Direção –
David Lynch
Elenco –
Richard Farnsworth, Sissy Spacek, Harry Dean Stanton, Everett McGill.
Alvin Straight (Richard Farnsworth) tem setenta e três anos
e mora numa comunidade rural de Iowa com a filha Rose (Sissy Spacek), que tem
um desenvolvimento intelectual mais devagar que o normal. Quando Rose recebe
uma ligação informando que o irmão de Alvin sofreu um derrame, ela avisa seu
pai e ele decide viajar até pequena cidade onde mora o irmão em Wisconsin para
fazer as pazes, pois os dois não se falam há dez anos. O problema é que Alvin
anda com a ajuda de duas bengalas e não pode dirigir um carro. Para surpresa de
todos, ele decide atravessar os mais de quinhentos quilômetros dirigindo um
cortador de grama que puxa um pequeno trailer.
É difícil acreditar que este
sensível drama baseada numa história real tenha sido dirigido por David Lynch, não por causa de seu
talento, mas pela história simples, completamente diferente dos personagens
esquisitos e das tramas malucas que ele costuma criar. Lynch conta com
simplicidade e no ritmo de vida do interior dos Estados Unidos, a viagem do
velho Alvin, que pelo caminho cruza com várias pessoas com quem ele divide as
experiências da vida.
Um dos acertos é contar fatos importantes da vida de
Alvin através de diálogos que ele tem com diferentes pessoas, com destaque para
o sensível encontro com outro idoso, com quem divide lembranças da Segunda
Guerra, a simples lição sobre o que é a família que Alvin oferece aos gêmeos
mecânicos e por fim a frase que ele solta para responder a um jovem que
pergunta o que é mais triste na velhice: Alvin diz “O triste da velhice é
lembrar da juventude”.
O pouco conhecido Richard Farnsworth começou no cinema
como dublê ainda nos trinta, depois trabalhou na tv até ter dois importantes
papéis no cinema. Trabalhou em “Raízes da Ambição” ao lado de James Caan e Jane
Fonda por onde foi indicado ao Oscar de Coadjuvante e em seguida teve um papel
de destaque como protagonista de “A Raposa Cinzenta” em 1982. A partir daí sua
carreira teve pequenos papéis como coadjuvante até que David Lynch o convidou
para protagonizar este filme, que se tornou o maior papel de sua carreira e lhe
rendeu o Oscar de Melhor Ator aos setenta e nove anos. O fato triste é que
Farnsworth já estava doente durante as filmagens e no ano seguinte, em 2000,
não suportando as dores da doença, cometeu suicídio.
5 comentários:
História simples em parte, né? hehe. Afinal, um velhinho cruzar dois estados dos Estados Unidos sentado em um cortador de grama é algo surreal. hehe.
Brincadeiras a parte, adoro esse filme. Como você disse, muito sensível.
bjs
Esta historia é bastante bonita e simples e parece estranho até ser o David Lynch a dirigir. Um filme a nao perder.
1 abraço
Fiquei bastante curioso para assistir a esse filme, justamente por causa do que você falou: se trata de uma obra de Lynch, que, como também disse, não costuma dirigir histórias simples assim.
Cara, passa lá no meu outro blog para conferir. Estamos falando sobre a edição de 1999 do Oscar, dá lá uma força: http://eooscarfoipara.blogspot.com.br/
Olá, Hugo. Muito boa a dica. Não conhecia este. A história de Alvin é mesmo surpreendente. Esta ideia em percorrer um longo percurso e conhecer pessoas no caminho, faz-me lembrar um poouco da "Natureza Selvagem", muito bom por sinal. Essas histórias que narram conflitos tem sempre algo a deixar. Vou conferir. Valeu, mesmo...
Amanda - Sem dúvida, a aventura do velho Alvin não foi nada simples.
A simplicidade da narrativa de Lynch é curiosa e funciona perfeitamente com a história.
Gonga - É um trabalho diferenciado de Lynch.
Luís - Vale a sessão.
Maxwell - Boa comparação, a questão do encontro com personagens pelo caminho lembra o ótimo "Na Natureza Selvagem".
Abraço a todos
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