na direção com este longa filmado em estilo de documentário, contando a ascensão do jovem político Bob Roberts (Tim Robbins), um famoso cantor de música folk que se aventura na política, se elege senador e passa a ser um potencial candidato a presidência americana. 

Bob Roberts é um sujeito com pinta de galã, que arrasta multidões em seus comícios que se misturam com show e representa o estilo neoliberal que se tornou comum na política a partir dos anos noventa. O seu modo de agir faz com que as classes média e alta o apoiem, além de grande parte da mídia que o mostra como símbolo de sucesso. Por trás da aparência, existe a ligação com um empresário corrupto (Alan Rickman) que é investigado por um repórter (Giancarlos Esposito). 

Considerados por muitos como uma sátira política, o filme vai além ao mostrar toda a mentira por trás das campanhas eleitorais, criticando a forma como os candidatos são apresentados ao povo, muitas vezes com apoio da mídia que deseja algo em troca. Além disso, a esquerda representada aqui pelo candidato do partido democrata interpretado pelo falecido escritor Gore Vidal, é mostrada como totalmente inapta e sem proposta alguma. 

O filme fez algum sucesso no Brasil na época em virtude da comparação do candidato Bob Roberts com o então presidente Fernando Collor de Mello, que eram figuras semelhantes no modo de pensar, agir e de como eram tratados pela mídia quando estavam no auge.     

Promessas de um Cara de Pau (Swing Vote, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Joshua Michael Stern
Elenco – Kevin Costner, Madeline Carroll, Paula Patton, Kelsey Grammer, Dennis Hopper, Nathan Lane, Stanley Tucci, George Lopez, Judge Reinhold, Charles “Chip” Esten, Richard Petty, Willie Nelson, Mare Winningham.

Bud Johnson (Kevin Costner) trabalha numa fábrica embalando ovos, mora com a filha pré-adolescente Molly (Madeline Carroll) e não liga a mínima para nada. A contrário do pai, a filha é inteligente, madura e preocupada com o país. Ela decide inscrever o pai como eleitor na votação para presidente. Como Bud é um irresponsável, ele acaba deixando deixando Molly o esperando sozinha na seção eleitoral, situação que faz com que a garota resolva votar no lugar do pai, porém um incidente faz com o que voto fique pendente e a eleição termine empatada. Após descobrirem que o voto de Bud irá decidir as eleições, os candidatos (Kelsey Grammer e Dennis Hopper) junto com seus assistentes, dão início a uma corrida onde vale tudo para conseguir o voto do sujeito. 

Acredito que o roteirista se baseou na confusa contagem de votos da eleição em que George W. Bush venceu Al Gore em 2000, para criar está história que tem um pé na fábula e que infelizmente derrapa nos clichês mais manjados do gênero. Temos o pai irresponsável e a criança que parece um adulto, os candidatos caricatos que farão de tudo para vencer a eleição e o final politicamente correto. 

É uma pena, o filme poderia ter sido uma sátira corrosiva ao sistema eleitoral americano, mas acabou sendo uma comédia de poucos risos. 

2 comentários:

renatocinema disse...

Gosto de Tim Robbins, porém, o filme não me atraiu inicialmente.

Kevin, para meu gosto, não dá.

Hugo disse...

Renato - Muitos não gostam de Costner, algo parecido com o que ocorre com Nicolas Cage.

Abraço